Cassie alternava o olhar entre a pista e o GPS no painel do carro indicando o caminho para o hospital. Ao mesmo tempo, mantinha-se atenta a cada suspiro irregular que escapava de Adrien. Estava estranhamente quieto e isso deixava seus nervos à flor da pele.
-Adrien...? – Chamou por ele ao parar no sinal vermelho.
Ele apenas grunhiu para indicar que ouvia.
-Como se sente? Consegue aguentar mais um pouco?
Ele engoliu em seco antes de responder:
-Tenho outra opção...?
Cassie pressionou os lábios com força diante do questionamento doloroso que escapou por seus lábios. Sem pensar, ela segurou a mão dele e apertou com força.
-Estamos quase chegando no hospital, eu juro. – A voz dela saiu um murmúrio frágil. – Eles vão cuidar de você...
-Não... – Ele chiou, se mexendo um pouco para procurar uma posição mais confortável. – Só quero ter notícias do velho. Eu me viro em casa...
Cassie apertou o volante com mais força devido a raiva súbita que rugiu dentro de si.
-Não! – Ela exclamou, passando a marcha com mais força que o necessário quando o sinal abriu. – Já basta seu pai se recusando a ir para o hospital! Não vou ouvir isso de você também!
-Cassie... – Ele tornou a chiar ao virar-se para encará-la de frente. – Eu não tenho dinheiro para pagar...
Ela apenas revirou os olhos diante disso. Não entendia de onde vinha tanta relutância em receber atendimento quando claramente dinheiro não poderia ser seu real problema. Mesmo que estivesse sem a carteira no momento, isso não era dificuldade alguma, por isso respondeu:
-Não se preocupe com isso. Eu e a Doutora Meyers vamos resolver. Só quero que fique bem.
Desta vez, Adrien já não teve mais forças para contestar. Apenas seguiu o resto do caminho em silêncio até chegarem ao hospital.
Ela o ajudou a sair do carro e caminhar, em passos vagarosos, até a entrada. Assim que chegou, Cassie pôs Adrien no assento vago mais próximo e correu até a recepção para dar sua entrada como paciente. Aproximou-se da única recepcionista que não parecia ocupada, porém mal parecia prestar atenção ao que dizia, preocupada demais em observar os cabelos desgrenhados de Cassie e os arranhões em seus braços devido a briga.
-Qual o nome do paciente? – Ela perguntou em tom monótono.
-Adrien Austen. – Cassie resmungou impaciente.
No mesmo instante, a recepcionista travou e parou para encarar Cassie diretamente nos olhos pela primeira vez.
-Desculpe, você disse Adrien Austen? É a acompanhante dele? – Cassie respondeu afirmativamente para ambas as perguntas, surpresa com sua atitude. – Qual o seu nome?
-Cassie Novak. – Ela respondeu, com o cenho franzido, sem entender o que isso serviria para o atendimento.
-Certo... Peço apenas um instante, Senhora Novak...
Cassie estava prestes a retrucar que não havia tempo para um minuto. Porém a recepcionista pegou o telefone ao lado na bancada, digitou um número e aguardou alguns instantes antes de falar:
-Adrien Austen chegou... Sim, acompanhado de Cassie Novak... Certo, vou levá-los. – Ela desligou o telefone e virou-se para Cassie. – Vá buscar o paciente. Vou acompanhá-los até a sala do Doutor Jones.
Cassie achou estranho aquele atendimento instantâneo, mas preferiu não questionar. Ao invés, apressou-se em buscar Adrien, ajudando-o a se erguer da cadeira com dificuldade e guiando-o pelos corredores do hospital em passos lentos.
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Je T'aime
RomanceCassie trabalha em uma agência de advocacia, onde possui o emprego dos seus sonhos. Tudo em sua vida estava na mais perfeita ordem até surgir o filho mimado do seu chefe com uma proposta de viagem à Paris por duas semanas. Incapaz de recusar, a adv...