Roberto Nascimento:
Todas as vezes que liguei pra Juliana, a chamada nunca completava. Ela me bloqueou de tudo, WhatsApp, SMS, ligação. Mas, de alguma forma eu tinha que falar com ela. Queria ir até seu apartamento, mas, o medo de olha-la no olho me impedia de fazer isso. Que merda eu fiz?
Entro no meu prédio, certo de que antes de qualquer coisa, tenho que acertar as pontas com aquela piranha. E por sorte assim que saio do elevador ela esta saindo de casa.
- até que enfim você apareceu, capitão - a filha da puta era cinica demais, eu não havia percebido isso de início
- esse filho pode ser de Deus e do mundo, menos meu, disso eu tenho certeza...- arrasto ela pelo pulso, abrindo a porta do meu apartamento, entro e jogo ela no sofá
- então sua irmã entregou o que mandei?
- ELA NÃO É MINHA IRMÃ, CACHORRA - me exalto apontando o dedo pra cara dela - ELA É MINHA MULHER PORRA
- ué lindo? Como vou saber que você tava mentindo la na boate? Voce disse que iria levar sua irmã pra casa e em seguida vi voce levando ela até o carro...- ela levanta as mãos enquanto explica
Caralho, logo lembrei que eu realmente disse isso na boate. Isso que dá pensar com a cabeça de baixo.
- merda, que meeeerda - sussurro pra mim mesmo enquanto passo as mãos no rosto
- olha só, esse filho ai voce sabe que não é meu, ta querendo o que? Golpe da barriga não cola mais hoje em dia não filha -
- claro que é seu meu amor, lembra não? Voce nem se importou com a camisinha, eu ainda ofereci -
- só pode ser piada... eu jamais foderia uma vagabunda da sua igualia sem me prevenir
- Bom meu bem, se voce duvida, pode pedir DNA, mas o bb na minha barriga aqui, é teu gato...
A cachorra se levanta e vai saindo do meu apartamento, puxo-a pelo braço e digo olhando bem proximo, olho a olho
- escuta bem o que eu vou te dizer, vamos fazer DNA, se esse filho for meu ele vai ter de tudo, mas se não for, eu mato você exatamente como esta, não ligo pra essa porra de gravidez se eu não for o pai, então se voce tiver mentindo, sugiro que fale logo a verdade, porque eu vou levar essa historia ate o final...- aperto seu braço ainda mais - eu dou um jeito pra nunca ninguem achar o seu corpo, ta me ouvindo?
Vejo o medo no olhar dela, é obvio que eu não mataria uma mulher, ainda mais gravida. Mas eu precisava de alguma forma fazer ela confessar. O que não aconteceu, ela sustentou e foi embora.
Pior de tudo? Eu não conseguia lembrar se usei ou não a porra da camisinha, que inferno, se esse filho fosse meu, Juliana nunca mais voltaria pra mim.
Depois de um longo banho, sento na varanda, tentando relaxar. É difícil ficar nesse apartamento sentindo o cheiro da minha mulher, por sorte dona Ruth não havia trocado os lençóis da minha cama e pela primeira vez na vida eu não queria que fizesse isso. Era o mais perto do meu amor que eu tinha, seu cheiro no meu travesseiro.
Abro a gaveta da mesinha de canto que ficava na varanda, minha válvula de escape estava ali, uma coisa que eu já havia jurado que não voltaria a fazer. Mas a tensão em mim só aumentava, a pressão das operações, as complicações em toda a papelada no batalhão, a porra de uma gravidez com uma vagabunda desconhecida... minha mulher que foi embora. Porra eu nem sei o que ela tinha afinal, foi no médico e nem me falou nada, também nem teve como. Eu queria saber como ela estava, queria ver ela, mas sabia que ela precisava de um tempo e eu daria esse tempo a ela.
YOU ARE READING
INDOMÁVEL - ROBERTO NASCIMENTO
FanfictionNessa história, vocês irão conhecer Juliana, uma mulher jovem de temperamento forte, tão forte quanto o nosso capitão. Tomem cuidado com o coração, porque as emoções por aqui podem causar ataque cardíaco rsrsrs 🔞 Fic não recomendada para menores de...