capitulo 33

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ꜱᴜíçᴀ, ɴᴇᴜᴄʜâᴛᴇʟ, 2017

Fiquei encarando meu irmão enquanto raciocinava o que ele havia dito. Peguei um morango do pote e dei uma mordida.

— eu vou tomar.

Ele deu um meio sorriso e abaixou a cabeça. Seu dedo indicador começou a bater repetidamente na ilha.

— como foi a sua conversa com o nosso pai? Já foi falar com ele, né?

Dei a última mordida no morango e limpei minha mão.

— sim. Não foi nada agradável, como era de esperado.

— o que ele falou a você?

— muita coisa idiota, prefiro não falar sobre isso, Leon.

— tudo bem.

Desci da cadeira, dei a volta e fiquei na sua frente.

— eu adorei passar um tempo com vocês, mas eu preciso ir embora agora.

— gostei de você ter vindo.

Ele me abraçou e beijou meu pescoço.

— eu te amo, Lili.

— eu também te amo, Leon.

Fomos até a sala e eu me despedi da minha cunhada e dos meus queridos sobrinhos.

Voltei para o hotel, para a minha solidão. Melani me mandou mensagem a noite, disse que estava indo para uma reunião na cidade com Domenic, também disse que estava sentindo muito minha falta e que vai ver se consegue vim em Neuchâtel na semana que vem.

[...]

Estou a duas semanas em Neuchâtel, se passou tempo suficiente para eu tomar uma decisão do que fazer da minha vida de agora em diante. Eu estava decidida, vou voltar para Vlöre.

Eu tentei de tudo para esquecer Domenic, tentei odia-lo por tudo que aconteceu, mas eu não consegui. A cada dia que se passava eu sentia mais sua falta. Se era isso que Domenic queria, ele conseguiu.

Comprei minha passagem para amanhã. Estava resolvendo algumas coisa em Neuchâtel antes de voltar para a Albânia. O táxi me deixou em frente a clínica, entrei e falei com a mocinha que estava na recepção.

— Boa tarde, eu tenho horário marcado com o doutor Gardel.

— Boa tarde, eu vou avisar que a senhorita chegou.

O doutor Fabio Gardel cuida de mim desde o dia que descobri o meu problema de coração. Ele também cuida de outras questões minha de saúde, e para o que eu queria, precisava da sua aprovação.

A mocinha voltou e pediu para eu ir até a sala dele.

— boa tarde, Lilith.

Falou Gardel, quando entrei na sala.

— boa tarde, doutor Gardel.

— em que posso ajuda-la? Acabou seu remédio? Faz tempo que não vem aqui.

Me sentei na cadeira em frente a sua mesa.

— eu não estava na cidade. E sim, eu preciso da receita para comprar mais caixas do meu remédio.

— está bem, vou lhe entregar a receita. Como você está?

— estou bem... Na verdade, nem tanto. Mas já vai passar.

Disse, sorrindo sem jeito.

— está sentindo alguma dor?

— não, só um mal-estar de vez enquando. Mas deve ser por que não tenho me alimentado muito.

APOSTA DA MÁFIA ( Livro 1 )Onde histórias criam vida. Descubra agora