18. Quem É Você?

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"Há mais coisas entre o céu e
a Terra do que imagina
a nossa vã filosofia." -
Wilian Shakespeare

Disparei para fora do apartamento, tomando o cuidado de não acordar minha irmã. Meu
coração acelerava no peito e a dúvida martelava em minha cabeça com a ansiedade de descobrir se ele estaria mesmo lá fora.
"Eu devo estar ficando louca." Era o que eu dizia a mim mesma, enquanto descia os degraus de dois em dois, para não perder tempo.
No primeiro passo que dei para fora do prédio, senti o vento gelado da madrugada arrepiar todo o meu corpo. A sensação era boa, as madrugadas no Rio não eram tão quentes, ou eu realmente já estava me acostumando com o clima da cidade, mas o arrepio com o vento nada se comparou com a onda de êxtase que percorreu cada pedaço meu, quando constatei abismada que, sim, Robert realmente estava alí, do lado de fora do meu apartamento.
Soltei uma rajada forte de ar, sem conseguir entender o que estava acontecendo.
- O... o que faz aqui? - perguntei abismada, ao me aproximar de seu rosto imóvel.
"Meu Deus!" ele parecia ainda mais bonito do que eu me lembrava.
Robert respirou fundo antes de falar.
- Me desculpe! - disse ele, a voz rouca e baixa, olhando bem dentro dos meus olhos, o que me fez estremecer completamente.
Pra qualquer outra pessoa eu poderia mentir e dizer que estava tremendo pelo friozinho que sentia, mas jamais poderia mentir para mim mesma. Eu sabia que estava tremendo porque ele estava
alí, tão perfeito quanto um sonho que se torna realidade.
- Sei que é um pouco tarde, - ele disse - quero dizer, não me refiro às horas, mas ao fato de eu te procurar somente agora... Acho que temos muito o que conversar...
- Então... vai me dizer o que houve comigo, aquele dia no seu carro? - indaguei, ansiosa.
Robert me encarou por um segundo quase eterno, parecia triste, como Georgina dissera.
__ Não posso mais aguentar ficar tanto tempo longe de você. - sussurrou contrariado, como se estivesse justificando para si mesmo o motivo de estar alí.
Eu quase não conseguia respirar ouvindo aquilo. Robert Castro estava dizendo que não aguenta mais ficar longe de mim?
Eu devia mesmo estar enlouquecendo.
- Se dizer a verdade é a única maneira de te ter de volta, então que seja! - por que ele falava daquela forma, "me ter de
volta", como se eu, algum dia, tivesse realmente pertencido a ele? - Vamos! - disse ele sério, abrindo a porta do carro para mim.
- Vamos? Para onde? - indaguei surpresa.
- Pra qualquer outro lugar, não seria muito adequado conversarmos aqui. - disse lentamente. Seus olhos eram duros, insondáveis.
Respirei fundo.
Então iríamos realmente "conversar"?
Lembrei-me de minha decisão tomada aquela tarde: eu me confessaria a ele, sem me importar com nenhuma verdade, com nenhuma explicação, com nada... Mas, de repente, ele estava alí, diante de mim, disposto a me dizer tudo o que eu era incapaz de entender. Então... eu podia ouvir o que ele tinha pra me dizer. Seria reconfortante me livrar dos questionamentos.
- Tudo bem! - respondi, por fim - Me dê um minuto, vou... trocar de roupa.

Disparei de volta em direção à porta do prédio; subi os degraus novamente de dois em dois.
Corri para meu quarto e troquei de roupa tão rápido que ganharia um troféu se fosse uma competição.
Vesti uma calça jeans apressadamente; não tirei a blusa do Animaniac's, calcei meus tênis e sai antes que se passasse um minuto completo.

__ Acho que estou pronta! - eu disse, enquanto entrava no carro dele.
Robert seguiu para direção leste, as mãos seguravam o volante muito mais firme que o necessário e ele dirigia tão lentamente, como se não quisesse chegar nunca, aonde quer que estivéssemos indo, ou como se quisesse adiar a chegada pelo maior tempo possível.
As últimas casas ficaram para trás quando entramos na estrada da Castorina, uma estrada escura e silenciosa.
