Chapter Twelve

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Beatrice estacionou seu carro em sua vaga de garagem, desligou o automóvel e encarou o volante por um instante pensativa. Seu corpo estava leve, sorriu com a sensação que sentia. Analisou suas roupas procurando ver algum lugar amarrotado, mas percebeu que dava para disfarçar. Pegando sua bolsa no banco do passageiro viu a pasta que trouxe com sigo. Ficou receosa ao lembrar que entregaria ao seu pai de bandeja os novos inimigos da família e aliados, se o Capo não concordasse com algo era tarde demais.

Desceu do carro o travando, caminhou na direção de casa logo adentrando. Se sentia aliviada em não morar com seus parentes, o silêncio prevalecia. Às vezes era bom ter a família reunida, porém Cristian prezava por seu silêncio.

— Papai, cheguei.— A mulher anunciou fechando a porta atrás de si.

Em poucos segundos viu o mais velho sair da adega na sala de jantar com uma taça de vinho em sua mão esquerda e o tablet na direita.

— Como foi?— Perguntou o mais velho. Beatrice sem hesitar caminhou na direção de seu pai, entregou a pasta a ele segura.

— Aí está tudo que decidimos.

— Vamos ao escritório ver isso com calma.— Pediu o Coppola e Beatrice assentiu o seguindo.

Adentraram ao cômodo caminhando até a mesa do mais velho. Cristian sentou-se em sua cadeira esperando a filha sentar, porém ela ficou em pé de frente para ele.

— Não vai sentar?

— Fiquei sentada por muito tempo, quero andar um pouco.— A Coppola mentiu, estava na verdade sentindo um incômodo no meio de suas pernas.

O Coppola assentiu abrindo os papéis, seu olhar era crítico e sério, Beatrice estava um tanto tensa que o mais velho não aprovasse algo. Caso ocorresse alguma desaprovação era tarde demais.

Mordiscou os lábios segurando a volta firmemente em sua mão.

— Família Rizzo.— Cristian colocou o papel sobre a mesa coçando seu cavanhaque.— Não acho que deveríamos nos tornar rivais.

— Eu acho que sim. Perdão pai, mas eles nunca nos acrescentaram positivamente em quase nada. Acha mesmo que vale a pena?— Perguntou a Coppola.

— Tudo bem, mesmo que eu não apoiasse, as decisões já foram tomadas. Preciso apenas resolver algumas pendências com ele.— Afirmou.— Antes que ele descubra nossa decisão.

Beatrice assentiu aliviada, aguardava um carão porém se surpreendeu. Notou que seu pai estava um tanto tenso e estranhou.

— Tudo bem pai?— Perguntou a mulher.

— Sim, vita mia. Estou apenas cansado.— Sorriu amarelo na tentativa falha de relaxar a filha.

— Bom, vou tomar banho e descansar.

— Bom descanso, vita mia.

Beatrice sorriu seguindo para fora do escritório, amava quando seu pai a chamava assim. Se sentia especial.

Subiu para seu quarto, ao adentrar abriu sua bolsa pegando seu anticoncepcional, o engolindo a seco. Beatrice entrou no banheiro, sentindo a fria cerâmica sob seus pés descalços. Ela fechou a porta lentamente, permitindo que o silêncio envolvesse seus pensamentos tumultuados. Ligou o chuveiro, observando a água morna correr e criar uma nuvem de vapor ao seu redor. Se despiu adentrando ao box.

Enquanto a água escorria por sua pele, Beatrice tentou se perder na sensação, buscando algum alívio para a inquietação que a acompanhava. Seus pensamentos, no entanto, resistiam a qualquer tentativa de distração. O casamento se aproximava, e com ele vinham uma série de dúvidas e medos que ela não conseguia afastar.

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