Não Me Abandone

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Estou arrumando a minha cama depois de acordar, ajeitando os lençóis e travesseiros. Um sorriso surge no meu rosto ao lembrar da foto que enviei para Smiley e da resposta que recebi. Seu elogio e a maneira como ele reagiu me fizeram sentir uma conexão ainda mais forte entre nós.

De repente, ouço passos familiares no corredor. É Rindou. Ele se encosta casualmente na batente da porta do meu quarto.

— Boa tarde, belo adormecido. — ele diz com um tom travesso que eu conheço tão bem.

— Boa tarde, Rindou. — falo sorrindo para ele.

Continuo a arrumar o quarto, tentando disfarçar a alegria que sinto por dentro. Enquanto arrumo os lençóis, vejo Rindou observando ao redor, seu olhar pousando no vaso com o buquê de rosas vermelhas e brancas em cima da cômoda.

— E esse buquê de flores aí? Para quem é? — ele diz ao se aproximar da cômoda para pode olhar para as flores mais de perto.

— Ah, é para mim mesmo. Eu gosto de rosas vermelhas e brancas, então comprei para decorar o quarto. — respondo enquanto guardo o edredom no closet.

Rindou franze a testa, claramente não convencido pela minha explicação.

— Você anda muito esquisito ultimamente, Ran. Sempre com desculpas e explicações suspeitas. — ele diz e arrumo o seu óculos no rosto. — O que tá pegando hein?

— Não é nada, Rindou. Só estou apreciando mais as coisas simples da vida.

Ele ainda parece desconfiado, mas decide não insistir. Continuo arrumando o quarto, me sentindo aliviado por ter conseguido desviar a atenção dele, pelo menos por agora. Por dentro, a lembrança do Smiley e a nossa conexão secreta continuam a aquecer meu coração, enquanto me preparo para enfrentar mais um dia.

— Você parece estar me perseguindo ultimamente, Rindou. O que está acontecendo? — falo rindo.

— Eu não estou te perseguindo, só acho que você está estranho. Parece que está escondendo alguma coisa. — ele diz na defensiva.

— Ah, tá, até parece que você me conta simplesmente tudo. Tem algo que você nunca me contou? — questiono com uma sobrancelha arqueada.

— Tem algo que você não sabe sobre mim. — ele diz e abaixa a cabeça.

— Ah, sério? O que é?

— Bem, quando você não está em casa em dias chuvosos, eu... eu durmo abraçado com meu dinossauro de pelúcia. — ele diz e cruza os braços, ainda sem me encarar nos olhos, provavelmente ele está com vergonha.

— Sério, Rindou? Você ainda faz isso? — falo rindo. — Que fofo!

— Eu não sou fofo! É só porque tenho medo de trovões, tá bom? — ele diz e me encara com seus olhos violetas iguais aos meus.

— Haha, tá bom, tá bom. Mas você dormir com um dinossauro de pelúcia é a coisa mais fofa que eu já ouvi! — digo e me aproximo dele e aperto suas bochechas.

— Para com isso, Ran! Não chama assim!

— Mas é verdade, você é um neném! Neném Rindou!

— Ran, sério, para com isso...

Percebo nitidamente que Rindou não está realmente bravo. Ele está sorrindo, com suas bochechas coradas de leve constrangimento.

— Tá bom, tá bom, não vou mais te chamar assim. Mas sério, obrigado por compartilhar isso comigo. É muito fofo de verdade. — falo e deposito um beijo em sua testa.

— Você é insuportável, Ran. Tenho dó da pessoa que for namorar com você.

— E você é o meu irmão mais novo mais fofo do mundo. E olha, a pessoa que namorar comigo vai ficar muito feliz, afinal a pessoa não vai namorar com qualquer pessoa, e sim com o Ran Haitani aqui. — falo convencido.

Rindou ri com o meu comentário e me abraça com carinho.

— Ran?

— Sim?

— Se um dia você namorar, você vai se esquecer de mim? — ele diz com seu olhar de criança pidona.

Meu coração acelera ao ouvir ele me dizer isso com uma voz tão manhosa e com uma carinha de criança mimada. Não resisto e abro um sorriso.

— Rinrin, eu posso até casar, mas eu nunca vou esquecer você. — falo e olho para ele. — Você é meu irmãozinho mais novo. Meu precioso. Nunca vou te abandonar por causa de ninguém.

— Mesmo?

— Mesmo, pirralho.

Rindou afunda o rosto no meu peitoral e eu acaricio suas costas com carinho.

Meu coração está repleto de amor por Smiley, nosso relacionamento é algo que eu valorizo imensamente. No entanto, mesmo com todo esse amor, há algo que está acima de tudo isso: meu vínculo com Rindou, meu irmão mais novo.

Rindou sempre foi meu porto seguro, minha âncora nas tempestades da vida. Desde criança, ele esteve ao meu lado, me protegendo, me ensinando, me apoiando. Ele é meu irmão, meu confidente, meu melhor amigo.

Enquanto penso em Smiley e no quanto ele trouxe alegria e amor à minha vida, também sei que meu compromisso com Rindou é inabalável. Ele é parte essencial da minha existência, alguém que eu nunca abandonaria por ninguém, por mais intenso que seja meu amor por outra pessoa.

Eu amo Smiley com todo o meu coração, mas Rindou sempre será minha prioridade. Ele é minha família, e família vem antes de tudo.

Aprofundando esses pensamentos, percebo que o amor é multifacetado, e cada pessoa importante em minha vida ocupa um espaço único e irreplaceável. Ainda assim, o amor por Rindou transcende tudo, uma ligação que é fundamental e eterna.

Eu sei que Rindou sempre estará ao meu lado, assim como eu estarei ao lado dele. Nada pode mudar isso.

Com essa certeza aquecendo meu coração, volto minha atenção para as preciosas pessoas que preenchem minha vida, reconhecendo o valor incomensurável de cada uma delas.

— Rindou, preciso te dizer uma coisa, quero que fique bem claro para você isso.

— O que foi, Ran? Parece sério.

— É sério, sim. Eu só queria te dizer o quanto eu te amo, Rindou. Você é incrível, sempre esteve ao meu lado, me apoiando, cuidando de mim quando eu precisei. — digo e olho para ele. — Não vou te abandonar nunca. Ás vezes eu sinto que não digo isso o bastante. Você é mais do que um irmão para mim. Você é meu melhor amigo, meu herói. Eu não sei o que seria de mim sem você, Rindou.

— Ran, eu... Eu não sei o que dizer. Eu estarei sempre aqui por você, não importa o que aconteça. Só não me abandone por causa de alguém.

— Nunca vou te deixar. — falo e o abraço mais forte. — Te amo, Rindou.

— Eu te amo também, Ran. Mais do que palavras podem dizer.

Para mim expressar seu amor por Rindou é algo essencial, uma maneira de reconhecer a importância vital que meu irmão tem em minha vida. E eu jamais vou abandonar ele.

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