Capítulo 54

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ᴀʟʙâɴɪᴀ, ᴠʟᴏʀë , 2017

Algumas semanas depois

"Lilith, tem coisas que não podem ser ditas aqui. Mas eu garanto a você que eu estou bem, eu nunca saí da casa no lago."

Virei o rosto para o lado e tentei não pensar nisso.

"Eu nunca saí da casa do lago, querida."

Sua voz parecia tão perto, eu conseguia sentir o cheiro da sua pele em meu nariz.

" Lilith, você precisa ir para a casa do lago. Precisa saber a verdade."

Tentava abrir os olhos mas eu não conseguia, não conseguia fazer aquilo parar.

"Lilith! Lilith!"

— não, não, não.

" você precisa saber a verdade! Lilith!."

— por favor, para...

" Lilith!"

— PARA!

Levantei a cabeça do travesseiro e finalmente consegui abrir os olhos.

— Llith, você está bem?

Olhei para o lado e vi Domenic, sentado na cama.

— você está suando, consigo ouvir seu coração bater daqui.

Ele me abraçou e colocou minha cabeça em seu ombro.

— está tendo pesadelo de novo?

Seu tom de voz mostrava preocupação.

— sim... Eu não aguento mais, Domenic... Não consigo fazer isso parar.

Apertei sua blusa em minhas mãos e tentei manter aquela imagem da minha mãe, longe da minha mente.

Eu não conseguia entender o que estava acontecendo. Depois do dia da minha quase morte, nunca mais consegui ser a mesma. Toda vez que eu fechava os olhos, ouvia a voz da minha mãe, sentia sua presença tão perto quanto Domenic estava agora. Eu estou enlouquecendo.

— meu bem, talvez esteja na hora de você procurar saber a verdade. Talvez depois disso, isso pare.

Engoli em seco.

— eu tenho medo do que eu possa descobrir.

— mas um dia você vai precisar saber. Talvez esse tinha tenha chegado.

Tirei minha cabeça do seu ombro e olhei nos seus olhos. Domenic estava tão cansado quanto eu. Toda vez que esses pesadelos me atormentavam, ele não dormia o resto da madrugada. Ficava atento para caso de acontecer de novo.

— eu vou com você.

Falou, tirando alguns fios de cabelo que estavam grudados ma minha testa, por causa do suor.

— não... Eu vou pedir para a Melani ir comigo, acho que consigo lidar melhor com isso se ela for comigo.

— ta bom, vou falar com ela.

Domenic beijou minha testa e me apertou em um abraço.

Durante o resto da noite os pesadelos não voltaram. Quando acordei pela manhã, saí da cama de fininho para não acordar Domenic. Fui até a cozinha e enchi uma xícara com café puro e me sentei a mesa.

Peguei meu celular e digitei o número de Leon. Fiquei parada olhando para a tela, pensando se deveria ligar para ele e avisar que iria para Neuchâtel e tentar descobrir a verdade sobre o que de fato aconteceu com a nossa mãe. Mas cheguei a conclusão que ele não entenderia, diria que eu não deveria voltar com esse assunto e nem mesmo procurar saber mais nada sobre. Então, desliguei o celular e o deixei encima da mesa.

APOSTA DA MÁFIA ( Livro 1 )Onde histórias criam vida. Descubra agora