Não havia clima para conversa, então seguimos completamente em silêncio pela madrugada orvalhada, enquanto eu tentava manter minha atenção do lado de fora da janela, mas meus olhos não conseguiam desviar-se de Robert por muito tempo. Eu tinha medo de descobrir de repente, que tudo não passara de um sonho.
Foram os vinte minutos mais longos e intensos da minha vida. Depois da última curva suave, Robert suspirou profundo.
- Chegamos! - murmurou, mais para si mesmo do que para mim, ao estacionar na beira da estrada.
Ele manteve os faróis do jipe acesos, o que me permitiu avistar, alguns metros a
nossa frente, a silhueta graciosa de uma construção peculiar. Era uma espécie de quiosque, porém muito bem trabalhado, com ares típicos da arquitetura oriental.
Nenhum de nós dois ousou se mexer inicialmente, parecia mais seguro e fácil permanecer dentro daquele carro silencioso. Preferimos apreciar a construção engenhosa como desculpa para prolongar o adiamento da conversa inevitavelmente necessária.
Robert parecia tenso, talvez estivesse procurando uma maneira fácil de começar a falar. Era tão incomum vê-lo daquela maneira que cheguei a questionar se eu realmente estava preparada para saber toda a verdade. Talvez a verdade não fosse fácil de ser ouvida e entendida. Será que eu estaria realmente pronta para receber todas as respostas?
Sim, eu estava pronta. Devia estar pronta, não importava o que ele tivesse pra me dizer...
__ Venha! - Robert abriu a porta do carro e desceu, quase como se de repente estivesse com muita pressa.
Desci também, correndo os olhos ao redor.
Vazio total.
Nenhuma casa ou prédio, nada, apenas árvores e escuridão.
Olhei para o céu e percebi que não havia nuvens, lua ou estrelas, apenas um véu de cetim negro que se estendia acima de nós, deixando a noite - aquela noite - ainda mais escura do que todas as outras. Os faróis do jipe eram nossa única fonte de iluminação naquele momento.
Caminhamos lentamente até o quiosque, um passo depois do outro, ambos buscando controlar a ansiedade.
__ Esta é a Vista Chinesa, um dos muitos pontos turísticos dessa cidade. - disse Robert, quebrando o silencio, quando pisamos no tablado.
Fazia sentido que o lugar se chamasse Vista Chinesa, aquela arquitetura pedia isso. Dali era possível se ter uma visão esplendida da cidade do Rio à noite - ou parte dela, pelo menos. O Cristo iluminado, parecia tão pequeno visto dalí de cima, e a lagoa Rodrigo de Freitas, àquela hora, parecia um buraco negro e profundo.
Era fácil entender porque aquele lugar era um ponto turístico. Era incrível, um mirante em plena floresta da Tijuca.
Ficamos contemplando a vista por um instante, debruçados sobre o parapeito de bambu, até que de repente Robert quebrou o silêncio novamente.
- Já sonhou comigo alguma vez? - perguntou com naturalidade, ainda encarando a floresta a nossos pés.
Por que ele estava me perguntando aquilo? Pensei que tivéssemos ido até alí para esclarecer as coisas, e não para bater um papinho descontraído.
Hesitei por um instante.
__ E então? Você já sonhou comigo? - Robert repetiu a pergunta, seus olhos agora encaravam meu rosto e percebi, pela sua expressão, que descontração era a última coisa que pairava no ar.
Ele queria mesmo uma resposta.
Pensei em mentir, em dizer que não, nunca havia sonhado com ele, negar que meus
pensamentos o buscavam toda vez que eu dormia. Mas eu não podia mentir, pois, de alguma forma, eu tinha certeza de que ele saberia a verdade.
Então resolvi ser sincera, contar-lhe que por muitas noites eu o trazia para mais perto de mim, imaginando nós dois em um cenário perfeito, onde nada mais importava porque tínhamos um ao outro. E não me constrangi ao falar em voz alta sobre meus sonhos. Algo dentro de mim me dava a certeza de que, mesmo que eu não dissesse, ele saberia exatamente como eram.
- E você sempre se lembra desses sonhos? - perguntou baixinho quando fiquei em silêncio.
Eu o encarei.
