Capítulo 17

28 8 101
                                        

Aeroporto de Heathrow. Londres, Inglaterra.

Davina praticamente voou para o principal aeroporto inglês. A mochila foi montada às pressas, tinha poucas roupas e vestidos. Queria levar algumas armas, mas aparentemente o infame amigo de Lestrade não conseguiria passá-las pela alfândega.

Deve ser por causa de Mônaco, pensou ao passar a marcha da moto, é difícil passar uma arma pelo eterno olhar da cidade mais vigiada do planeta.

Silencioso, Lestrade a abraçava com firmeza, confiando de olhos fechados na sua condução. Com certeza, a mente dele estava impregnada de questões. Os movimentos robóticos e automatizados eram sinais claros do treinamento extensivo, bem longe do saber natural de uma contadora da máfia albanesa.

Até quando ele acreditará na minha justificativa sobre meu conjunto particular de habilidades?

As nuvens, após ela correr com a moto por entre os carros, cercaram a luz da lua, preparando para maltratá-los com as gotas de um temporal muito anunciado. Acelerou, forçando o motor da Kawasaki até níveis extremos, querendo chegar antes das primeiras gotas.

Andar na área VIP completamente encharcados não seria nem um pouco recomendado.

Não evitaram a garoa, mas Davina dera graças a deus pela chuva forte cair somente depois que ela entrou no estacionamento de longa duração, onde ela continuou até achar um lugar escondido e coberto na parte de trás. Era uma verdadeira ilusão esconder uma das motos mais desejadas do planeta, mas podia ao menos tentar.

Lestrade já havia feito sua magia no serviço das câmeras de Londres visando atrasar sua identificação. Orou para o disfarce se manter até eles atravessarem o terminal privativo e pegar um avião disponibilizado por Lior Romanov.

O único problema para Davina era depender de favores de membros da realeza. Não viria barato esse tipo de coisa, mas Lestrade lhe assegurara sobre a integridade do amigo. Ela se resguardaria, não tinha boas experiências com príncipes.

E, particularmente, princesas.

Davina desligou o motor, desceu e mandou uma mensagem para seu chefe. Estava guardando o celular na bolsinha quando se virou para Lestrade e o viu abotoando o paletó cor de creme e ajeitando a alça das duas pastas.

— Tem certeza que vai tentar isso? — Ela olhava para todos os pontos do estacionamento vazio. Ninguém queria pagar pela hora mais cara da cidade, só os ricos ou os desesperados como ela. — Se a polícia te reconhecer...

— Não podemos perder muito tempo. — Lestrade rebateu, olhando para os mocassins sujos. — Não posso ficar esperando as coisas se resolverem, preciso partir para o ataque.

— Se estivéssemos no continente... — Davina mordeu o lábio inferior. — Certo. Você está com o passaporte falso.

— Sim...

— Se não passarmos, vou tentar ganhar tempo para você escapar. — Ela ajeitou a alça da própria mochila de couro. — Acho que ainda tenho certa influência.

— Confio em você, Ina, não me decepcione.

Davina revirou os olhos conforme se dirigiram ao elevador que os levaria ao terminal inicial.

✧✦✧✦

O velho volvo de Demétrius rugiu junto aos lampejos dos raios e o barulho dos trovões. No banco do carona, Juneau checou os últimos desdobramentos da força-tarefa. De soslaio, ele a viu suspirar profundamente antes de esconder o aparelho em um dos bolsos internos do blazer.

O ChacalOnde histórias criam vida. Descubra agora