(Esse cap é de desidratar de tanto chorar!)
Pov Narradora:
No dia seguinte, Flower estava inquieta. Suas mãos tremiam, o coração disparado como se estivesse em uma competição. Mas desta vez não era sobre quem dominava melhor o skate, nem sobre medalhas de ouro. Era algo muito mais importante.
Lucas, seu irmão mais novo, estava sentado no sofá da sala, distraído com um livro colorido que folheava sem realmente ler.
Ele tinha cinco anos, e desde que nasceu, nunca tinha ouvido a voz da irmã. A audição dele era um mistério, algo que nem os médicos conseguiram desvendar totalmente. Mas agora, depois de anos de terapias, exames, e esperanças renovadas e destruídas, havia uma chance. Flower havia juntado cada centavo de suas premiações, e finalmente, depois de tantas lutas e sacrifícios, conseguiu comprar o aparelho de audição que talvez mudasse tudo.
Ela entrou na sala devagar, segurando a pequena caixa com o aparelho. -Lucas-, chamou ela suavemente, como se ele pudesse ouvi-la de alguma forma. Ele ergueu os olhos e sorriu ao vê-la, sem perceber o que estava prestes a acontecer.
Flower se ajoelhou na frente dele, respirando fundo para tentar controlar a ansiedade. "Eu tenho uma surpresa para você", disse ela em libras, apontando para a caixa. Lucas olhou para o objeto com curiosidade, mas sem entender a importância.
Com mãos trêmulas, Flower abriu a caixa e retirou o pequeno dispositivo. "É um presente, Lucas. Isso vai te ajudar a ouvir melhor. Vai te ajudar a me ouvir."-Falou novamente em libras
Lucas observou enquanto a irmã ajustava o aparelho em sua orelha com um cuidado extremo. Flower mordeu o lábio, tentando não chorar. Quando finalmente colocou o aparelho no lugar, deu um passo para trás, quase sem respirar.
-Lucas-, disse ela, desta vez mais firme, tentando segurar a voz que parecia querer falhar. -Lucas, você pode me ouvir?-
O garoto piscou, os olhos se arregalando levemente. Ele mexeu a cabeça, como se estivesse tentando entender o que era aquela nova sensação, aquele som. Flower sentiu o coração acelerar ainda mais, quase se despedaçando pela ansiedade. Ela sabia que as chances de aquilo funcionar eram incertas, que talvez fosse só mais uma tentativa frustrada. Mas então, algo mudou.
Lucas olhou diretamente para ela, os olhos brilhando de uma forma diferente, como se de repente ele soubesse. Ele abriu um sorriso enorme e inocente, daqueles que só as crianças sabem dar, e com uma voz baixinha, quase um sussurro, respondeu:
-Flo...wer?-
Flower congelou. Era como se o tempo tivesse parado naquele instante. As lágrimas que ela segurava caíram com força agora, inundando o rosto. -Sim, Lucas! Sim, sou eu, Flower!- disse ela, quase rindo e chorando ao mesmo tempo. Ela se aproximou, abraçando o irmão com força, enquanto ele ria, encantado com a nova descoberta.
-Eu posso ouvir você-, Lucas murmurou, ainda surpreso, como se testasse a própria voz.
-Sim, você pode. Você pode me ouvir agora, Lucas. E eu estou tão, tão feliz que você pode-, sussurrou ela em seu cabelo, sem soltar o abraço.
Os dois ficaram ali, agarrados um ao outro, o mundo desaparecendo ao redor.
Nada mais importava. Todas as dores, as frustrações e os medos que Flower havia guardado por tantos anos foram substituídos por uma alegria pura e absoluta. Ela sabia que ainda haveria desafios, mas naquele momento, tudo parecia possível.
-Eu te amo, Lucas-, disse ela finalmente, puxando-se para trás apenas o suficiente para olhar nos olhos do irmão.
-Eu também te amo, Flower-, respondeu Lucas, ainda sorrindo, enquanto tocava o rosto da irmã com suas pequenas mãos, como se tentasse memorizar cada detalhe da voz dela.
Flower riu, secando as lágrimas, e levantou-se, ainda segurando a mão do irmão. -Vamos contar para o papai, certo? Ela vai ficar tão feliz!-
Enquanto os dois corriam para contar a novidade, Flower sentia como se algo dentro dela tivesse se curado, algo que ela nem sabia que estava quebrado. E naquele momento, nada mais importava no mundo além do sorriso de Lucas e da nova vida que eles poderiam começar juntos.
