Docinho rosa.

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Capítulo 35:-Docinho rosa

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Capítulo 35:
-Docinho rosa.

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O som estridente de maquinário constante ecoava pelas paredes de metal e madeira, reverberando como um trovão dentro do pequeno quarto escuro. Através da escuridão, um bebê abriu seus olhos, grandes e curiosos, soltando um choro agudo. Deitado em um berço improvisado, feito de tábuas de madeira velha e enferrujada, a criança se debatia, os gritos perfurando a solidão do ambiente.

O quarto era simples, mofado. Paredes de metal, algumas se intercalando com painéis de madeira, traziam um ar de precariedade. Uma lâmpada pendurada no teto piscava intermitentemente, lançando sombras oscilantes nas poucas mobílias. Ao lado do berço, uma cadeira de madeira velha rangia a cada movimento, e um armário de metal, com a porta um pouco aberta, revelava roupas penduradas de forma desorganizada. O chão, coberto por uma fina camada de poeira e detritos, refletia a negligência e o descaso.

Então, uma fina linha de luz se fez presente, surgindo por uma fresta enquanto a porta rangia ao se abrir lentamente. A criança, com os olhos cobertos de lágrimas, mal conseguia ver quem entrava no quarto. Uma figura se aproximou do berço, movendo-se com dificuldade. 

-Vá dormir, não tem nada de bom aqui…- A pessoa se sentou na beirada do berço de madeira sujo e velho, pegando o bebê nos braços com uma ternura inesperada. Com uma voz baixa e melodiosa, começou a cantar uma canção:

-Brilha, brilha, estrelinha,  

No céu de Zaun a iluminar,  

Mesmo entre névoas e fumaça,  

Sua luz vai nos guiar. - Enquanto cantava, balançava o bebê suavemente. - Brilha, brilha, pequenina,  

Em meio à sombra a reinar,  

No coração de quem te vê,  

Esperança vai brotar.

A criança, sentindo o calor e a segurança nos braços desconhecidos, gradualmente parava de chorar, os soluços transformando-se em suspiros suaves.

Pela porta entreaberta, a cena de um conflito se desenrolava. Um homem, com o rosto contorcido de raiva, gritava furiosamente, e em um acesso de fúria, arremessou uma garrafa de vidro que se espatifou ao atingir a parede ao lado de uma mulher. Ele agarrou os cabelos dela, puxando-a com violência, enquanto as súplicas dela se perdiam no tumulto.

A figura, porém, manteve-se inabalável, continuando a cantar sem emoção aparente. Seu foco permanecia na criança em seus braços, os olhos fixos no bebê que, envolto na melodia e no balanço, adormecia serenamente, alheio ao caos que se desenrolava ao redor.

Arcane: Condenados (Lux x Jinx)Onde histórias criam vida. Descubra agora