Quanto tempo a mais eu conseguirei suportar as coisas que estão presas dentro de mim? Entrar na faculdade e fazer amigos talvez me ajude a ficar mais leve do fardo da perda da minha avó, a falta de fé que me encontro e quando meu melhor foi embora...
Finalmente o final de semana chegou. Torci muito para que esse dia chegasse. Hoje completamos dois meses de namoro. E como prometido, meu pai convidou o Son para cozinhar aqui em casa. Depois de almoçarmos em família, nós dois e os meninos iremos à praia, vamos ver a lua cheia chegar no céu. Confiar que meu pai não vai pegar muito no pé dele. É só crer e esperar. Ontem a noite fiquei conversando no grupo de whatsapp até umas meia noite, depois fui orar até meu joelho estivesse em câimbra, fiz isso porque queria orar a Deus até o último esforço que estivesse, sei que ele merece mais por isso quero entregar o máximo de mim.
O sol continua me acordando todas as manhãs, esse despertador natural é muito mais eficiente do que qual toque. Já que estaremos em casa, vestirei de modo adequado a isso, e para não deixar Mason constrangido com isso, mando mensagem o avisando.
- Tem certeza? Seu pai pode ainda gostar de mim por ser aquela criança, mas não quero ser desleixado com a minha aparência para ele. - não se preocupe, te garanto que ele vai estar do mesmo jeitinho, afinal é em família, certo?
Por volta das dez da manhã, a campainha toca. Desço as escadas correndo para abrir antes de meu pai, pelo menos para dar um pouco de coragem a mais, infelizmente chego tarde. Quem abriu a porta foi justamente ele. Que coisa. Como ele consegue ser rápido nesta idade? Vejo Mason comprimentar o meu pai com um leve aperto de mão e uma inclinação de cabeça. Quando ele passa pela porta, estico a minha mão para que ele segure e eu possa levá-lo para a cozinha.
• Viu a roupa dele? Confortável de casa! - sussurro só para ele ouvir • Vocês estão como eu imaginava. • Como assim? • Você está linda e ele relaxado.
Contenho os sorrisos tímidos. Ao entrar na cozinha procuro os ingredientes da receita que combinamos que ele iria fazer. Natália chega logo assim que fecha a dispensa.
• Seu pai e eu vamos comprar as coisas. • Vai deixar a gente a sós? • Ué, vão colocar a casa em fogo? Acho que não. • Não senhora. - respondo • Liguem a rádio para ouvir músicas, ajeitam o máximo, voltamos em vinte minutos.
Nem reação eu tive para responder a ela. Só concordei com a cabeça, e vi eles saindo pela porta da frente. Pelo o que eu entendi, temos vinte minutos sozinhos, então quero aproveitar o máximo. Porque depois papai não vai ser tão tranquilo.
• Já sei o que podemos fazer - ele franze a sobrancelha - Vamos lá no quintal, preciso te mostrar algo.
Saímos da cozinha enquanto corríamos para o quintal. Eu tinha que mostrar a ele o cachorro que adotei uma semana atrás. O filhote é a coisa mais linda nesse mundo. Adotei ele depois de ver um anúncio, enquanto eu lia um artigo da faculdade, no dia seguinte depois das aulas fui em um abrigo, o primeiro cachorro que vi com os meus olhos foi ele. O coitado tinha acabado de chegar por lá. Não pensei duas vezes antes de trazer ele. Vai ser uma ótima companhia para mim e meu irmãozinho Thalles. De vez em quando, ele chuta a barriga de Natália, mas é só quando estou por perto. Na primeira vez que o senti, fiquei meio sem graça. Mas já me acostumei.
• Qual é o nome dele, Chloe? - pergunta já segurando - Os meninos quando souberem vão amar. • Flocos. Já que é o nosso sabor favorito. • Combinou com ele, né amorzinho? - fala para o cachorro • Ele é seu amorzinho? Conheceu ele faz só dois minutos... e eu? - faço biquinho • Você é o meu amor, ciumenta - diz brincando - Ei, agora eu tenho uma coisa para fazer. • Hum? • Vem comigo!
Corremos igual crianças para a sala.
Seus olhos procuram por algo pela casa quase toda, nem entendo de início, mas quando ele solta um sorriso sonso enquanto segura uma rádio, isso significou que iria aprontar alguma coisa. Dois de seus dedos, vai girando o botão para encontrar a harmonia de música perfeita que ele procura. Assim que encontrar o que deseja, seus dentes branquinhos estão à mostra. A distância entre nós vai diminuindo, a cada passo que Son dá. Me mantenho no mesmo lugar, espero que seja ele que tome essa decisão. Quando a voz do cantor começa a sair pelo aparelho, Mason estende a mão, convidando para passar. Nem chego a pensar muito, seguro sua mão.
Essa música é a mesma de sempre. Todos os dias essa FM toca, desde da última semana em que o Son ainda estava por aqui antes da mudança. Fico feliz em saber que a sua memória não esqueceu de nosso refrão. Na semana em que eu descobri que ele iria embora essa música começou a fazer sucesso, quem ouviu primeiro foi ele, e todos os dias depois da escola quando eu ia a sua casa, escutamos em um par de fones compartilhado, um trecho dessa música. Todas as vezes que ouvíamos só esse refrão, sempre era Mason que cantava para que eu pudesse acreditar em sua promessa de criança. Acreditei naquele refrão até o dia em que realmente, sua promessa foi cumprida. Assim que o refrão é tocado ele me faz girar sem sair do lugar.
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Ipray to God to come home I promise you when I come home I pray to God to come home I'm gonna hold you so strong I promise you when I come home I'll never let go.
• Orei a Deus para que eu pudesse voltar para casa • Você fez a promessa de voltar • Agora que voltei, não vou embora • Estamos traduzindo o refrão? - abro um sorriso • Sabe o que falta? - diz enquanto encaramos um ao outro - O quarto verso.
Seu puxado é delicado enquanto me puxa para um abraço. Assim como o quarto verso, seu abraço é forte. Fazendo isso, deixaremos de lá este refrão para o passado.
• Não precisamos mais ouvir isto, acabou - Sussurro contra seu peito. • Não mesmo, minha garota - um beijo é depositado no topo da minha cabeça.
[ OIII TUDO BEM? DESEJO QUE SIM! mais uma dança! eu amei o nome do cachorro.... é tão lindo lembrar do primeiro reencontro deles de forma diferente! eu tô amando, e você?
