5. Destino

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Na segunda-feira, da terceira semana de aula, eu estava convicta de que a dependência estava tornando-se total.
Eu tentava esconder, mas era inegável, que um entusiasmo incomum e exagerado aflorava em meu peito toda vez que eu abria os olhos pela manhã. A ansiedade de chegar logo ao colégio era quase ridícula. Na verdade era realmente muito ridícula, já que não fazia sentido tanta euforia da minha parte. Robert Castro nem sabia que existia.
Mas então, na aula de Literatura Universal, esbarrei, inevitavelmente, com meu destino.
- As duplas escolherão o livro que quiserem, não importa o gênero, ano ou autor. Vocês escolherão o livro que mais lhes agrada. - dizia Celina, enquanto caminhava lentamente pela sala de aula.
Estávamos em silêncio, prestando atenção em cada palavra que ela dizia. Olhei direto para Beatriz, e ela me devolveu um olhar de cumplicidade. Faríamos o trabalho juntas.
- Quero que façam um pesquisa completa sobre o livro e o autor que escolherem. Depois, ao final do semestre, cada dupla fará uma apresentação para o restante da classe...
Alguns ânimos se exaltaram quando ela falou sobre a apresentação. Eu mesma tive vontade de começar a gritar de puro pânico. "Apresentação na frente da classe? Por que os professores gostam tanto de nos torturar com esses trabalhos ridículos?"
Celina ignorou as reclamações.
- Vou passar com este saquinho para que os garotos tirem os nomes de suas parceiras, tudo bem? - ela segurava um saquinho de pano branco em uma das mãos.
Houve um coro de reclamações no ar. Ninguém podia acreditar que, além da apresentação, não poderíamos ao menos escolher nossos parceiros. Isso era demais. E eu que achava que ela seria uma professora legal.
Celina esperou por alguns minutos, até que os ânimos se acalmassem, e então voltou a falar.
- Meninos, tirem um papelzinho e me entreguem, certo? Amanda, pode ir anotando as duplas, por favor? - pedia à aluna mais radiamte da sala.
- Claro! - disse a aspirante a Barbie, balançando no ar sua caneta gliter cor de rosa. Argh.
- Camila Santos! - disse a professora, lendo o papelzinho que Jonas Mendes lhe entregara. Amamda tomou nota, enquanto as amigas de Camila riam aos cochichos.
Jonas era um garoto que beirava a obesidade, não tinha muito contato com os outros garotos e era bastante tímido pra falar com as meninas. A decepção tingiu o rosto de Camila. Senti certa pena de Jonas por isso.
Renam Andrade seria o próximo.
- Ana Paula Souza. - disse Celina.
Ana lançou um sorrisinho meio tímido para o seu parceiro e ele retribuiu o sorriso entusiasmado. Renam tinha os cabelos claros e finos, o rosto parecia o de uma garoto de quinze anos, com grandes olhos infantis e curiosos.
Engraçado como algumas pessoas conectam-se incrivelmente bem, Ana e Renam, por exemplo, pareciam perfeitos para fazerem qualquer coisa juntos...
- Heloísi Silva!
Despertei de meus pensamentos sobre Ana e Renam, e me virei aturdida, fitando o rosto da professora.
"Não!"
Celina segurava um pedaço de papel, e estava parada diante de...
"Robert Castro?"
Senti o mundo ficando pequenininho, como se de repente eu não coubesse mais nele.
Beatriz e Amanda me encararam incrédulas, quase me exigindo uma explicação, como se eu, de alguma forma, tivesse culpa por Robert Castro ter tirado meu nome.
Fiquei sem reação.
Minha cabeça fervilhava, enquanto os outros garotos tiravam os nomes de suas parceiras. Eu já nem prestava atenção em mais nada, só conseguia pensar que Robert Castro e eu faríamos o trabalho juntos.
Ah, isso não estava nos planos.
- Bom, todas as duplas já estão formadas, certo? Luana, como David faltou, e ninguém tirou seu nome, você fará dupla com ele, tudo bem? - Celina sentou-se em sua mesa e cruzou os braços encarando a classe.
Eu ainda tentava manter a respiração.
