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Já são 18:49 da tarde, e o sol começa a se pôr, tingindo o céu com tons de laranja e rosa. Apesar da tranquilidade do dia, uma preocupação me ronda a mente: Rindou ainda não voltou para casa... isso me deixa perturbado.

Smiley está deitado na minha cama, com aquele sorriso despreocupado que eu tanto amo. Eu estou no colo dele, distribuindo beijos carinhosos por todo o seu rosto. Cada beijo é uma expressão do meu amor e gratidão por ele, e ele retribui cada um com um olhar de felicidade.

— Meu gatinho. — ele diz e me beija mais intensamente. — Nunca vou deixar de amar beijar essa boquinha.

— É só sua. — falo com um sorriso e seguro seus braços mais forte.

De repente, o som familiar de uma moto invade o ar. Meu corpo se enrijece, e Smiley também se assusta. É a moto do Rindou, sem dúvida. O barulho do motor se aproximando é inconfundível e rompe a bolha de paz em que estávamos. Meu coração acelera. Rindou até agora não sabia de nada sobre nós.

Olho para Smiley, e vejo a mesma surpresa e preocupação refletidas nos seus olhos. Tento acalmar meus nervos enquanto me levanto do colo dele. Smiley faz o mesmo, rapidamente ajeitando suas roupas. O som da moto para em frente à casa, e o motor é desligado. Não temos muito tempo.

— Porra, o que eu faço? — digo a Smiley, tentando soar confiante apesar do turbilhão de emoções dentro de mim. Ele pega a minha mão numa tentativa de me acalmar.

— Eu acho que já passou da hora dele saber. Acho que que nós deveríamos contar que estamos namorando, Ran. Você sabe que não podemos esconder isso para sempre. Ele é seu irmão, vai entender.

— Eu sei, Smiley, mas não é tão simples assim. O Rindou é... complicado. — digo aflito. — Ainda mais quando somos considerados "inimigos".

— Não podemos viver com esse segredo para sempre. E não é justo com ele, ou conosco. Ele vai acabar descobrindo de qualquer jeito, e vai ser pior se ele sentir que escondemos isso dele.

— Eu sei que você tem razão, Smiley. Mas eu não sei como ele vai reagir.

— Só podemos descobrir se tentarmos. E eu estarei ao seu lado, não importa o que aconteça. — ele diz e acaricia o meu rosto.

— Tudo bem. Vamos falar com ele... agora.

Antes que Smiley diga qualquer coisa, Rindou entra pela porta da frente, e ouvimos seus passos ecoando pela casa. Cada passo parece amplificar a tensão no ar. Nos preparamos para o inevitável encontro, sabendo que, embora o momento seja inesperado, estamos juntos nessa. E juntos, enfrentaremos qualquer coisa.

Saio do meu quarto, com o coração batendo mais rápido do que o normal. Caminho pelo corredor até encontrar Rindou na cozinha bebendo água. Ele levanta a cabeça assim que me vê se aproximando dele.

— Ei, Rindou. — digo, tentando manter a voz calma. — Como foi o seu dia?

— Foi ótimo. — ele responde com um sorriso, seus olhos brilhando de entusiasmo. — Fiz várias compras em Shibuya e Yokohama. Encontrei algumas coisas incríveis.

Sorrio, embora meu nervosismo ainda esteja presente.

— Fico feliz por isso. Você realmente se divertiu bastante hoje né?

— Sim. Precisava disso. Mas a única coisa ruim da história toda é que assim que fomos para a sede da Tenjiku, encontramos ela toda pichada. Foi coisa daqueles putos da Toman. — ele resmunga e revira os olhos.

— Pichada?

— Sim. Toda pichada com símbolos da Toman e mensagens provocativas. — ele diz e respira fundo. — Amanhã de manhã vamos dar um jeito nas pichações.

Segunda Chance (+16)Onde histórias criam vida. Descubra agora