Um sacrifício

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AQUELE SANGUE NEGRO ainda jazia fresco no penhasco.

Eles pararam no meio do templo. Ellie o fitou. Kevin nunca permitiria que ela desse continuidade ao seu plano. Mas não sabia como o tiraria dali.

De repente sentiram o cheiro da morte, velas e enxofre.

Vultos vaguearam pela escuridão.

— Essas malditas não desistem?

Duas belas mulheres surgem entre as árvores, desgrudando-se das sombras. As mesmas que estavam com a Suprema.

— Onde está a Suprema, maldita Vamber?

— Morta.

As duas bruxas gargalham.

— Um ser patético como você nunca mataria a Suprema – a mulher de olhos azuis e cabelos espevitados riu-se.

Mas antes que pudesse terminar seu deboche sua cabeça caiu de seu pescoço e rolou pelo chão. Rapidamente a outra bruxa deu um longo passo para trás e pôs-se na defensiva. Kevin sacudiu a espada para limpar o sangue pegajoso.

— Eu já estou puto com essa merda toda – o vampiro voltou-se para a garota – se está pensando em um jeito o de acabar com isso vai logo, eu te dou cobertura.

Nesse momento a bruxa de tranças sussurrou palavras que eles já haviam escutado antes. Então das sombras se desgrudaram mais três cães infernais. Eles saltaram em direção a garota.

Kevin não se mexeu, continuou parado, a lâmina da espada apontada para o chão. Mas quando as criaturas ficaram a um raio de um metro dele, fez com que a catana dançasse no ar e ceifasse as três criaturas de uma só vez. Ele se ajeitou novamente e estalou o pescoço.

Ela sorriu.

— Eu posso fazer isso a noite toda.

— Ah, vá pro inferno – em um piscar de olhos ele estava ao seu lado, seus olhos vermelhos a poucos centímetros da face de Lily, com uma mão ele segura sua cara e aperta, quebrando todos os ossos de sua face com um estalar alto – isso já me encheu.

Com um giro, ele decapita Lily. Acabou. Mas conseguia sentir a presença de outras bruxas eternas, bem longe dali. Isso é estranho, se a Suprema realmente está morta, elas teriam sentido, e já deveriam estar aqui, como um enxame. Mas então um portal se abre sob seus pés, uma mão alva o puxo para lá.

— Kevin!

Silêncio.

Vai ficar tudo bem. Eu vou concertar tudo.

Voltou-se ao templo.

Caminhou até o altar de pedra.

O vermelho da lua já estava sumindo.

Tinha que ser rápida.

Algo que guarde memórias.

Trazia o bastão de prata na mão. Materializou a lâmina.

Enrolou os cabelos na mão passou o corte por eles. Depositando as melenas compridas no pedestal.

Algo que guarde segredos.

Tirou do bolso do casaco o pingente em forma de chave e o depositou do outro lado.

Algo que guarde o futuro.

Despertar: entre a ordem e o caosOnde histórias criam vida. Descubra agora