Seja meu, Ran

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Já se passaram dois meses desde o confronto entre a Toman e a Tenjiku. Finalmente, estou de pé novamente, sem precisar da cadeira de rodas. Angry também conseguiu deixar as muletas para trás, graças à fisioterapia intensa. Estamos voltando ao normal, ou pelo menos, o mais próximo que conseguimos depois de tudo o que passamos.

Há exatamente um mês, completei 18 anos. A maioridade chegou como um peso inesperado, uma responsabilidade que bateu à minha porta no dia 2 de março, no meu aniversário.

Os membros da Toman fizeram uma festinha surpresa para mim, foi uma celebração animada, cheia de risadas e bons momentos. Mas mesmo com toda a alegria ao meu redor, algo faltava. Ran não estava lá. Nos dois anos em que ficamos juntos, ele sempre me presenteava com presentes adoráveis, pequenas coisas que mostravam o quanto ele se importava.

O vazio que senti naquela noite me fez perceber algo: não posso continuar assim. Preciso vê-lo, falar com ele. Decidi ir até a casa do Ran. Se ele ainda não mudou de endereço, sei exatamente onde encontrá-lo.

Com essa decisão tomada, me levanto e começo a me preparar. Visto uma roupa confortável e calço meus tênis. Antes de sair, lanço um último olhar para Angry, que está descansando no sofá.

— Vai para onde? — ele pergunta curioso.

— Vou resolver alguns assuntos pessoais com uma pessoa específica.

— E quem seria essa pessoa?

— É algo pessoal, curioso. — falo rindo. — Te vejo mais tarde. Qualquer coisa me liga, ok? — falo e caminho até a porta de entrada.

— Tá bom então.

Deixo a causa com um sorriso no rosto. É hoje que eu vou resolver toda essa questão com o meu inferno emocional chamado Ran Haitani.

A caminhada até a casa do Ran traz uma onda de nostalgia. Lembro das inúmeras vezes em que fiz esse trajeto, ansioso para vê-lo. Cada esquina, cada rua, traz à tona uma lembrança diferente.

Finalmente, chego à porta da casa dele. Meu coração está batendo rápido, uma mistura de ansiedade e esperança. Respiro fundo e toco a campainha. Enquanto espero, penso em tudo o que quero dizer, em como explicar o que sinto. A porta se abre lentamente, e lá está ele, exatamente como me lembrava.

— Smiley? — ele diz, surpreso. Seus olhos encontram os meus, e por um momento, tudo ao nosso redor parece desaparecer.

— Ran. — respondo, tentando manter a calma. — Precisamos conversar.

Seus olhos mostram uma mistura de emoções, mas ele dá um passo para o lado, permitindo que eu entre. Enquanto cruzo a soleira da porta, sinto que este pode ser o começo de algo novo, uma chance de redescobrir o que perdemos e, talvez, construir algo ainda mais forte.

A jornada para a reconciliação começa agora, e estou pronto para enfrentar o que vier, desde que isso signifique ter Ran de volta em minha vida.

— O que diabos você está fazendo aqui? — ele diz e olha assustado para a janela. — O Rindou foi treinar na academia aqui perto de casa, creio que daqui a pouco ele já esteja voltando.

— Que se dane se ele aparecer aqui e ver ou ouvir tudo isso. Nada mais me importa.

Ran cruza os braços e franze a testa.

— O que deu em você? A pancada que os caras da Tenjiku te deram te fez perder mais alguns parafusos? De repente até mesmo a noção? — ele diz e força um sorriso. — Eu já disse, tudo o que tivemos é passado, e deve permanecer lá para que não possa existir problemas para mim e nem para você e muito menos para as duas gangues.

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