Me Ajuda, Rindou?

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Estou deitado na cama do Smiley, sentindo o peso dele sobre meu peito. Ele está com o rosto enterrado em meu peitoral, as lágrimas molhando minha camisa. Meu coração se aperta ao ver meu namorado assim, tão quebrado pela dor da rejeição do irmão.

Passo a mão pelos seus cabelos, tentando confortá-lo o máximo que posso. Suas lágrimas parecem intermináveis, e a cada soluço sinto uma pontada de tristeza. Tento encontrar as palavras certas, algo que possa aliviar a dor dele, mas tudo parece insuficiente.

— Estou aqui, sorrisinho. — sussurro suavemente, minha voz quase um murmúrio. — Vai ficar tudo bem. Nós vamos superar isso juntos.

Ele não responde, apenas se aconchega mais perto, buscando conforto em meu abraço. Sinto pena pelo que ele está passando, e uma raiva silenciosa pelo irmão dele não ter aceitado nosso relacionamento. Mas agora não é o momento para pensar nisso. Tudo o que importa é Smiley, e fazer com que ele se sinta seguro e amado.

— Shh, amor. — digo, continuando a acariciar seus cabelos. — Respira fundo. Estou aqui com você, não vou a lugar nenhum.

Ele solta um suspiro trêmulo, e sinto seus músculos relaxarem um pouco sob meu toque.

— Ran... eu só... eu não quero perder meu irmão. — ele murmura com a voz ainda carregada de dor.

— Eu sei. — respondo suavemente. — E eu não vou deixar isso acontecer. Vamos encontrar uma maneira de resolver isso, juntos. Mas agora, você precisa descansar. Precisa saber que não está sozinho.

Continuo a acariciá-lo, sentindo lentamente as lágrimas diminuírem. Sei que o caminho à frente será difícil, mas neste momento, tudo o que importa é que Smiley saiba que estou aqui para ele. Que ele sinta meu amor e meu apoio, mesmo quando tudo parece desmoronar.

— Você é forte, Smiley. — digo, tentando transmitir toda a minha convicção. — E eu estou aqui para te ajudar a passar por isso. Sempre.

Ele levanta a cabeça levemente, seus olhos inchados de chorar, mas há uma centelha de esperança ali.

— Obrigado, amor. Eu não sei o que faria sem você.

Sorrio para ele, sentindo um calor reconfortante em meu peito.

— Você nunca vai precisar descobrir. Estou aqui, agora e sempre.

Ele se aconchega novamente em meu peito, e ficamos assim, em silêncio, apenas sentindo a presença um do outro. E naquele momento, sei que juntos podemos enfrentar qualquer desafio que vier.

A ideia de tentar me explicar para Angry diretamente passa pela minha mente. Talvez, se eu conseguir mostrar a ele o quanto amo Smiley e o quanto desejo o bem da nossa família, ele possa reconsiderar.

Mas então, percebo que não posso simplesmente deixar Smiley sozinho neste momento. Ele precisa de mim aqui, oferecendo apoio e conforto. Uma onda de responsabilidade me atinge, e eu sei que não posso me afastar dele agora.

E então uma nova ideia surge: enviar Rindou para falar com Angry. Rindou tem uma habilidade única de acalmar as situações e de fazer as pessoas se reconciliarem. Talvez ele consiga conversar com Angry de uma maneira que eu não consigo, ajudando ele a entender o nosso relacionamento e a aceitar Smiley novamente.

Decido agir rapidamente. Levanto da cama com cuidado para não acordar Smiley, que parece estar finalmente dormindo tranquilamente. Pego meu celular e envio uma mensagem para Rindou, explicando a situação e pedindo sua ajuda.

"Rindou, precisamos conversar. É sobre Angry. Acredito que você pode ajudar a fazer as pazes entre ele e Smiley.

Ele demora para responder mas responde.

"Nem fodendo que eu vou falar com ele.
Ele que lute, eu hein. Se eu aceitei você e o Smiley, ele pode fazer o mesmo haha"

"Agora não é hora de brincadeira,
Smiley está muito mal, não quero que
ele fique assim."

"Você está careca de saber que eu
odeio aquele Angry. E ele me odeia
também. Acha mesmo que eu ir lá
falar com ele vai adiantar alguma
coisa?!"

"Se você conversar com ele e explicar
o seu ponto de vista, talvez ele possa
reconsiderar. Aliás, vai ver que é
por causa da briga de vocês que ele
não nos aceita."

"Vai jogar toda a culpa no meu
cu agora, Ran? Fala sério."

"Não tô jogando a culpa em você,
Rindou. Só estou tentando dizer que
talvez se vocês fazerem as pazes, ele pode
compreender que a gente não é tão FDP
quanto ele pensa. Sacou?"

"Tá bom. Vou ver o que eu faço."

"Amo você, Rin <3"

"Você me deve essa, Zé Trancinha."

Estou aliviado por ter conseguido falar com Rindou e pedir sua ajuda. Smiley ainda dorme tranquilamente, sinto um peso sair dos meus ombros ao pensar que Rindou pode ser a chave para amenizar a situação com Angry.

Rindou sempre teve esse dom especial de mediar conflitos e acalmar as tensões. É reconfortante saber que ele está disposto a ajudar, especialmente em um momento tão difícil para nossa família.

Observo Smiley respirando calmamente. Sua expressão parece menos tensa agora, como se um peso também tivesse sido retirado de seus ombros. Espero que, com a ajuda do Rindou, possamos encontrar uma maneira de trazer paz de volta à nossa casa.

Rindou e Angry nunca se deram bem, especialmente depois do conflito entre a Toman e a Tenjiku. A rixa entre nossas gangues apenas exacerbou as tensões entre eles. No entanto, Rindou é meu irmão, e apesar das diferenças, ele ama e se preocupa conosco.

Acredito que se Rindou puder explicar o ponto de vista dele a Angry, talvez eles consigam encontrar um terreno comum. Rindou pode mostrar a Angry que nosso relacionamento não é apenas uma questão de lealdade gangsteril, mas sim de amor genuíno e felicidade entre Smiley e eu.

Olho para Smiley, que ainda dorme profundamente. Ele precisa confiar em mim e no Rindou para resolver isso, e eu farei tudo o que estiver ao meu alcance para garantir que ele não tenha que escolher entre seu amor por mim e seu irmão.

Enquanto espero pela volta do Rindou, me permito ter um momento de otimismo. Talvez, com a ajuda dele, possamos encontrar uma maneira de reconciliar nossas diferenças e restaurar a paz em nossas famílias.

Eu acredito no poder do amor e na capacidade de compreensão entre as pessoas, mesmo em tempos difíceis como este.

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