- Este trabalho valerá metade da nota final. Vocês terão o semestre todo para me entregar o trabalho, mas claro, não precisam deixar tudo para a última hora, pois serei bastante criteriosa com a avaliação. Então conversem com seus parceiros ao final da aula, troquem informações, escolham um livro o quanto antes e mãos à obra! - ela parecia bastante entusiasmada, a mais entusiasmada dentro daquela sala.
- Eu não acredito! - sussurrou Beatriz ao meu lado, quando a professora começou a passar matéria no quadro.
- Em que você não acredita? - perguntei, já sabemos sua resposta.
- Que você fará o trabalho com Robert Castro, - bingo - e eu farei com William Oliveira. Arrr
O que eu deveria dizer? "Eu sinto muito"?
- Hã... o William parece ser um garoto legal.
- Ah é? Então porque não faz o trabalho com ele? - a voz de Beatriz soava estressada, mais do que isso, soava profundamente frustrada.
Quase me senti culpada.
- Se... eu pudesse, trocaria de parceiro com você! - murmurei, e mordi a lingua logo em seguida, contendo um arrependimento.
- Valeu! - ela agradeceu, me absolvendo de qualquer condenação - Sabe o que é mais engraçado? - murmurou num tom de voz apático.
- Não, o que? - perguntei, sem querer ouvir.
Ela suspirou decepcionada.
- Eu espero por esta oportunidade há tanto tempo e... você, que nem sente nada por ele, a recebe assim! - ela estalou os dedos na minha frente - Isso é tão injusto, você não acha? Aliás, a vida é muito injusta, o destino é muito, muito injusto, o universo sobrevive de injustiças...
- É, parece... tudo meio injusto mesmo!
- Sabe, eu devia fazer o trabalho com ele, passar um semestre inteiro ao lado dele - continuou ela, e sua voz era alta demais agora - Eu sou a garota apaixonada aqui, não você.
Engoli em seco.
Eu deveria contar à Beatriz o que eu sentia por Robert Castro, mas, a verdade era que... eu não sabia exatamente o que eu sentia por ele.
- Uma coisa me consola, em toda essa injustiça - disse ela, tentando controlar a voz - Pelo menos será você a parceira dele, e não aquela irritante da Amanda.
Nós duas olhamos para a Barbie deslumbrantemente linda.
Beatriz bufou de raiva.
- Sério, eu não suportaria a ideia de vê-los passar um semestre inteiro juntos, não, isso seria demais, eu seria capaz de cometer uma loucura, pra não ter que ver isso acontecer.
- Uma... loucura? - engasguei - O que quer dizer?
Ela ficou em silêncio por um momento, seus olhos sondavam, fixos, a imagem perfeita de Robert Castro. A expressão no rosto dela me assustou. Havia algum tipo de insanidade em seu olhar... Algum tipo de... desejo incontrolável, um prazer obscuro, como o rosto de um viciado diante de sua dependência... Ela tinha os olhos de uma... louca.
- Eu seria capaz de matar! - confessou, estreitando os olhos, e olhando com furia na direção do garoto.
Me encolhi na minha carteira.
- Credo, você não devia... ficar falando estas coisa... Não tem graça!
- E não é pra ter, - murmurou de volta, gravando os olhos negros em mim - pois não estou brincando!
Estremeci, diante da veracidade e firmeza de suas palavras. Não, Beatriz não estava brincando e, por mais estranho que pudesse parecer, eu sabia disso.
O restante da aula passou mais lento que o de costume, mas chegou ao fim antes do que eu esperava. Beatriz saiu da sala quase correndo, para não dar chances de William tentar falar com ela. Fiquei aliviada, não queria plateia para ver eu me atrapalhando toda com as palavras na hora de tentar falar com Robert Castro.
Comecei a guardar meu material na mochila com uma lentidão exagrada, assim ganharia tempo, e poderia pensar numa forma de abordá-lo e fazê-lo falar comigo.
"Ele não costuma falar com ninguém aqui!" as palvras de Beatriz soavam em minha cabeça. "Ele prefere ficar em seu próprio mundo, entende?"
Ah, e se ele se recusasse a falar comigo, se me ignorasse total e completamente...?
