Morre a Suprema

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Antes da maldição

— DEFENDAM NOSSA CATEDRAL, IRMÃS! Defendam umas às outras – a Suprema bravejou.

Eles cercaram a construção feita de basalto escuro. Era alta, três torres a arranharem o céu, a frente lembrava as velhas igrejas renascentistas. As grandes portas duplas, de madeira escura, abriram-se com um guinchado, deixando escapar de lá um enxame de criaturas sem alma. Então a batalha começou.

Zaya havia abatido cinco Vambers com suas enormes garras quando ficou de frente ao grande líder.

—eu tentei negociar a paz – sua voz saiu afetada, triste, mas ela empinou o queixo, recompondo-se – mas você quebrou o acordo. Onde essa chacina nos levará? Ao caos, apenas.

— paz? PAZ? – o velho Adam Grigori gargalhou – que paz é essa onde seres humanos morrem?

—são assassinos, estupradores e monstros! Não podemos sobreviver sem tomar as almas de humanos. Basta uma para cada década. Eu estou tentando reverter essa maldição, por favor, tenha paciência, retire seus homens, não quero mais que ninguém morra. Que minhas irmãs morram.

— não passam de palavras vazias, seu demônio repugnante. Eu banharei o chão com o sangue maldito de suas irmãs e o seu – empunhou a espada – Isso acaba hoje.

— não – ela cerrou os olhos – isso acabará, mas não será hoje. Eu, Zaya de Lindgton, o desafio a um duelo até a morte – sua voz reverberou pelo campo de batalha.

Dito isso, Adam levantou o punho ao céu. Então a batalha cessou.

—o vencedor poupará o clã rival, mas este terá que sair dessas terras imediatamente. Nossos guerreiros não precisam morrer, os líderes decidirão esse conflito. Então, Adam Grigori?

— eu aceito.

Kaira chegou perto da mãe.

— mãe, não confie neles, são traiçoeiros.

— afaste-se, Kaira, é melhor assim – ela lhe deu um sorriso terno – eu a amo muito. Lembre-se disso. Se algo acontecer, leve nossas irmãs daqui, pois você será a nova Suprema.

A bruxa de cabelos de prata afastou-se e ficou com as outras bruxas. Enquanto Adam juntava os seus atrás de si. Foi até aos filhos e murmurou algo para cada um. Parecia ser uma despedida. Então voltou-se à bruxa. Logo um círculo de humano e demônios se formava ao redor deles.

Foi feito um longo silêncio, até os dois avançarem ferozmente um contra o outro.

(a luta que se seguiu)

Ela desviou-se do fio da espada como em uma dança

Ele a moveu de novo

Mas ela rasgou sua carne com as grandes garras

Ele segurou em seu pulso e quebrou seu braço

Ela cravou as garras em seu estômago

Mas ele a arremessou no chão

Mas então um círculo azul brilhou sob seus pés. Selamento. Foi rápido demais para a Suprema; ela sabia que a covardia de Adam não o deixaria lutar até o fim; mas não imaginou que fosse agir tão rápido. Estava imóvel, esperou que ele a atacasse de frente, porém sentiu quando o metal perfurou suas costas. Cinco flechas amaldiçoadas. Ela soltou um silvo, caindo sobre os joelhos. O sangue escorrendo pela boca. Os cachos caindo sobre a face, revelando aquelas poucas mechas prateadas em sua nuca.

Despertar: entre a ordem e o caosOnde histórias criam vida. Descubra agora