Estamos todos reunidos na sede da Toman, absorvendo a gravidade do que aconteceu a alguns dias atrás. A atmosfera é tensa, carregada com uma mistura de determinação e raiva contida. Eu estou ao lado do meu irmão Angry, enquanto escutamos as palavras do Mikey, nosso líder, sobre os próximos passos que teremos que seguir após o templo da Toman ter sido pichado pela Tenjiku.
O silêncio no templo reflete a seriedade da situação. Sabemos que isso não é apenas um ataque físico ao nosso território, mas um desafio direto à nossa autoridade e à nossa unidade como gangue. Angry está ao meu lado, sua expressão mais feroz do que antes.
Mikey olha ao redor, seus olhos encontrando os nossos e de todos os membros presentes.
— Está claro que precisamos responder a isso. — ele diz com voz firme, mas controlada. — Mas precisamos ser estratégicos. Não vamos nos precipitar.
Ao redor, os membros da Toman começam a discutir ideias e planos. Alguns sugerem ações imediatas para retaliar, enquanto outros advogam por uma abordagem mais cautelosa, considerando todas as repercussões possíveis.
Angry está pensativo, seus punhos cerrados ao lado do corpo. Eu posso sentir sua tensão, sua vontade de proteger nosso território e nossa honra como parte da Toman. Eu o conheço o suficiente para saber que ele está calculando cada movimento, pronto para agir quando o momento certo chegar.
Enquanto a reunião continua, as palavras de Takemichi ecoam na minha mente. Nós somos a Toman. Somos uma família unida por laços mais fortes do que qualquer desafio que possa surgir. E esta noite, mais do que nunca, esses laços estão sendo testados.
— Acho que além de pichar a sede da Tenjiku, a gente deveria explodir aquele lugar com todos eles lá. — sugere Angry.
— Não precisa ser tão maléfico. Só vamos fazer a mesma coisa que eles fizeram, só para eles entenderam que tudo que eles fizerem, faremos igual. Portanto se eles atacaram diretamente, vamos atacar eles diretamente também. — explica Draken.
Angry assente positivamente e continuamos a caminhar até onde a nossas motos estão estacionadas. A rixa com a Toman e a Tenjiku é forte e grande... imagina se os membros da Toman descobrem que eu namoro a um dos celestiais da gangue inimiga?
Serei expulso por traição simples assim.
— Na onde eu fui me meter. — resmungo baixo, mais para mim mesmo do que para qualquer outra pessoa ouvir.
— Disse alguma coisa? — questiona Angry.
— Nada não. Só estou falando sobre onde esses caras da Tenjiku decidiram se meter, só isso.
Chegamos até onde as motos estão. Cada um sobe na sua moto e damos partida, rumo a sede da Tenjiku, Yokohama.
Observo o caos que se desenrola ao meu redor. Latinhas de tinha spray está na mão de todo mundo da Toman, e cada um picha qualquer centímetro que encontra vazio da sede da Tenjiku, enchendo de símbolos da Toman e com alguns xingamentos bem ofensivos.Mikey observa tudo com um sorriso sádico e largo no rosto, aparentemente feliz com toda situação que se desenrola a sua frente.
Eu por outro lado picho algumas coisas nas paredes que encontro livres, já imaginando a carinha de decepção de todos da Tenjiku ao ver a sagrada sede deles totalmente vandalizada.
— Poderíamos colocar fogo né? Ia ser ótimo. — diz Angry.
— Você ouviu o que eu disse mais cedo, Kawata. — diz Draken. — Faremos o mesmo que eles. Portanto nada de aumentar a "punição" por mais que a raiva seja imensa.
Abro um sorriso para Angry. Ele pode até ser um ogro azul quando está bravo, mas para mim ele continua fofo do mesmo jeito.
Cada um de nós está focado em deixar nossa marca, retribuindo o que eles fizeram no nosso templo.
Os sprays de tinta voam pelo ar, acompanhados por risadas e gritos de excitação. Todos estão animados, cada um colocando sua energia e criatividade na parede. Draken, com seu jeito sério, está mais concentrado do que nunca, mas até ele não consegue esconder um pequeno sorriso.
Mitsuya desenha com habilidade, transformando a pichação em arte, enquanto os outros se divertem com desenhos mais simples e mensagens provocativas.
E lá está ele, nosso comandante, Mikey, observando tudo de longe com um sorriso no rosto. Ele não precisa dizer nada para que saibamos que estamos fazendo a coisa certa. Seu olhar diz tudo. Mikey sempre foi nossa inspiração, e vê-lo satisfeito nos enche de orgulho e energia para continuar.
A cada traço, cada palavra, sentimos que estamos recuperando um pouco da nossa honra. A sede da Tenjiku, antes imponente, agora começa a refletir nossa força e unidade. O som dos sprays, a risada dos meus amigos, e a presença tranquilizadora de Mikey formam uma sinfonia que só nós entendemos.
Estamos aqui, juntos, deixando claro que a Toman não se curva a ninguém. E eu, Smiley, não poderia estar mais feliz de fazer parte desse momento.
Com a lata de spray na mão, continuo pichando uma parede. O som do spray é quase musical, um ritmo que acompanha o entusiasmo dentro de mim. Cada movimento meu é meticulosamente caótico, cada linha e curva planejadas na minha cabeça antes de encontrarem a parede.
De repente, algo chama minha atenção. Lá, bem no canto da parede, vejo uma marcação. Me aproximo e sorrio ao reconhecer o nome: Smiley. A caligrafia é inconfundível, inimitável. É a letra do Ran.
Meu sorriso se abre ainda mais quando noto o detalhe na frente do meu nome: um "X" seguido do nome dele. Smiley X Ran. Eu rio baixo, um som de pura satisfação e surpresa.
— Isso só pode ser coisa do meu loirão. — digo para mim mesmo, com o som das minhas palavras se perdendo no ar.
A lembrança do Ran me preenche de um calor familiar. Ele sempre sabe como deixar sua marca de um jeito único, um jeito que me faz sentir especial. Continuo pichando, mas agora com ainda mais energia, inspirado pela pequena surpresa que ele deixou para mim.
Cada traço que faço na parede agora parece mais vibrante, mais vivo. A marca do Ran é como um lembrete de que, não importa onde estamos ou o que estamos fazendo, estamos sempre conectados.
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Segunda Chance (+16)
Fanfic[𝗢𝗯𝗿𝗮 𝗙𝗶𝗻𝗮𝗹𝗶𝘇𝗮𝗱𝗮] Após uma batalha brutal contra a gangue rival, Toman, Ran se vê confrontado por memórias dolorosas de um amor perdido. Seu ex-namorado, Smiley, agora inimigo, é uma lembrança constante do que ele uma vez teve e perdeu...