- Oi! - uma voz rouca ressoou ao meu lado, me assustando, virei-me de imediato - Parece que seremos parceiros por um tempo, não é? - ele estava parado diante de mim, com um meio sorriso nos lábios, que me fez perder os sentidos.
Eu nunca o havia visto assim, tão de perto, e percebi o quanto eu estava errada, o quanto estava terrivelmente enganada. Robert Castro não era perfeito. Não. Ele era muito mais do que isso, só que ainda não haviam inventado uma palavra capaz de descrevê-lo com melhor precisão, e certamente "perfeito" era a que mais se aproximava da realidade.
E aquela voz...? Rouca... Combinava em tudo com a imagem dele parado diante de mim. Não haveria no mundo voz que combinasse mais com ele, do que aquela que eu acabara de ouvir.
Robert Castro era a fusão perfeita de som e imagem.
Respirei fundo, tentando manter a sanidade.
- Hã... é... parece... parece que seremos sim. - gaguejei como uma idiota, tentando sorrir. Não dava, eu ainda estava entorpecida pelo meio sorriso dele.
"Ele é impenetrável!", eu podia ouvir as palavras de Beatriz em meus ovidos, e nenhuma delas faziam sentido.
Robert Castro estava sendo incrivelmente educado, e eu, sinceramente, não esperava muito por isso.
Fiquei parada alí, olhando para ele, me sentindo feliz por Beatriz estar enganada. Ele não era nada parecido com o garoto que ela havia me descrito, e isso era muito bom.
Eu não conseguia parar de olhar para ele, como se o seu rosto tivesse um imã poderoso e meus olhos fossem de ferro puro.
Só me dei conta da cena ridícula que estava fazendo, quando o garoto me olhou com expressão preocupada.
- Você está bem? - perguntou, diante da minha paralisia.
Ah, qual era meu problema?
Idiotice, esse era o meu problema.
Respirei fundo. Eu precisava parecer capaz de manter uma conversa coerente, não queria ficar bancando a idiota na frente dele.
- Hã... e então, Robert (foi a primeira vez que eu disse o nome dele em voz alta, e a palavra pinicou em minha língua), você já tem algum livro em mente, para o trabalho?
Ele se inclinou para mim.
- Sabe de uma coisa? Eu ia te fazer a mesma pergunta!
Nós dois rimos. O riso dele era lindo, encantador, quase mágico. O meu estava mais para um espasmo na musculatura do rosto.
- Se não se importar, podemos nos encontrar depois das aulas, para discutirmos sobre isso?
O quê? Ele... queria me encontrar depois da escola?
- Hoje? - perguntei, tentando não gritar.
- Sim, algum problema?
- Bom, não... problema nenhum.
- E... importa-se se eu passar na sua casa? - sugeriu, com uma gentileza sobrenatural.
- Ah... não... não, não tudo bem! - porque eu não conseguia parar de gaguejar? Droga.
Robert tirou seu celular do bolso de trás do jeans, abriu a tela de notas e me entregou o aparelho.
- Anote seu endereço e telefone! - disse, quando segurei o objeto.
Digitei na tela do celular, errando pelo menos três vezes cada caractere, o que me fez demorar uma eternidade para devolver o aparelho ao dono.
- Aquele seu amiguinho não vai se importar? - perguntou, de forma depreciativa, guardando o celular novamente no bolso. Fiquei realmente surpresa por ele me associar a Marcos, não achei que ele pudesse ter reparado com quem eu andava.
- O nome do meu amiguinho é Marcos - respondi, um pouco ofendida com a forma com que ele se referiu ao meu amigo - E Marcos, não é meu pai, portanto não tem que se incomodar com nada.
Ele deixou escapar um risinho de satisfação.
- Certo, nos vemos depois da aula, então? - perguntou, mantendo os olhos nos meus, me fazendo desejar apenas uma resposta.
- Claro! - murmurou, quase eufórica, tremendo da cabeça aos pés.
Ele fechou a cara.
- Ótimo! - disse, e pareceu muito sério de repente.
Robert Castro me encarou com aquele olhar profundo, as mandíbulas contraídas, os lábios semiabertos controlando a respiração.
