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Enzo Martins

— Usa o explorador pra avaliar possíveis cáries e veja se há alguma sensibilidade ao toque. - Meu pai falou enquanto eu avaliava o paciente.

— Identifiquei uma possível cárie em um molar superior esquerdo. - Falei com a certeza de que era uma cárie pela coloração do dente.

— Deixa eu confirmar. - Meu pai falou se aproximando e eu cedi espaço — Boa, garoto. Você é bom nisso.

— Confirmamos com uma radiografia? - Perguntei retirando minhas luvas.

— Isso, pode escrever o encaminhamento que eu carimbo. - Ele respondeu e eu assenti indo fazer o encaminhamento do exame.

    Faltava cinco minutos pro meu horário acabar e esse era o último paciente do dia.

    Entreguei o papel pro meu pai e ele liberou o paciente.

— To indo, pai. Precisa de mim pra mais alguma coisa? - Perguntei pegando minhas coisas.

— Não, filho. Tá liberado, pode ir. - Ele respondeu concentrado no notebook dele.

    Como eu tinha combinado mais cedo de dormir na Cecília, mandei mensagem pra ela.

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Amor
      Você: Oi amor 18h02
      Você: Quer que eu te busque no estágio?
      Amor: Oie 18h05
      Amor: To de carro amor
      Amor: Pode ir direto lá pra casa
      Você: Blz

    Entrei no meu carro e fui direto pra casa da Cecília como ela havia pedido.

    Toquei a campainha e ela abriu a porta.

— Quase que a gente chega juntos. - Ela falou abraçando meu pescoço — Já te falei que você fica um gostoso de jaleco?

— Já, amor. - Respondi rindo depositando um beijo na boca dela — Como foi seu primeiro dia no estágio?

— Ah, não tenho muito o que responder. - Ela falou entediada — Minha chefe falou que eu basicamente vou digitalizar as anotações das Psicólogas e que com o passar do tempo vai mudando minhas funções.

— Bacana, amor. - Respondi sentando no sofá com ela — Digitalizou alguma coisa hoje?

— Não, hoje me pediram pra fazer um café e servir pros pacientes e funcionários. - A Cecília respondeu calmamente.

Eu franzi a testa na hora. Como assim colocaram ela pra servir café?

  Fodase se é o primeiro dia, ela não foi contratada pra isso.

— Tem certeza que fizeram certo, amor? Você não foi contratada pra isso. - Falei com jeito.

— Ah, Enzo. É o primeiro dia, né. Não vai ser assim sempre. - Ela respondeu tirando o salto — E isso não é nem o pior.

— Tem algo pior que isso? - Perguntei sincero e ela me olhou feio — Foi mal... pode falar.

— Sabe quem é uma das minhas colegas de estágio? A Jade. - Ela respondeu e eu arqueei as sobrancelhas.

— Porra, amor. Essa menina já tá te perseguindo, não é possível. - Falei sem acreditar.

— Pois é, pensei o mesmo. - Ela concordou — Mas vou fazer o que? To há tanto tempo esperando por esse estágio.

— Eu sei disso. - Concordei sabendo o quanto a Cecília falou desse estágio nas últimas semanas.

— Vai banhar agora? - Ela falou enquanto tirava a roupa.

— Vou. - Assenti seguindo ela até o banheiro.

Banhamos conversando sobre os nossos estágios e eu vi o quanto ela tá empolgada.

— Ai, to tão cansada. Vou pedir uma comida pra gente. - Ela falou se espreguiçando e eu assenti — Não to com coragem de cozinhar nada.

— Com esse estágio nem sei quando vou ter tempo de ir pra academia. - Falei deitando do lado dela.

— Nossa, nem me fale. - Ela respondeu concentrada no celular.

Peguei o celular dela e joguei pro lado, puxando o rosto dela pra mim.

Comecei um beijo calmo, sentindo ela passar a mão pelas minhas costas.

Ela finalizou o beijo com selinhos, cheirando meu pescoço.

— Te amo. - Falou me dando mais um beijo e pegando o celular de volta — Tenho que pedir o ifood, se não vai fechar a loja.

— Vai pedir o que? - Perguntei ligando a tv.

— Massa. - Respondeu e eu fiquei com água na boca — Um dia desse a Amanda pediu quando fui na casa dela e eu amei.

— Agora minha barriga roncou. - Falei e ela riu.

Peguei meu notebook na minha mochila e fui fazer uma revisão rápida de algumas matérias.

Meu pai me aconselhou sobre o que seria bom eu dar uma atenção maior nos estudos.

A Cecília pegou o Ipad dela e ficou estudando do meu lado.

Ficamos assim até o interfone tocar e eu descer pra buscar o pedido.

Quando eu voltei pro apartamento, a Cecília já tinha arrumado a mesa pra gente comer.

— Porra, não é que isso é bom mesmo. - Falei satisfeito com a comida que ela pediu.

— Eu te falei, amor. - Ela respondeu rindo — Essa massa a bolonhesa é a melhor.

— Vamos pedir mais vezes, com certeza. - Falei — Depois me manda o nome do lugar pra quando eu tiver atrasado pro estágio e não conseguir passar em casa.

— Mando sim, me lembra. - Ela assentiu e comemos a massa toda que veio.

Fomos dormir depois de jantar, porque ambos estávamos muito cansados.

Aquela PessoaOnde histórias criam vida. Descubra agora