Três anos após a explosão que abalou o conselho de Piltover e deixou Cassandra, a mãe de Caitlyn, cadeirante, Jinx está desaparecida e a cidade ainda se recupera das feridas do passado. Jayce, mais influente do que nunca, negocia um acordo com Demac...
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Capítulo 53: -Uma última bala.
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A sala subterrânea onde Elara se encontrava era um espaço frio e opressor. As paredes de metal, o zumbido constante das máquinas ao longe, e a luz tênue faziam tudo parecer sufocante, quase como se o ambiente em si fosse uma prisão. O cheiro de óleo e ferro se misturava com algo químico no ar, algo que Milenna não conseguia identificar, mas que despertava uma sensação familiar e desconfortável. As vibrações das máquinas criavam um ritmo monótono, como um batimento cardíaco incessante que ecoava no silêncio.
Ela estava sentada em uma cadeira simples, as mãos levemente tremendo enquanto Viktor ajustava um dispositivo atrás de sua nuca. Um leve choque elétrico percorreu sua espinha, fazendo seus músculos se contraírem. Milenna não sabia exatamente onde estava em Zaun, foi levada até o quarto vendada.
Imagens surgiram em sua mente, flashes de um passado que parecia distante, mas ainda assim presente. Seus olhos se arregalaram conforme as memórias retornavam: a Elara que ela havia sido, as risadas, as lutas, as dores, a vida que foi tomada. Uma enxurrada de lembranças invadiu sua mente, sobrecarregando seus sentidos.
Foi assim que ela começou a ter os flashs de memória, Viktor havia feito o mesmo enquanto ela dormia no hospital ao lado de Jinx após os acontecimentos na academia.
Sem dizer uma palavra, lágrimas começaram a rolar silenciosamente por seu rosto. O peso de quem ela era e o que havia se tornado a esmagava. Sentia-se fragmentada, como se fosse uma sombra de si mesma, apenas uma versão distorcida e reconstruída. Viktor, vendo as lágrimas, a envolveu em um abraço rígido e metálico, seu corpo robótico frio contra a pele de Elara, mas o gesto parecia quase genuíno. Quase.
-Está tudo bem - ele murmurou com uma voz calma, que soava quase humana, mas havia algo calculado em cada palavra. - Não haverá mais dor, Elara. Eu vou criar um mundo onde ninguém mais precisará sofrer. A Quimtec vai nos salvar.
As palavras dele ecoaram na mente de Elara, e ela começou a ligar os pontos. A fábrica, as feras, a dor que ela sentia antes... tudo se encaixava. Viktor não estava apenas criando uma tecnologia de cura; ele estava jogando com a vida e a morte, controlando algo muito mais sombrio.
-Você está por trás das Feras Quimtec - sua voz estava embargada, os lábios trêmulos enquanto o olhava nos olhos, que agora brilhavam de forma fria e analítica. - Você... e Singed estão juntos nisso.
Viktor não hesitou, apenas confirmou com um aceno, sua expressão impassível, quase como se fosse óbvio.
-A Quimtec não é boa… - Elara sussurrou, sua voz ganhando força. - Eu senti em mim mesma. Era corrosivo, Viktor. Eu estava cheia de raiva, dor... o tempo todo. Era como se aquilo estivesse me destruindo por dentro.
Viktor suspirou, impaciente, o brilho em seus olhos dourados metálicos piscando enquanto ele refletia sobre suas palavras. Ele se afastou um pouco, passando uma mão sobre o próprio rosto, como se estivesse cansado de ter que explicar a verdade.
