Capítulo 34

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Lior conversava com o chefe da polícia monegasca. Ao lado dele, Helena fitava o ambiente, ouvia as ações dos agentes e coordenava a equipe de segurança do príncipe via ponto eletrônico. Multitarefa, era algo que a definiria. Séria e habilidosa também foram adjetivos atrelados ao seu nome em meio as recomendações.

Ela ganhava pontos com ele enquanto esperava pela volta dela.

Atenta, foi Helena que chamou sua atenção para algo bastante estranho. Quais as chances de escutar verdadeiros urros da janela do penúltimo andar em meio aquela noite escura? Ou como um vulto encoberto por um imenso capuz atirou um gancho em direção a parede? Pendurado pelo cabo de escalada, viu o homem — agarrado pela cintura por alguém — pegar impulso e destruir a janela de algum quarto no décimo andar.

O que diabos ele tinha acabado de ver?

— Você viu o que eu vi? — Lior perguntou, para o chefe de polícia e para Helena.

— Sim — respondeu Helena. — Um Homem-Aranha dos tempos modernos.

— Homem-Aranha roubaria suítes? — O chefe de polícia levantou suas sobrancelhas.

— Se ele estiver com fome e necessitado? Talvez. — Lior rebateu dando de ombros. — A crise chega para todos.

— Seja o que for, eu vou ordenar que meus homens façam a varredura naquele andar. — O chefe meneou a cabeça para Helena. — Posso ter sua palavra que a equipe de do príncipe irá ajudar e não atrapalhar?

— Sim. — Helena nem esperou a resposta de Lior. — Estarão a sua disposição.

— Assim como eu. — A mulher arregalou os olhos que, maquiados, lembravam-no de uma sereia bela e mortal. — Eu tenho que voltar e ver se meus amigos estão bem.

Tanto Lestrade quanto Noor. Helena deve ter visto a decisão por trás das lentes dos seus óculos, a firmeza do encarar azul-turquesa, pois ela não comentou mais nada. Somente anuiu, engatilhou a pistola, passou uma mecha lisa e teimosa para trás da orelha e suspirou triste ao encarar o vestido.

— Bem que me avisaram para eu escolher um terninho...

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Ferida como estava, a corrida de Davina foi acompanhada de respirações pesadas, gotas intensas de suor decorando o rosto e tonturas capazes de deixar os fracos de espíritos de joelhos. Juneau já estava se ajoelhando diante a vidraça quando Davina, que mal reparou o suor misturando-se as lágrimas do rosto, pôs a cabeça para fora, sentindo o frio de rachar da noite monegasca.

— Ele me salvou mais uma vez... — Juneau comentou de forma dura. Arrependimento cruzando as obsidianas do olhar. — Eu me sinto uma inútil.

— Eu não estou vendo os corpos no pátio do estacionamento. — Comentou Davina, entre grunhidos e sibilos. A mão livre foi a região do tiro, mas nada mais podia fazer para estancar o ferimento. — Onde eles caíram?

— Eles não caíram. — Juneau apontou para um grampo preso a parede externa do hotel. — Chacal tem os mesmos apetrechos do Batman ao que parece. Se estivéssemos dentro dos filmes ou dos quadrinhos, eu diria que ele usou de um gancho para evitar a queda mortal. — Suspirou. — Com Mônaco na escuridão, é difícil saber em que andar ele parou.

— Siga a polícia. — Apoiando-se na moldura da janela, Davina indicou com a arma a entrada de formiguinhas uniformizadas no prédio. — Lior deve ter chamado reforços.

— O príncipe? — Juneau lhe olhou de esguelha, finalmente tomando nota da pele cada vez mais lívida, quase azul de tão pálida. — E você está bem? Não...

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⏰ Última atualização: 3 days ago ⏰

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