Capítulo 5

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Dragon's Breath Pub. Cidade de Londres, Inglaterra.

Uma das coisas que Demétrius mais odiava em uma zona de investigação ativa era a briga por jurisdição. Ainda mais envolvendo um crime onde as principais vítimas eram membros do submundo londrino, sem contar a perda de cruciais informantes das inúmeras agências. Logo, quando estacionou o carro em frente a faixa amarelada da polícia, esfregou a nuca.

Lidar com o MI-5 querendo explicações; jornalistas buscando o furo que os arremessaria para o estrelato; a polícia internacional exigindo observar seus procedimentos; e as forças locais, com o pavio mais curto que um vulcão ativo, seria um trabalho hercúleo, quase impossível.

Quis fumar, sentir o tabaco fazendo maravilhas a seu cérebro, mas sua chefe jamais aceitaria uma cena daquelas. Ele contaminaria a cena do crime com as cinzas de seu cigarro.

Gelou assim que abriu a porta de seu velho volvo.

Sentir a madrugada fria em seu rosto não era o que ele queria fazer naquela hora. Na verdade, amaria se tivesse algumas horas a mais no conforto de sua cama, mas ninguém tinha tudo o que se desejava.

O calafrio que correu por sua espinha não foi apenas por causa do vento. O pensamento de ser colocado diante de homens e mulheres que o trucidariam com o estalar de dedos não foi agradável. Atirava que nem um cego, ele perderia até para uma idosa com uma bolsa em combate e, se desse um pique de cem metros, abraçaria Jesus e confessaria seus pecados diante dele.

Estava fora de forma, ainda que, ao olhar para ele, ninguém diria nada. Era as maravilhas de ser um falso magro.

Enxergou a miríade de repórteres e suas vans espalhadas. Fotojornalistas também ocupavam as entradas das imediações do pub, inundando com flashes os profissionais forenses e tecnólogos especializados em reconstruções criminais. Por um momento, alargou os lábios em um sorriso silencioso.

Por meio deles, lidaria facilmente com o MI-5. Seria como roubar o doce de uma criança.

Bocejou e correu em um pequeno trote para a linha que impedia a entrada de curiosos e dos abutres para dentro do local. Chegando próximo, mostrou o distintivo para o oficial que manuseava a faixa amarela e ele entrou na floresta sem muita demora.

Olhou para a plaqueta que identificava seu nome. Sobrenome Croft.

— Qual o motivo para a imprensa chegar tão cedo? — Apontou para a miríade de repórteres.

— Ninguém sabe direito, mas muitos superiores apareceram em questão de minutos desde minha chegada. — O oficial devidamente uniformizado fez uma carranca para os transeuntes. — Eu tomaria cuidado se eu fosse você — completou sussurrando, ao fitar todos eles.

Não foi difícil achar o local onde ocorreu o crime. Era simplesmente seguir onde estava praticamente todos os nomes envolvidos, incluindo uma mulher em um terninho. De braços cruzados, olhava com um rosto que parecia querer bater em alguém.

A superintendente Strike era uma das pessoas que queria evitar ao máximo. Uma pena que não podia. A imponente mulher dos cabelos lisos em um coque, com sutis rugas de expressão no rosto sério, virou-se para ele. Sem pestanejar, apontou em sua direção e o chamou para perto da entrada.

Fez isso a passos lentos, o suficiente para pensar em uma resposta para o atraso.

Tinha que ter uma desculpa. Sentia-se como um criminoso fazendo o caminhar da vergonha antes de ter sua cabeça colocada no batente da execução. Strike seguraria o machado que encerraria sua vida pública. Na lápide de Demétrius Shaw, haveria a seguinte descrição:

O ChacalOnde histórias criam vida. Descubra agora