Estou no meu quarto, ainda confinado a essa maldita cadeira de rodas devido à lesão que sofri na batalha com a Tenjiku. A dor física é suportável, mas a dor emocional é outra história. Em minhas mãos, seguro uma foto que traz uma enxurrada de memórias.
A imagem é do templo Musashi Shrine, um lugar que c ostumo ter todas as reuniões com a Toman. Na foto estou sentado na escadaria, sorrindo como sempre, mas com um brilho especial nos olhos. Ran está sentado no meu colo, abraçado a mim com aquela expressão mista de serenidade e felicidade que ele raramente mostrava para os outros.
Viro a foto, e o texto que ele escreveu ainda está legível, embora um pouco desbotado pelo tempo:
"Para Smiley, meu porto seguro. Cada momento com você é um presente que guardo com carinho. Amo você mais do que palavras podem expressar. - Ran"
Leio essas palavras repetidamente, sentindo uma mistura de saudade e dor. Cada letra parece ter sido gravada a fogo na minha memória. Aqueles dias foram alguns dos mais felizes da minha vida, mas também os mais complicados. Nós dois sabíamos que nossas gangues, nossas responsabilidades, e nossos irmãos mais novos tornavam nosso amor algo impossível de manter.
Fecho os olhos, lembrando do toque dele, do som da sua risada, da maneira como ele costumava cuidar de mim, mesmo quando eu insistia que não precisava. Ran sempre foi assim, forte e cuidadoso, uma combinação que sempre me surpreendeu e encantou.
A realidade é dura. Nossas gangues são inimigas, e as circunstâncias nos forçaram a nos afastar. Dizer a Ran que não o amava mais foi a coisa mais difícil que já fiz, mas sabia que era necessário. Precisava protegê-lo, protegê-lo de mim mesmo, das complicações que nossa relação traria.
Mas agora, olhando para essa foto, a saudade bate forte. Aquele sorriso no meu rosto, aquela sensação de completude que só ele me dava, parece um sonho distante. A verdade é que ainda o amo, e essas palavras no verso da foto são um lembrete constante disso.
Solto um suspiro pesado, sabendo que não posso mudar o passado. Estou preso entre a responsabilidade de liderar minha gangue e os sentimentos que nunca desapareceram. Guardo a foto novamente, mas o peso da saudade e do amor perdido continua a me assombrar.
Fico tão concentrado na foto que eu não presto quando a porta do meu quarto se abre de repente. Angry entra, com sua expressão séria, mas com um toque de preocupação.
— Ei, Smiley. Como você está se sentindo? — Angry pergunta.
Rapidamente, escondo a foto no bolso, tentando parecer despreocupado.
— Estou bem, só pensando em algumas coisas.
Angry estreita os olhos, claramente desconfiado.
— O que você está escondendo?
— Nada. — respondo rápido demais, talvez.
Ele cruza os braços, a desconfiança evidente.
— Sério, o que é? Você nunca esconde nada de mim.
Suspiro, tentando manter a calma.
—!É só... algo pessoal, não é nada importante.
— Se é pessoal, então deve ser importante. Deixa eu ver. — Angry insiste.
Reviro os olhos, tentando desviar a conversa.
— Você sabe como sou, Angry. Gosto de guardar algumas coisas só pra mim.
— Smiley, somos irmãos. Não precisa esconder nada de mim. O que você tá escondendo?
Ele dá um passo à frente, e posso ver a determinação nos seus olhos. Tento pensar rápido.
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Segunda Chance (+16)
Fanfic[𝗢𝗯𝗿𝗮 𝗙𝗶𝗻𝗮𝗹𝗶𝘇𝗮𝗱𝗮] Após uma batalha brutal contra a gangue rival, Toman, Ran se vê confrontado por memórias dolorosas de um amor perdido. Seu ex-namorado, Smiley, agora inimigo, é uma lembrança constante do que ele uma vez teve e perdeu...