- Durante todos os dias, até que venha o próximo. - respondi, sabendo que era exatamente a resposta que ele desejava ouvir.
Um sorriso de prazer surgiu em seus lábios e eu me senti feliz por ter dito a verdade.
Robert hesitou um momento, respirando fundo e soltando o ar devagar.
- Foi o que imaginei - confessou.
Como ele sabia?
- Por acaso você lê a mente das pessoas? - perguntei como a única lógica existente - Você é algum tipo de... paranormal, ou o quê?
Robert riu, mesmo parecendo não achar muita graça de minhas palavras.
- Não, eu não leio mentes, e também não me classifico como nenhum tipo de... paranormal.
- Então me diga quem você é? Ou... pelo menos me faça entender como isso é possível. Acho que se alguém consegue sondar meus sonhos é um direito meu saber como ela faz isso. Talvez assim eu possa me proteger.
- Não, você não pode. - respondeu ele. - Não pode se proteger de mim - completou.
Senti um calafrio percorrer meu corpo. Mas não senti medo daquelas palavras, ao contrário, só conseguia me sentir cada vez mais instigada a saber quem, ou o que ele era de verdade.
- Acho que é melhor você começar a dar as explicações agora. - pedi.
Robert hesitou novamente, e seu rosto tinha uma expressão ilegível.
- Humm, os sonhos... - ele suspirou quase doloridamente, debruçando-se ainda mais sobre o parapeito. - atividade constante do inconsciente. É engraçado como os sonhos podem ser incrivelmente significativos, não é?
- Sim, alguns sonhos são mesmo, muito, significativos - concordei, sem saber aonde ele queria chegar.
O vento gelado soprava em nossa pele com espanto.
- Já ouviu dizer que essa é uma maneira que os anjos têm de se comunicar com os humanos? - disse ele com indiferença, talvez esperando que eu deixasse o comentário passar em branco.
__ Os anjos se comunicam com os humanos através dos sonhos? - indaguei receosa, não tinha a menor idéia do que ele pretendia com aquela conversa.
__ Sim, dizem que os anjos, geralmente, usam os sonhos para entrar em contato com os humanos - Robert sorriu por um breve segundo.
__ Tipo... pra enviar alguma mensagem ou avisar sobre um possível acidente? Essas coisas? - questionei.
__ Exatamente, e alguns dão a essas coisas o nome de premonição.
__ É, acho que já li algo a respeito numa revista da sala de espera de algum lugar. - comentei pensativa.
Eu realmente não entendia por que estávamos tendo aquela conversa? Qual era o objetivo daquilo?
__ Olha, não me leve a mal Robert, mas... sinceramente não sei o que estamos fazendo aqui, - eu disse - tá tarde e meio frio aqui, e quando você bateu na minha porta disse que...
__ Não bati na sua porta - corrigiu ele lentamente.
Sim, ele tinha razão. Ele não havia batido em minha porta, mas pretendia, afinal o que mais estaria fazendola do lado de fora do meu prédio aquela hora da noite?
__ Não importa, - retruquei, decidida a ir em frente - o fato é que você me trouxe até aqui pra gente conversar, mas agora está me perguntando sobre meus sonhos, e falando sobre anjos. Por que não me diz de uma vez o que tem pra dizer? Aonde quer chegar com essa conversa? O que tudo isso tem a ver? - despejei as palavras em cima dele quase sem parar para respirar.
Robert suspirou de leve, endireitou o corpo e cruzou os braços na frente do peito.
__ Você é tão impaciente - ele me olhou de lado e quase sorriu.
__ Me desculpe, mas é que... eu não estou te entendendo! - eu disse, mas Robert nem pareceu me ouvir.
__ Quem me dera poder fazer mais por você... estar em cada um de seus sonhos! - havia dor em suas palavras, mas havia um enorme desejo também.
Fiquei perdida entre o prazer e a confusão total. E minha voz quase não saiu quando consegui falar.
__ Certo, mas, segundo o que você disse, pra estar em meus sonhos você teria que ser um... - não sei o porquê, mas simplesmente não consegui completar a frase.
Robert permaneceu em silêncio, os olhos dentro dos meus.
