APOSTA DA MÁFIA ( Livro 1 )

capítulo 42

ʙéʟɢɪᴄᴀ, ʙʀᴜxᴇʟᴀꜱ, 2017

Abri um pouco os olhos, minha visão foi tomada por uma luz branca, eu estava sendo levada por alguém ou algo.

— ela está acordando.

Meus olhos se acostumou com a claridade, estava olhando para o teto, ele parecia se mover.

— Lilith, consegue me ouvir?

Olhei um pouco para baixo e vi uma moça com uma roupa branca, ao seu lado havia um homem com a mesma roupa.

— Lilith.

Ela me chamou de novo e eu fixei meu olhar no seu.

— consegue me ouvir.

Concordei com a cabeça levemente.

O barulho de um aparelho apitando começou a ficar mais alto, e meus olhos voltaram a se fechar lentamente de novo.

— ela está tendo uma parada.

Foi a última coisa que me lembro de ouvir, antes de me afundar em um lugar escuro.

Meu corpo parecia estar flutuando, eu estava sozinha naquele lugar escuro, minhas pernas deram alguns passos involuntariamente e a escuridão começou a ser tomada pela claridade. Coloquei a mão na frente do meu rosto e continuei caminhando, até que cheguei em um lugar que parecia um jardim cheio de flores, matos e árvores. Havia apenas um banco branco de madeira no centro do jardim, olhei para um lado e para o outro e não via ninguém.

— meu bebê!

Ouvi a voz da minha mãe atrás de mim. Me virei e vi ela um pouco distante.

— mãe?

Em passos calmos minha mãe foi se aproximando de mim. Quando ela estava na minha frente, abriu os braços e sorriu.

— meu bebê.

Repetiu.

Eu não sabia se ela era real ou se eu estava vendo coisa, mas resolvi abraça-la para tirar minhas conclusões. Quando a abracei consegui sentir sua pele quente, seu cheiro doce de sempre, seus cabelos macios e cheirosos. Ela é real!

— como eu estava com saudades de você, filha.

Lágrimas quentes rolaram por meu rosto.

— mamãe...

Ela me afastou um pouco e tocou meu rosto, passando o polegar nas lágrimas que desciam. Ela está igual a minha última lembrança que tenho dela, a doze anos atrás.

— você está tão linda, Lili.

— mãe, aonde a senhora estava? Tantos anos...

Seu sorriso ficou um pouco triste, ela segurou em minhas mãos e nos sentamos no banco, uma de frente para a outra.

— você é o meu tesouro, querida, me desculpa por ter deixado você.

Um vento quente bateu em meu rosto e balançou os longos cabelos negros da minha mãe.

— aonde estamos?

Perguntei.

— estamos na passagem, querida.

— passagem?

Eu tinha plena consciência do que aconteceu antes de eu chegar aqui, eu levei um tiro e entrei em uma parada cardíaca.

— eu estou morta?

Minha voz saiu embargada.

— não, Lili.