Os primeiros raios de sol

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— IREI QUERER explicações depois, Criska.

A multidão de Grigori observavam a cena ainda em meio as árvores; todos haviam sido mandados para aquele lugar de alguma forma. Estavam apreensivos, pois sabiam que isso era resultado de magia.

— Ela conseguiu... – Heike parou ao lado do primo.

— Mas a que preço – Kevin estava recostado em um tronco, então levantou-se e saiu.

Phillip quase teve um deja vi fitando o filho sumir na floresta e o outro desacordado em seus braços.

— Que preço nós pagamos?

— Nenhum, foi obra do destino.

— Então o destino dela realmente era morrer?

— Assim como era meu destino partir. Você entende agora?

— Acho que sim. Só me responda uma coisa. Se tivesse aceitado fugir comigo aquele dia, o que teria acontecido?

— Todos nós ainda seriamos demônios – ela sorriu de um jeito terno. Fazia tanto tempo, mas o sorriso ainda era o mesmo – a diferença é que seus filhos, seriam nossos filhos.

Ele divagou nessa última frase e virou o rosto, evitando olhá-la.

— As coisas ainda não estão certas – a bruxa suspirou – haverá uma grande confusão. E eu tenho que concertá-la, já que fui eu quem a fez. É isso que se ganha por brincar com o tempo.

— Então ela quebrou a Ordem do tempo... sabe que o Conselho vai atrás de você, não é?

— Eu sei. Não se preocupe, estou preparada para o julgamento. Eu tenho uma boa defesa. Ellie não quebrou apenas as maldições das bruxas e dos Vambers. Todo o mal cometido sobre a terra, vindo da magia obscura que foi fruto da maldição, será desfeito – Phillip fitou-a admirado e com uma interrogação. – Todos que morreram por conta da maldição, claro que deve haver exceções. Mas fora isso, tudo será concertado. Mas eu ainda não sei os efeitos colaterais de se criar uma nova realidade.

— Uma nova realidade... qual era a mensura de seus poderes, afinal? Mesmo usando os poderes da pedra da lua, isso é possível?

— Bem, aqui estamos nós para provar. Humanos – Criska lhe fitou e um por um longo momento seus olhos se encontraram – eu tenho que ir agora.

— Para onde?

— Para casa.

— Não temos mais a eternidade, Criska.

— Está pedindo que eu fique novamente, Phill? Achei que tivesse me esquecido nesses últimos duzentos anos.

Ela esperou resposta, mas não teve. Então foi embora.

— Como se fosse possível esquecê-la – sua voz soou saudosa, enquanto era cercado pelos outros Vambers.

Criska parou ao lado da irmã. Ela estava consciente, mas inerte. O choque de ser algo que ela sempre odiou a havia deixado sem reação, em uma posição catatônica.

A neve continuava a cair.

E continuou a cair quando os primeiros raios de sol despontaram no céu.


Despertar: entre a ordem e o caosOnde histórias criam vida. Descubra agora