- Isso pode dar certo, Heloísi (foi a primeira vez que ele disse meu nome, e senti todas as minhas células fervilharem dentro do corpo). Isso realmente pode dar certo, se você não estragar tudo. - disse calmamente.
Fiquei totalmente perdida.
- O quê?
Ele respirou fundo, como se fosse uma tortura ter que explicar algo óbvio.
- Serei legal com você, tudo bem? - ele não estava mais tão sério, mas também não estava sorrindo, na verdade, estava completamente sem expressão. Quase assustador, porém mais lindo que um minuto atrás. - Te dou minha palavra de que serei legal com você, embora isso não faça muito meu estilo, mas acho que posso abrir uma excessão, com tanto que você não fique babando em cima de mim.
- Como é? - tentei soar num tom de "você é louco?", mas acho que saiu mais algo do tipo "tá tão na cara assim?"
- Escute, não sou o cara mais paciente do mundo para aturar garotinhas apaixonadas - ele balançou a cabeça lentamente - Não suportaria olhar para você, se você se apaixonasse por mim... portanto, não se apaixone, tudo bem? Não estrague tudo se apaixonando por mim!
Engoli em seco, tentando filtrar meus pensamentos.
Aquilo era ridículo. Era... absurdo e... idiota. O que aquele garoto tinha na cabeça? Quem ele pensava que era? O cara mais lindo do mundo? O mais atraente, irresistível, cativante, com a voz mais rouca e incrível de todas e dono dos olhos mais desconcertantes?
Tá legal, ele era mesmo tudo isso, mas, ainda assim, isso não lhe dava o direito de achar que toda garota tinha propensão a se apaixonar por ele. Era um pensamento arrogante e pretensioso demais.
Fechei a cara, empinei o nariz e preparei minha resposta a altura, que, infelizmente, não saiu como eu desejava. Soou mais como uma menininha ressentida, do que uma garota confiante e determinada.
- Olha só... não sei como as garotinhas daqui costumam reagir a você, mas... pode ficar tranquilo... você não corre nenhum tipo de risco comigo, tá legal? Aliás, você, definitivamente... nem faz... o meu... tipo! - eu quase não ouvia minha própria voz.
Robert Castro olhou-me intrigado, buscando algum vestígio de verdade em minhas palavras.
- Tem certeza? Não preciso mesmo me preocupar? - sussurrou, a voz rouca e cheia de curiosidade, encarando-me de frente.
Não consegui responder. Eu ainda estava tremendo.
"Meu Deus, esses olhos...!"
Era só o que eu conseguia pensar enquanto ele me olhava.
Robert respirou fundo, levantando uma sobrancelha para mum.
- Foi o que pensei! - disse suavemente, depois passou a mão pelos cabelos e se inclinou para mim - Agora que está tudo esclarecido, e que já temos um acordo, será que pode, por favor, parar de tremer? - sua voz era baixa e calma. Ele não estava sendo pretensioso, aquele era mesmo um pedido genuíno.
Senti vontade de sair correndo. Juro. Era muita vergonha para uma pessoa passar sozinha.
Eu preferia que ele tivesse me ignorado, que tivesse sido ríspido e mal educado, e que tivesse dito que faria o trabalho sozinho. A humilhação teria sido menor.
Eu me sentia a mais ridícula das ridículas, e acho que estava prestes a começar a chorar de tanta vergonha, quando Marcos apareceu na porta da sala.
Os olhos dele se arregalaram, quando me viu perto do garoto que, supostamente, não falava com ninguém.
- Eu vim te buscar! - disse, parando ao meu lado, ignorando a presença de Robert Castro - Temos treino de handball agora, vamos? - aquilo foi um comando.
Marcos também havia escolhido Esportes como uma de suas matérias extras, era a única aula que tínhamos juntos.
- Olá Marcos! - Robert o cumprimentou, com sua voz rouca de enlouquecer.
Marcos o encarou surpreso, mas logo a surpresa virou outra coisa, indignação, eu acho. Ele não respondeu ao cumprimento, apenas deu um aceno, forçado, com a cabeça.
- Vamos? - ordenou novamente para mim.
- Claro! - respondi, sem a mínima capacidade de tirar os olhos de cima de Robert - Até mais! - murmurei, quando Marcos começou a me apressar, praticamente me arrastando para fora da sala de aula.
