capítulo 34

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ᴀʟʙâɴɪᴀ, ᴠʟᴏʀë , 2017

Meus olhos estão fixos na sua cama. O lençol está arrumado, os travesseiros no lugar e o pior de tudo, está vazia. Já fazem duas semanas, duas semanas que não vejo Lilith.

Deslizo minha mão na penteadeira que tem próximo a porta, e paro quando meus dedos toca em um dos seus perfumes. O levo até meu nariz e cheiro o delicioso aroma doce, fecho os olhos involuntariamente e a imagem de Lilith me vem a cabeça. Aperto o frasco de vidro em minhas mãos e o jogo na parede com raiva, o perfume se desfez em pedaços, o cheiro doce começou a circular pelo cômodo.

— maltido!

Rosnei. Ouvi alguém fazer um barulho com a garganta, atrás de mim. Antes que eu me virasse para saber quem é, a voz de Melani soou pelo quarto.

— Lilith não vai gostar de saber que você anda quebrando as coisas dela.

— pouco me importa, não sabemos se ela vai voltar.

Dei alguns passos e me sentei na poltrona que fica em frente a cama dela. A mesma poltrona que eu estava sentado quando ela acordou pela primeira vez.

— sinto falta dela.

Murmurou, se encostando na penteadeira.

— falou com ela?

Perguntei.

— sim.

— ela não fala se vai voltar?

— não, e eu também não pergunto. Temos que respeitar o tempo dela.

— já foi tempo demais, Melani.

Melani colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha e olhou para mim.

— se você não tivesse sido tão babaca, ela ainda estaria aqui.

Cerrei a mandíbula e apertei o braço do braço.

— Lilith está fazendo drama. Isso não era motivo para ela ter ido embora.

Ela entreabriu a boca e depois sorriu com sarcasmo.

— eu acho melhor eu ficar bem calada, se eu for falar, vamos começar a brigar. Não quero ter que ficar em um clima chato com você hoje, Domenic.

Olhei as horas em meu relógio de pulso e depois olhei para a minha irmã.

— eu acho bom você começar a se arrumar, Melani. Vamos sair em duas horas.

Melani me olhou com os olhos estreitos e saiu do quarto.

Continuei alí por mais alguns minutos, esperando para que de repente, Lilith aparecesse alí, de volta para mim.

[...]

Dei a última volta na gravada e a ajeitei no meio do meu peito. Saí do meu quarto e me encontrei com Melani na sala, que surpreendentemente já estava pronta para irmos. Caminhamos até a garagem e eu peguei uma das minhas ferrari. Hoje é o grande dia da inauguração da minha mais nova boate em Tirana, foram meses de planejamento para que tudo saísse perfeito mais uma vez.

Chegamos na cidade vizinha quase duas horas depois. Quando colocamos nossos pés na boate, fomos recebidos por algumas prostitutas. Elas nos levou até o segundo andar, na minha sala vip. Passamos pela enorme cortina vermelha que separava a sala do resto do segundo andar e nos sentamos nas poltronas.

Alguns Capos de outras máfias locais, estavam aqui, vinheram ao meu convinte. Melani e eu cumprimentamos nossos convidados e pegamos uma bebida da bandeja que a garota, quase nua, servia. Me levantei da poltrona e fui até a grade, onde conseguia ver o que acontecia no andar de baixo. Centenas de pessoas se esfregavam umas nas outras, homens tentando de tudo para conseguir uma mulher essa noite, e mulheres que estavam aproveitando para tirar todo o dinheiro dos pobres homens.

Melani se juntou ao meu lado, apoiou as mãos na grade e olhou para baixo.

— Lilith iria adorar isso aqui.

Dei um leve sorriso ao lembrar de quando eu e Lilith estávamos em Madrid.

— em algumas horas ela já estaria bêbada.

Melani riu e deu um gole na sua bebida.

— ela não tinha controle.

