A Suprema das bruxas e o Líder dos vambers

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ELA DEBRUÇOU-SE SOBRE ele assim que chegaram.

— O que está fazendo aqui? – ele fitou o irmão.

— Matando dois coelhos com uma cajadada. – Ele ponderou sobre a ironia naquele ditado, então sorriu com um pedido desculpas. – Vamos lá, de acordo com Phillip, quando o eclipse passar, Ellie não vai mais poder quebrar a maldição, então só precisamos mantê-la viva por mais uma noite e as bruxas devem esquecer da sua existência... bom, teoricamente.

Kevin falava enquanto encontrava uma forma de carregar os dois até o porto. Tanto Liam quanto Ellie precisavam ter os ferimentos purificados o mais rápido possível. Era mais prudente voltar para casa e avisar Phillip do que estava acontecendo. Ele sentia a presença maligna se aproximando, mas jamais passou pela sua cabeça quem estava atrás da humana. Jamais imaginaram que a própria Suprema viria atrás de Ellie.

Então, sem aviso prévio, ou sem deixar que seu rastro se alastrasse, sua silhueta magra despontou ao lado deles, como um espectro. Kevin se quer sentiu sua presença se aproximar. Apenas virou o rosto - numa cena que se precisa observar em câmera lenta para poder entender o que se seguiu em sequência – ao seu lado estava Kaira, a Suprema da Irmandade, o poder do caos que emanava daquela carcaça bela era tão intenso que todos os seus ossos rangeram com tamanha energia. Diferente de como agira até aquele momento, a bruxa havia perdido a paciência, o jogo de caça ao rato terminaria naquele momento. Eles não tinham a menor chance; procurar Phillip não era mais uma opção, era uma necessidade.

Merda.

Seu corpo foi arremessado a quilômetros dali, envolto por aquelas sombras que cortavam sua pele.

Kaira voltou-se aos dois feridos no chão. Mas eles já não jaziam ali. Ela rosnou, fazendo com que a noite se tornasse mais escura do que já estava. Mas então um sorriso sombrio estampou seu rosto e seus olhos, até então opacos, brilharam com aquela ideia.

Mas de repente viu a lâmina fria roçar seus cabelos, moveu-se como uma nuvem para desviar-se do golpe. Sentiu náusea ao fitar aquela figura a sua frente; era idêntico ao maldito humano, o culpado por todos seus infortúnios, havia jurado matá-lo com suas próprias mãos da próxima vez que o visse, mas talvez matar suas crias fosse uma vingança melhor.

— A quer? Antes precisa passar por cima do meu cadáver.

— Será um prazer.

...

Ellie pôs Liam suavemente no chão. Já estavam a quilômetros do ocorrido, bem próximo da casa dos Grigori. Ele a havia carregado até certo ponto perto do vale, quando caiu sobre os próprios pés.

— Corra até a casa e encontre Phillip. A Suprema não é mais forte que ele.

— Eu não vou deixá-lo para trás. Nunca mais!

Ela puxou novamente em seu braço para apoiá-lo nos ombros.

— Ellie, pare. Pare – ele se desvencilhou sentindo uma fisgada, o sangue escorrendo de seu nariz e boca - Eu só preciso descansar um pouco – sorriu de um jeito dolorido – acho que aqui é meu limite. Não se preocupe, eu só preciso de um tempo para me curar.

— Você não vai se curar disso sem sangue, Liam – ela esticou o braço em sua direção – rápido, eu não vou a lugar nenhum sem você.

O vampiro sorriu amargamente e segurou o braço da garota. Levou até os lábios e beijou sua mão.

— Você já perdeu muito sangue. Vai ficar tudo bem, raio de sol.

Despertar: entre a ordem e o caosOnde histórias criam vida. Descubra agora