Os raios solares atravessavam a janela do escritório de Vincenzo, que estava com Miguel e Giuseppe em companhia. O envelope pesado estava nas mãos do Cassano que intercalava o olhar entre os dois homens a sua frente.— Miguel, preciso que você entregue isso na mansão dos Caccini. Raul está esperando — disse com a voz firme, estendendo o envelope.
Miguel fez menção de pegar, mas uma voz carregada de ironia soou.
— Deixa que eu levo — disse Giuseppe, com aquele típico sorriso insolente nos lábios.— Estou morrendo de saudades da Srta. Dolce & Gabanna.
Vincenzo o olhou por um segundo, considerando o pedido. A tensão entre Giuseppe e Bárbara era lendária, e Vincenzo sabia que aquilo poderia se transformar em um teatro interessante.
— Se comporte...por favor. Pode levar.— decidiu, entregando o envelope.
Giuseppe fez uma leve reverência zombeteira e saiu com passos rápidos, como se fosse se divertir muito com aquilo.
Não demorou para chegar à mansão dos Caccini,— já que era a algumas quadras da mansão dos Cassano— sentia-se um tanto ansioso para ver a mulher. Ele tocou a campainha e, depois de alguns segundos, a porta se abriu. Bárbara apareceu, impecável como sempre, com uma expressão de irritação instantânea ao vê-lo ali.
— O que você está fazendo aqui? — ela perguntou, com o tom cortante se encostando na porta.
Giuseppe levantou o envelope, com um olhar desinteressado.
— Vim trazer o que Raul pediu. Ou você acha que só o privilégio de te irritar me traria até aqui?
— Engraçado... achei que já tinha deixado claro que sua presença aqui não é bem-vinda. Você tem uma memória terrível ou só gosta de ser inconveniente?— Bárbara estreitou os olhos, pegando o envelope da mão dele sem o mínimo de delicadeza..
— Sempre tão hostil, Bárbara. Já pensei que isso fosse charme. Mas agora acho que é só parte da sua personalidade encantadora.— O loiro riu, balançando a cabeça.
— Encantadora é uma palavra forte. Mas posso garantir que qualquer coisa que eu faça é melhor do que essa sua eterna tentativa de parecer irresistível. — Ela cruzou os braços, cerrando os olhos.
Giuseppe inclinou a cabeça, observando-a com diversão.
— Você sabe que funciona... não precisa admitir agora. Mas eu vejo nos seus olhos. Ou talvez você só esteja com saudade de mim.
— Saudade? De você? Por favor, Giuseppe, poupe-me. A última coisa que eu quero é ter qualquer lembrança sua.— Bárbara soltou uma risada sarcástica.
— Última coisa, é? — Ele deu um passo à frente, com um sorriso malicioso. — Curioso, porque você não parece ter esquecido tão facilmente de nós no carro...duas vezes.
Ela o olhou com uma mistura de raiva e... hesitação. Era o jeito de Giuseppe. Mesmo quando ela o desprezava, havia algo que a desarmava.
— Se você acha que consegue me balançar com esses truques baratos, está mais iludido do que eu pensei — respondeu ela, com o olhar afiado.
— Talvez, mas quem sabe? Podemos tentar de novo. Um jantar, pra começar. Ou vai dizer que tem medo de reviver certas... emoções?— Giuseppe deu de ombros, sem se abalar.
Bárbara o encarou, a mandíbula tensa. Sabia que a resposta pronta seria um 'não' incisivo, mas as palavras demoraram a sair.
— Eu vou... pensar — disse ela, num tom desdenhoso, tentando manter o controle.
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Sovereignty
FanfictionSinopse: Certa vez disse Platão: "Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida." Mas a Consigliere da família Coppola não esperava passar por uma crise para descobrir o que é importante para sua vida. Família Coppola passa...