17° Capítulo da Chloe

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Estou com um vestido branco.
Dizem que significa paz, então eu vesti ele. Porque hoje eu quero tranquilidade para meu interior. Fora que eles estão todos de verde, e nem sei o porquê.
A família do garoto do sorvete vai chegar em poucos minutos, então preciso ser rápida ao fazer um coque bailarina, prendê-lo e adicionar uma borboleta brilhosa como broche. Meu cabelo não vai ficar solto porque o calor domina. Será que eu deveria escurecer meu cabelo loiro? Não. Ideia tola. Olho para o espelho que está em minha frente, vendo a aparência desta garota que só está indo a esse almoço por educação.

• Minha nossa e esses lábios ressecados?

Pego meu gloss rosa, e passo delicadamente para cobrir as rachaduras de meus lábios. Eles são vermelhos normalmente, mas ultimamente não ando me hidratando corretamente, o que resultou a isso.
Pronta.

Abro a porta do meu quarto, para ir à sala. Receberei os convidados do meu pai por lá. E falando neles vejo só dois. Desço as escadas com elegância, postura ereta, e delicadeza, não quero que tenham uma impressão errada de mim, mas também não posso ser muito fácil em conversas diplomatas entre eles.
Ao me aproximar do casal, abaixo um pouco a cabeça e começo a falar:

• Boa tarde senhores - levanto a cabeça - Estou grata por estarem aqui.
• O prazer é nosso por estar aqui com os seus pais - a mulher fala
• Perdão, senhora - saem dura as palavras - A senhora Natália não é a minha mãe
• Sinto muito, querida - seu olhar de pena pousa sobre mim - Não quero te chatear
• Está tudo bem - ouço sinceridade em sua voz - não é a primeira vez que isso acontece

Meu pai me olha querendo me repreender, mas não fará isso agora na frente deles, ele zela pela conduta que tem, seja quem for que esteja na frente dele. Até se um morador de rua ou até o irmão dele.

• Por que não nos sentarmos lá no quintal? - meu pai fala mais amigável - faremos um churrasco aqui
• Agora estamos no caminho - outra voz masculina ecoa pela conversa
• Eu posso esperar o filho do casal chegar, pai - ofereço um sorriso raso - Podem ir na frente.

Não é tão difícil aceitarem a proposta. Meu pai parece satisfeito com a minha atitude, Natália o apoia, e o casal? Eles não questionam, parecem felizes por isso.
Eles abandonam a sala, fazendo o silêncio se instalar aqui para me fazer companhia. Fico em pé próximo a janela para esperar aquele garoto aparecer. E exatamente acontece. Abro a porta da casa, assim que ele começa a estacionar o seu carro. Parece até o dia que nos encontramos na faculdade.

• Quer me oferecer outro tour? - seu sorriso aparece
• Dessa vez não.
• Pelo menos você está de tênis, então não iria cansar rápido
• Aposto que sua corrida te fez ficar mais insolente
• Desculpe - seu sorriso se mantém no lugar - Quero só que essa rigidez fuja de você, pelo menos para sorrir.
• Por que tenho motivos para sorrir? - olho severamente para ele - Sua mãe disse que Natália era minha mãe e você para completar não chega no horário combinado. Ah, e seu look fora de moda.
• Então é isso? - ele arqueia a sobrancelha - Tá com raivinha porque estou combinando com você?
• O quê? - arregalo os olhos - do quê você tá falando?
• Foi sem querer, floquinha. - ele olha para trás - posso entrar?
• Ah sim, claro - recomponha, recomponha. - Eles estão no quintal.

Andamos em direção ao quintal sem falar nada um para o outro.
Ele está realmente combinando comigo?
Olho para trás enquanto vejo o observar a minha casa. Sua calça branca, sua camisa e tênis são brancos também, para minha tristeza.
Viro meu rosto ao chegar perto do quintal.

SUPERANDO MEUS LIMITES  | romance cristãoOnde histórias criam vida. Descubra agora