Gritou um pouco, por causa da música alta.

— Torricelli.

O capo de Berat, Dom, tocou em meu ombro e apontou com a cabeça para as garotas que estavam entrando na sala. Aquelas sim estavam nuas, a única coisa que elas usavam era uma mini calcinha que quase não cobria nada.

— acho melhor ficarmos lá embaixo.

Falou Melani, me fuzilando com seus olhos negros.

Olhei para aquelas prostitutas, cheias de silicone e plásticas em todo corpo, sorri e me virei para a minha irmã.

— se você quiser descer, pode ir. Eu vou ficar.

Melani me olhou sem acreditar no que ouviu. Ela se desencostou da grade e saiu pisando firme da sala.

Voltei a me sentar na poltrona junto com os outros homens, e não demorou para que uma das prostitutas vinhesse até mim. Uma mulher negra, com o cabelo cacheado, se sentou ao meu lado e começou a passar a mão em minha perna. Olhei para ela e apertei sua bochecha com uma mão.

— faça o seu trabalho direito.

A mulher mostrou um sorriso perverso e se ajoelhou na minha frente.

Passei o olho no resto da sala e vi que alguns dos homens já fodia frenéticamente as prostitutas. As mãos da garota subiu em meu peito e começou a desabotoar minha blusa. Sua pele tocou a minha, me fazendo arrepiar, ela subiu um pouco e começou a beijar e morder meu peito. Fechei os olhos para apreciar aquele momento, mas a única maldita imagem que me veio na cabeça foi a de Lilith.

Enquanto a mulher se esforça para me dar prazer, me beijando e me tocando, eu não conseguia tirar ela da minha cabeça. As mãos da prostituta foram para dentro da minha calça, tocando meu pau que já estava duro, mas não por que ela deixou, e sim por que eu só conseguia pensar naquela garota que fode com os meus pensamentos e comigo desde o dia que coloquei os olhos nela.

Abri minhas pálpebras lentamente e olhei para baixo. Aqueles olhos verdes brilhantes me olhavam cheios de desejo. Eu não vou conseguir fazer isso! Tirei as mãos da mulher de dentro da minha calça e a empurrei para ela se afastar. Me levantei da poltrona e saí da sala, aboatoando minha blusa no caminho até o banheiro.

Tranquei a porta e me olhei no espelho, eu estava péssimo. Esses dias sem a Lilith está me matando cada vez mais. Joguei um pouco de água no meu rosto e fiquei esperando eu me acalmar um pouco.

Assim que saí do banheiro fui a procura de Melani. Não a encontrei em meio a multidão. Não poderia voltar para a sala vip agora, com toda aquela orgia eu ficaria louco de vez. Me sentei em uma das mesas que ficavam próximas ao palco de dança e fiquei por alí algumas horas, até que Melani me encontrou.

— se divertiu?

Perguntou, se sentando na cadeira vazia.

— não.

— como não? Achei que ela transasse bem.

Ela estava com raiva e usando sua voz irônica.

— não transei com nenhuma prostituta, Melani.

— ué, e ela foi fazer o que lá? Olhar para a sua cara?

— eu não consigo!

Bati na mesa com raiva. Seu corpo se afastou um pouco da mesa e seus olhos me olhavam curiosos.

— vai me dizer que depois que transou com a Lilith, não consegue transar com mais ninguém?!

Para não responder a sua pergunta, bebi um pouco do whisky que tinha no copo.

— é queridinho, ela precisa voltar logo, antes que eu tenha que internar você.

Melani se levantou da cadeira e pegou seu copo.

— aonde você vai?

— dançar.

Falou, mostrando um sorriso de orelha a orelha.

Ela me deixou sozinho na mesa de novo. Eu ficava olhando as pessoas passando para lá e para cá, enquanto esvaziava vários copos de bebidas.

APOSTA DA MÁFIA ( Livro 1 )Onde histórias criam vida. Descubra agora