This time, I want you (Yuto Horigome)

Capitulo 36: Garota estranha

Pov Flower:

No dia seguinte eu estava na pista de skate LSD de NY, quando vejo uma garota aparentemente com traços asiáticos vindo em minha direção. Eu a observo e lembro ela era uma garota que havia conversado comigo nas olimpiedas de Paris.

Não esperava rever ela aqui, e o que sera que ela quer?

Ela se aproxima com um sorriso suave, mas algo nos olhos dela me deixa alerta. Minjun, esse era o nome dela. Lembro vagamente das conversas que tivemos em Paris, nada muito significativo, mas o suficiente para reconhecer o rosto e o jeito dela.

-Oi, Flower, né?- ela pergunta, como se precisasse confirmar.

-Isso mesmo. Minjun, certo?- respondo, tentando soar amigável, mas mantendo uma certa distância.

-Você tem uma memória boa. Estou surpresa de te encontrar aqui em Nova York. Está treinando para alguma competição?-

Eu dou de ombros, deslizando um pouco no skate antes de parar ao lado dela. -Sim. E você, o que faz aqui?-

Ela dá uma risadinha e olha em volta, como se estivesse apreciando o cenário. -Ah, só de passagem. Nova York é tão inspiradora, não acha? Tanta energia, tantas possibilidades.-

Eu aceno, sem saber exatamente onde ela quer chegar. Minjun parece tranquila, mas tem algo na forma como ela me observa que me faz sentir como se estivesse sendo estudada.

-Então... eu ouvi falar que você e Yuto estão próximos,- ela comenta casualmente, mas há uma insinuação ali, algo que não consigo ignorar.

-Oh! não estamos juntos, somos apenas bons amigos- afirmo, mantendo meu tom firme, embora uma parte de mim comece a se perguntar por que ela está interessada nisso.

Minjun faz uma expressão de surpresa exagerada, como se essa informação fosse nova para ela. -Oh, que interessante. Sabe, Flower, às vezes é difícil perceber quando as coisas mudam. Quando alguém que você admira tanto... começa a te influenciar de maneiras que você nem percebe.-

Franzo a testa, confusa com o que ela está insinuando. O que você quer dizer com isso?-

-Eu só... estou preocupada, sabe? Yuto é incrível, mas ele tem essa... intensidade. Eu só não quero que você perca a sua própria essência. Você é tão talentosa, tão única. Seria uma pena se você começasse a se moldar às expectativas dele, sem perceber.-

Minha mente corre, tentando processar as palavras dela. Há uma verdade nas suas palavras, ou é apenas uma tentativa de plantar uma semente de dúvida?

-Eu sei quem eu sou,- respondo, mais para mim mesma do que para ela. -E Yuto nunca tentaria me mudar.-

Minjun suspira, como se estivesse genuinamente preocupada. -Eu espero que esteja certa, Flower. Mas só... tome cuidado. Às vezes, a gente nem percebe que está mudando por alguém até que já seja tarde demais.-

Ela me dá um sorriso triste e começa a se afastar, deixando suas palavras pairando no ar. Eu a observo ir embora, sentindo uma estranha mistura de irritação e incerteza. Será que ela tem razão? Será que estou me deixando influenciar demais?

Sacudo a cabeça, afastando esses pensamentos. Eu conheço o Yuto, conheço a mim mesma. Não vou deixar que as palavras de uma quase estranha abalem o que nós temos.

Mas, mesmo assim, uma pequena parte de mim continua a se perguntar... E se ela estiver certa?

Eu continuo andando de skate pela pista, tentando afastar as palavras de Minjun da minha mente. Cada movimento no skate, cada giro, me ajuda a retomar o controle, a focar no que realmente importa para mim. Mas, de alguma forma, a dúvida persiste, como um zumbido incômodo ao fundo.

Depois de algumas manobras, paro para tomar um gole de água e respirar. Observo o cenário ao redor: outros skatistas concentrados em suas próprias sessões, o som das rodinhas deslizando no concreto, a energia vibrante de Nova York que sempre me inspirou. Isso, sim, é a minha essência.

Pego meu celular e, sem pensar duas vezes, ligo para Yuto. Preciso ouvir a voz dele, dissipar essas inseguranças que Minjun tentou plantar.

-Alô?- a voz dele soa um pouco rouca, mas calorosa, como sempre.

-Oi, Yuto,- minha voz sai mais suave do que eu pretendia. -Eu... só queria ouvir você. Como está?-

Ele ri do outro lado da linha, aquele riso que sempre faz meu coração bater mais forte. -Estava pensando em você agora mesmo. Está na pista?-

-Sim,- respondo, olhando ao redor. -Só praticando um pouco. E você?-

-Estou terminando algumas coisas por aqui, mas posso passar aí em breve. Que tal?-

-Seria ótimo.- As palavras saem mais rápido do que minha mente consegue processar, mas não me importo. Quero vê-lo, estar com ele. Desligo o telefone sentindo uma estranha mistura de alívio e ansiedade.

Enquanto espero por Yuto, tento organizar meus pensamentos. Não posso deixar que as palavras de Minjun me afetem, mas talvez haja algo de verdadeiro no que ela disse. Será que estou mesmo mudando? Será que Yuto, com toda sua intensidade e presença, está moldando quem eu sou?

Quando Yuto finalmente chega, com aquele sorriso tranquilo e confiante, todas as dúvidas parecem desaparecer. Ele se aproxima e me abraça, como se nada mais no mundo importasse além de estarmos juntos.

-Você está bem?- ele pergunta, notando minha expressão um pouco distante.

Eu forço um sorriso, tentando apagar qualquer vestígio das dúvidas que me assombraram antes. -Estou, sim. Só pensando em algumas coisas... mas nada demais.-

Ele não insiste, apenas segura minha mão, e juntos voltamos para a pista. Deslizando lado a lado, sinto que, por mais que o mundo ao nosso redor tente nos influenciar, há algo inquebrável na nossa conexão.

Ainda assim, no fundo da minha mente, as palavras de Minjun permanecem. Não posso ignorá-las completamente, mas decido que não vou deixar que elas me controlem. Afinal, eu sei quem sou. E, por mais que o amor por Yuto seja intenso e envolvente, ele não define tudo o que eu sou.

Enquanto a tarde avança e o sol começa a se pôr, eu me permito relaxar. Por agora, escolho confiar em mim mesma, no que eu e Yuto temos. O futuro pode ser incerto, mas sei que não estou sozinha para enfrentá-lo. E, por mais que as palavras de Minjun ainda ecoem, eu não vou deixá-las determinar o rumo da minha vida.