- Espere aí... não está querendo me dizer que...? Ah, por favor, tenha dó. Não está falando sério não é? Não é? - enfatizei a pergunta, mas tudo que Robert fez foi continuar me encarando, tão profundamente que chegava a ser perturbador. Eu podia ver a afirmação
daquele absurdo impresso em suas íris.
Ele não podia estar falando serio.
- Certo, muito engraçado. Isso é algum tipo de pegadinha? Onde estão as câmeras? - eu disse olhando ao redor, fingindo procurar por câmeras escondidas - Sinceramente Robert, não pode estar esperando que eu leve isso a sério. Quero dizer, isso não é mesmo sério, é? - eu não sabia se ria, ou se ficava irritada com tudo aquilo.
Robert ainda permanecia em silêncio, os olhos brilhando estranhamente para mim, forçando-me a continuar olhando para ele, prendendo-me ao seu rosto com um magnetismo quase dolorido.
Eu o encarei, incapaz de me recusar a fazer isso, e enquanto ele me olhava, como se
pudesse ver através de mim, fui pouco a pouco sendo tomada pelo choque da realidade.
Sim, aquilo era sério.
- Então... é isso? - arfei com uma convicção ainda incerta. - Está querendo me dizer que.... - tive o vislumbre de um sorriso em seus lábios. Um sorriso encantador e quase irreal demais para ser... Humano.
E então, de repente, minha duvida dissolveu-se como tinta na água. Ofeguei por um instante, a mente ficando clara.
- Você é um... anjo! - exclamei, agora com tanta convicção que aquilo de repente pareceu-me insanamente óbvio.
Robert confirmou com os olhos.
- Santo Deus! - levei uma das mãos até a boca, e me forcei a continuar respirando -Você é um anjo? - murmurei, encarando-o com olhos incrédulos e ao mesmo tempo transbordando de adoração. Não era pra ser uma interrogativa, mas não consegui evitar. - Você... você é mesmo... um anjo? Um anjo, tipo, de verdade? - gaguejei meio sem ar. Claro, eu não estava enlouquecendo, ele só podia mesmo ser um anjo. Nenhum ser humano seria tão perfeito assim; nenhum ser humano causaria em mim as sensações que ele causava, nenhum ser humano teria aqueles olhos incríveis de tempestade em primavera que ele tinha, apenas um anjo poderia os possuir.
__ Sou um anjo da guarda! - disse Robert num sussurro. E sua voz, pelo que pude perceber, era carregada de constrangimento, como se estivesse me dizendo que era um assassino arrependido ou coisa assim.
Não entendi a vergonha que ele parecia sentir por estar me confessando sua verdadeira identidade.
__ Robert... - sibilei, e não consegui reconhecer minha própria voz.
__ Tudo bem... vou te levar pra casa! - interrompeu-me ele, quase num pedido de desculpas.
__ O quê?
__ Não era isso que ia me pedir? Pra que eu te levasse pra casa? Sei que deve estar assustada, com medo, e não te culpo. Imagino o quanto isso deve ser atordoante pra você... me perdoe. Não devia ter te contado a verdade, mas... como eu poderia continuar escondendo, se essa era a única forma de... - ele se interrompeu, amargurado.
Por que ele estava agindo daquela maneira, desculpando-se impiedosamente, hesitando no meio das frases, como se nenhuma palavra fosse boa o bastante para suas justificativas?
__ Vamos, vou tirar você daqui - disse ele, andando apressado em direção ao carro. Seu rosto estava arrasado, parecia até que tinha acabado de confessar um pecado mortal em praça pública.
__ Não... Eu não quero ir pra casa, Robert! - eu disse com firmeza, entrando em sua frente e bloqueando-lhe a passagem. Ele me encarou como se não entendesse o significado das minhas palavras. - Não quero ir a lugar algum.
__ Mas... não está com raiva de mim? - seus olhos expressavam a confusão que sentia.
__ Raiva? Por que eu teria raiva de você? Ah... quem seria capaz de sentir raiva de um... anjo? - murmurei sorrindo, sentindo-me estranha por estar dizendo aquilo em voz alta.
Robert também meio que sorriu. Ah, ele era mesmo perfeito! Como sentir raiva de um ser como ele?