Seguimos em silêncio pelo corredor, mas Marcos não aguentou se segurar por muito tempo.
- Robert Castro estava mesmo falando com você? - perguntou ao chegarmos em frente ao vestiário feminino.
- Sim, ele estava!
- E posso saber o que ele queria com você?
- Nossa professora de Literatura Universal passou um trabalho e, bom... faremos o trabalho juntos!
Marcos me olhou indignado.
- E por que vai fazer o trabalho com ele? Por que não faz com outra pessoa?
- Porque foi, tipo, um sorteio, e ele tirou meu nome! - expliquei, começando a me irritar com todo aquele interrogatório.
- Então, vocês serão... amigos agora?
- Algum problema?
Ele bufou irritado.
- Claro que não, até porque, você não assinou nenhum contrato de exclusividade comigo, não é mesmo?
Mantive os olhos no rosto dele, mostrando o quanto aquilo era ofensivo.
Marcos respirou fundo, tentando abrandar sua irritação.
- Ísi, eu gostaria que você entendesse que esse garoto... ele já passou por sérios problemas familiares, e isso parece ter deixado algumas marcas no comportamento dele e...
- Marcos - eu o interrompi - Eu já sei de toda a história... a morte dos pais dele e todo o resto....
- Todo o resto? - foi a vez dele me interromper - Até a parte em que ele é acusado por espancar, quase até a morte, o funcionário de um abrigo?
- O que?
- É o que dizem, parece que ele sofre de surtos de violência, e pode cometer verdadeiras atrocidades sem conseguir se conter - eu podia ver a satisfação no rosto de Marcos enquanto percebia meu rosto, cada vez mais chocado - Parece que o tal funcionário passou um bom tempo na UTI, e sobreviveu por um milagre. É por isso que ninguém aqui tem coragem de falar com esse garoto, e arriscar ser espancado por tentar ser amigável.
Balancei a cabeça, discordando mecanicamente.
- Beatriz disse que ele não falava com ninguém aqui.
- E não fala mesmo. Talvez ele também tenha medo de agredir alguém, vai saber! - Marcos deu de ombros.
Senti meu coração disparar. Eu não acreditava em nada daquilo. Não acreditava que Robert Castro pudesse ser algum tipo de delinquente juvenil. Não, não dava para acreditar nisso depois de ter olhado naqueles olhos.
- Seria mais prudente você pedir para a professora te deixar trocar de parceiro! - sugeriu Marcos diante do meu silêncio.
- Não vou fazer isso, - engasguei - é apenas um trabalho. Robert passará no apartamento de Lena depois da aula, para iniciarmos, e quanto mais cedo tudo isso acabar, melhor. Não há motivo para nenhum drama.
Marcos me olhou furioso.
- Você enlouqueceu? Como assim, Robert Castro vai passar no apartamento da sua irmã? Você deu seu endereço pra ele?
- Não vejo problema nenhum!
- Ísi, - a voz dele estava bastante alterada - esse garoto pode ser o novo assassino da machadinha, ou um estuprador, torturador, sei lá...
Revirei os olhos para tanto exagero.
- Vou trocar de roupa! - anunciei, entrando no vestiário.
Marcos bufou.
- Vou te esperar aqui! - gritou, depois que fechei a porta.

O vestiário estava vazio. Corri até a pia e joguei um pouco de água fria no rosto. Olhei meu reflexo no espelho e me surpreendi com o quanto meu rosto parecia realmente assustado. Não era exatamente assim que eu me sentia por dentro.
Ansiedade era uma palavra que descreveria bem o que eu sentia naquele momento.
"Robert Castro? Na minha casa?"
Eu disse em voz alta para a garota no espelho. Meu estômago se revirou dentro de mim.
Não. Ansiedade não era a melhor palavra.

Me desculpem, por ficar tantos dias sem postar. Meu computador (onde guardo todos os meus arquivos, incluindo os capítulos já escritos), estava com problemas e não queria ligar. Mas isso já foi resolvido, e agora voltei com gás total.
Espero que tenham gostado do capítulo de hoje!
Aguardo pelos comentários, e conto com os votos e indicações de vocês!!!!
Bjs, bjs!!!!

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