Estou sentado na minha cadeira de rodas, ao lado do templo Musashi Shrine, o lugar onde tantas memórias preciosas foram criadas. A reunião acabou e todos foram embora, mas eu precisava de um momento para mim mesmo. O silêncio aqui é reconfortante, e as lembranças fluem livremente na minha mente.
De repente, ouço passos pesados se aproximando. Meu coração acelera, e levanto o olhar, meio temeroso, meio esperançoso. E quando vejo quem é, meu coração acelera.
Ele está vestido com uma calça preta, moletom branco e um par de Vans nos pés. Seu cabelo está solto, balançando levemente com o vento, e seu rosto mantém aquela beleza jovial. Seus olhos violetas são tão intensos como eu me lembro, e sua boca ainda parece convidativa para um beijo... claro, Ran Haitani.
Ran se aproxima de mim, cada passo dele parece ecoar no meu peito. Ele se senta ao meu lado, e por um momento, apenas ficamos em silêncio, sentindo a presença um do outro.
— Como você está? Naho? — ele pergunta, com sua voz suave, mas cheia de preocupação.
Dou um suspiro profundo, tentando encontrar as palavras certas.
— Tenho estado melhor, Ran. Mas vou sobreviver.
Ele olha para mim com aqueles olhos penetrantes, e eu quase me perco neles.
— Desculpe pelo ataque surpresa da Tenjiku. — ele diz, com sua voz sincera. — Eu tentei convencê-los a não fazer isso, tentei impedir, mas... você sabe como é.
Sei que ele está sendo honesto, e parte de mim quer perdoá-lo imediatamente. Mas a outra parte ainda está ferida, não apenas pelos eventos recentes, mas por tudo o que passamos.
— Eu sei, Ran. — digo, finalmente. — Eu sei que você tentou. Só que... é difícil, sabe?
Ele acena, entendendo sem precisar de mais explicações.
— Sim, é difícil. Mas eu queria que você soubesse que, apesar de tudo, eu nunca quis que você se machucasse. Nem você, nem o Mitsuya.
A sinceridade em seus olhos é quase esmagadora. Lembro de todos os momentos que compartilhamos aqui, neste mesmo templo. O lugar onde nosso amor floresceu, longe das brigas e das responsabilidades das gangues.
— Não precisa ser assim. — respondo e me aproximo mais dele. — Podemos encontrar uma maneira de... fazer isso funcionar. De algum jeito.
— Naho, é complicado. — ele responde. — Temos nossas gangues, nossas responsabilidades. E... você disse que não me amava mais.
Ele fecha os olhos por um momento, como se estivesse tentando afastar uma dor profunda.
— Eu disse isso porque achei que era o melhor. Para te proteger.
— Só que isso me machucou mais do que qualquer coisa. — admite com a sua voz tremendo um pouco.
Coloco uma mão sobre a sua, e o toque dele é quente e familiar.
— Eu sinto muito, Ran. Sinto muito por tudo. Só queria que as coisas fossem diferentes.
Nós ficamos ali, lado a lado, perdidos nas nossas próprias emoções. O vento continua a soprar, e por um momento, parece que o tempo parou. Mesmo com todas as dificuldades e as barreiras entre nós, a conexão que compartilhamos ainda é palpável, ainda é real.
— Não sei porque eu vim aqui. — ele responde e se levanta imediatamente.
— Porque você sabe que você pode sempre me encontrar aqui quando quiser me ver. — falo e olho para ele. — Eu te disse isso quando terminamos.
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Segunda Chance (+16)
Fiksi Penggemar[𝗢𝗯𝗿𝗮 𝗙𝗶𝗻𝗮𝗹𝗶𝘇𝗮𝗱𝗮] Após uma batalha brutal contra a gangue rival, Toman, Ran se vê confrontado por memórias dolorosas de um amor perdido. Seu ex-namorado, Smiley, agora inimigo, é uma lembrança constante do que ele uma vez teve e perdeu...