Flower e Lucas correram pelos corredores, com o som das risadas de Lucas ecoando pela casa. Cada gargalhada dele era como uma melodia que Flower nunca soubera que ansiava ouvir. Ao chegarem à cozinha, onde o pai deles preparava o café da manhã, ele ergueu os olhos ao vê-los entrar apressados, mas não estava preparado para o que viria a seguir.
Lucas soltou a mão da irmã e correu até o pai, seus pequenos pés batendo firmemente contra o chão de madeira. Ao chegar, ele parou, olhou para cima com os olhos ainda arregalados de surpresa e alegria, e disse, com a voz mais clara que já tinha tentado antes:
-Pai, eu posso ouvir a Flower!-
O pai, que segurava uma xícara de café a meio caminho dos lábios, congelou. O queixo dele caiu lentamente, enquanto ele olhava para Lucas, incapaz de processar o que acabara de ouvir. A xícara escapou dos seus dedos, caindo no chão e quebrando-se em pedaços, mas ele nem sequer piscou. Seus olhos estavam fixos no filho, como se temesse que o momento fosse uma ilusão.
-Lucas... você... você falou? Você pode ouvir?- Sua voz saiu em um sussurro, quase temendo quebrar o encantamento daquele momento.
Lucas assentiu, ainda com aquele sorriso largo no rosto. -Sim, eu posso ouvir agora!- Ele repetiu, quase orgulhoso, e em seguida, virou-se para olhar a irmã, que havia parado na entrada da cozinha, as mãos ainda trêmulas, o rosto molhado de lágrimas.
O pai de Flower, sem conseguir se segurar, largou tudo o que estava fazendo e caiu de joelhos, agarrando o filho em um abraço tão apertado que parecia que ele nunca mais iria soltar. -Meu Deus... meu garoto, você pode me ouvir...- Ele repetia, como se cada palavra fosse uma prece. Flower se aproximou lentamente, e o pai a puxou para dentro do abraço, envolvendo os dois filhos em seus braços.
-Obrigada, filha. Obrigada por tudo que você fez por ele,- sussurrou o pai no ouvido de Flower, enquanto as lágrimas escorriam pelo rosto dele.
Flower fechou os olhos, absorvendo o calor e o amor daquele abraço. Todo o peso que ela carregara nos últimos anos, todas as noites em claro, os treinos exaustivos, e a pressão de ser a melhor em tudo, para que pudesse dar a Lucas aquela chance, tudo isso finalmente valera a pena. E, pela primeira vez em muito tempo, ela se permitiu sentir paz.
Mais tarde naquele dia, depois que a emoção inicial começou a se acalmar, e o pai deles explicou a Lucas como o aparelho funcionava, a família decidiu sair para o parque. Queriam que Lucas experimentasse o mundo como nunca tinha feito antes: o som dos pássaros cantando, das folhas balançando com o vento, e das pessoas rindo ao seu redor.
Lucas segurava a mão de Flower enquanto caminhavam, seus olhos brilhando com cada novo som que ele identificava. -Flower, o que é esse som?- ele perguntava a cada poucos passos, e Flower explicava com um sorriso, cada vez mais encantada com a alegria dele.
Enquanto observava Lucas correndo adiante, tentando ouvir o som da água da fonte do parque, Flower sentiu uma mão suave em seu ombro. Virou-se e encontrou o olhar sereno do pai, que a encarava com um orgulho tão profundo que quase a fez chorar novamente.
-Você deu a ele o mundo, filha,- ele disse, a voz baixa, mas cheia de emoção. "E eu não poderia estar mais orgulhoso de você."
Flower apenas assentiu, sem palavras para expressar o que sentia. Em vez disso, ela voltou a olhar para Lucas, que agora estava ajoelhado ao lado da fonte, rindo enquanto ouvia o som da água caindo pela primeira vez. Ela sabia que ainda haveria desafios pela frente, que o caminho de Lucas estava apenas começando. Mas, pela primeira vez, ela sentia que tudo ficaria bem.
E enquanto o sol se punha naquele dia, lançando um brilho dourado sobre o parque, Flower soube que, independentemente do que o futuro trouxesse, ela e Lucas sempre teriam um ao outro. E isso era o suficiente para encarar qualquer coisa que viesse.
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This time, I want you (Yuto Horigome)
Fanfic🔴ISSO TUDO É UMA FICÇÃO! NÃO LEVE NADA A SERIO! PLAGIO É CRIME! 🔴 (Contém cenas hot) Crystal ou como conhecida Flower é uma Skatista brasileira do Rio grande do Sul, muito famosa internacionalmente a mesma tem 24 anos e começou sua carreira no ska...