Capitulo 29: Italiana?

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Pov Flower:

No dia seguinte, acordo antes de Yuto. O sol da manhã entra suave pela janela, criando um ambiente tranquilo e acolhedor. Levanto-me silenciosamente, tentando não acordá-lo, e faço minhas higienes pessoais. Escolho uma camisa do Grêmio, que sempre me traz boas lembranças da infância, e combino com uma calça cargo e meu par de tênis favorito.

Com tudo pronto, abro as cortinas do quarto, deixando a luz do dia entrar por completo. O brilho do sol reflete nos cabelos de Yuto, e ele começa a se mexer, despertando devagar. Aproximo-me da cama e, com um sorriso suave, acaricio seu rosto.

-Yuto, é hora de acordar,- sussurro suavemente.

Ele abre os olhos lentamente, piscando contra a luz que inunda o quarto. -Bom dia, Flower,- ele responde, ainda sonolento, mas com um sorriso preguiçoso que aquece meu coração. -Pronta para mais um dia em Nova York?-

Assinto, e logo estamos prontos para sair. Decidimos caminhar até uma cafeteria que Yuto mencionou na noite anterior, um lugar aconchegante que ele jurou ter os melhores cafés da cidade. O ar fresco de Nova York nos envolve, e caminhamos lado a lado, aproveitando a companhia um do outro.

Chegamos à cafeteria, e Yuto segura a porta para mim. O ambiente é acolhedor, com o aroma de café recém-moído e o som suave de jazz tocando ao fundo. Escolhemos uma mesa perto da janela, de onde podemos observar o movimento da cidade enquanto nos perdemos em nossa conversa.

-Então, me conta mais sobre você,- Yuto diz, curioso, enquanto mexe seu café. -Nunca te ouvi falar muito sobre a sua família.-

Sinto um pequeno nó se formar no meu estômago. Falar sobre o passado sempre é complicado para mim, especialmente quando se trata da minha mãe. Mas olho para Yuto, e a confiança que ele transmite me encoraja a continuar.

-Minha mãe era italiana,- começo, minha voz um pouco hesitante. -Ela nasceu em Florença e sempre foi muito orgulhosa de suas raízes. Quando se mudou para o Brasil, trouxe consigo todas as tradições que podia. Nossa casa era cheia de fotos da Itália, e ela sempre me falava sobre como era crescer lá.-

Yuto ouve atentamente, seus olhos fixos nos meus, me dando a segurança de que posso continuar.

-Ela era uma mulher forte,eu imagino que foi por isso que o meu pai se apaixonou por ela.- continuo, sentindo uma mistura de tristeza e admiração. -Mas... ela morreu quando eu tinha 14 anos.- Minha voz vacila, e sinto a dor daquele momento voltar à superfície. -Foi um acidente de carro.

De repente, todo o peso daquela memória me atinge com força. O som dos carros, o grito da minha mãe... tudo volta como se estivesse acontecendo agora. Meu corpo começa a tremer, e sinto as lágrimas se formando nos meus olhos.

-Flower,- Yuto sussurra, preocupado, enquanto se aproxima, segurando minhas mãos firmemente. -Está tudo bem. Estou aqui.-

Ele se levanta e se senta ao meu lado, envolvendo-me em um abraço reconfortante. O calor de seu corpo e o som de sua respiração começam a acalmar meu coração acelerado. As lágrimas escorrem pelo meu rosto, mas me permito sentir essa dor com Yuto ao meu lado. Ele não diz nada, apenas me segura, me deixando saber que não estou sozinha.

-Eu sinto muito,- murmuro, minha voz trêmula. -Eu tento não pensar nisso, mas às vezes é difícil... ela era tudo para mim.-

Yuto me abraça mais forte, como se quisesse absorver toda a dor para si. -Não precisa se desculpar, Flower. Você passou por muito. E eu estou aqui, agora e sempre, para o que você precisar.-

Sinto o calor de suas palavras e o aperto firme de seu abraço. Com um suspiro profundo, começo a me acalmar, percebendo que, mesmo que a dor do passado ainda me assombre, há conforto em compartilhar esse fardo com alguém que se importa.

This time, I want you (Yuto Horigome)Onde histórias criam vida. Descubra agora