__ E você também não está com... medo de mim? - indagou ele, ainda cauteloso. - A maioria das pessoas tem medo de qualquer tipo de contato com aquilo que, aparentemente, não se pode explicar. Muitas pessoas preferem a morte a ver um anjo de verdade, sabia? - ele ainda me olhava com certa cautela.
Lembrei-me imediatamente de As Valkírias, quando Paulo finalmente encontra seu anjo da guarda fica tão apavorado que disse que teve medo de desmaiar. E Daniel, no velho
testamento, havia de fato desmaiado quando o anjo Gabriel apareceu dando-lhe a explicação de uma visão.
Robert tinha razão. Se eu parasse para pensar, encontraria uma lista bem extensa de pessoas que haviam experimentado o pavor ao passar por aquele tipo de experiência.
Então por que eu também não estava apavorada? Eu devia estar, não devia? Afinal eu estava conversando com... meu anjo da guarda.
Esperei um segundo, absorvendo essa verdade. Talvez o pavor estivesse a caminho, talvez, dalí a pouco, eu também estaria desmaiando de medo.
Que estupidez.
Eu sabia que isso não tinha a menor chance de acontecer.
__ Eu não quero te assustar, Ísi! - murmurou Robert, analisando minha expressão, talvez
também esperando pelo pavor que me faria cair como morta a seus pés.
__ Não estou assustada. E jamais sentiria medo de você! - garanti, sem nenhuma hesitação. - Muitas pessoas preferem a morte a ver um anjo de verdade? Que idiotas!
Robert balançou a cabeça, talvez sem entender minha reação que contrariava a reação natural da maioria das pessoas. Eu não podia negar que meu coração estava acelerado, minhas mãos gotejavam suor e que eu encontrava dificuldades para manter a respiração regular. Mas isso nada tinha a ver com medo, ou o que quer que fosse que as outras pessoas sentiriam diante
daquela situação. Meus sintomas eram de prazer e júbilo.
Robert era um anjo, um anjo de verdade diante de meus olhos.
Como temê-lo?
Voltamos para o quiosque e nos sentamos sobre o tablado. Pernas cruzadas. De frente um para o outro. Dois monges num templo.
Depois de um momento, tentando controlar meus pulmões, finalmente tomei coragem para começar a falar.
__ Há... algumas perguntas que eu gostaria de te fazer. - eu disse, tentando manter a voz estável.
__ Tudo bem. Acho que você merece mesmo algumas respostas. - assentiu ele.
Robert manteve silêncio esperando até que eu começasse a falar.
Havia um milhão de perguntas em minha cabeça a serem feitas, mas comecei pela mais importante delas, a mais importante para mim.
__ Hã... por que aconteceu aquilo comigo... o choque... da última vez que... você me tocou? __ eu não queria parecer uma idiota gaguejando as palavras como alguém que está aprendendo a falar um novo idioma, mas era inevitável que as palavras certas sumissem da minha mente quando eu pensava em usá-las. - Eu... não entendo. Você já havia... me tocado antes e... nada tinha acontecido. Então... o que houve da última vez?
Robert suspirou.
__ Imaginei que essa fosse ser a primeira. - confessou, com um sorriso tenso nos lábios. - Bom, digamos que tenha sido um tipo de punição.
__ Punição? - repeti.
Ele analisou-me por um minuto, acho que tentando encontrar alguma razão para não seguir em frente, para esquecer aquela conversa. Mantive minha expressão firme. Eu não estava assustada e não queria que ele me poupasse da verdade por acreditar nisso.
__ Acho que não tenho como contar a verdade sem lhe explicar algumas coisas antes. - sibilou ele, ainda analisando minha expressão.
__ Então me explique! - pedi com fervor, sem conseguir desviar os olhos daquele rosto maravilhoso.

Aeeeeee, chegamos, finalmente, na parte crucial da história. Mas saibam que as revelações estão apenas no começo...
Muita água ainda vai passar por debaixo dessa ponte! kkkkkkkk
Por favor, comentem o que vocês acharam da verdadeira identidade do nosso lindo Robert Castro. Era o que vocês suspeitavam?
Ainda tem mais...
Aguardem!!!!
Bjs bjs!

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