31° Capítulo da Chloe

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Parece que ocorreu tudo ontem.

Quando abri os meus olhos hoje de manhã, fiquei decepcionada pois não vi ninguém ali, torcendo para que eu acordasse, mas logo depois compreendi a situação. Não posso ficar cobrando as pessoas, elas tem suas próprias vidas para cuidar, não é justo ter esse tipo de comportamento para aqueles que ouvi por vários dias me pedindo para melhorar rápido.

O médico me disse que já fazia uma semana desde que aquilo acabou acontecendo. Ele contou poucas coisas que nem tem importância, disse que não era necessário me sobrecarregar com várias informações. Como ainda estou tentando processar tudo que está acontecendo, fiquei um pouco zonza assim quando sentei na cama. A enfermeira veio conversar comigo logo após o doutor sair para avisar a notícia que eu estava acordada.

Fiquei agoniada com ela me fazendo várias perguntas sobre mim, porque em minha cabeça não existia respostas sobre tais questões. A única coisa que sei é o meu primeiro nome. Ah, e também sobre o garoto que fica me contando histórias sobre nós dois quando crianças. Disse a enfermeira que posso reconhecer as pessoas pelas vozes, assimilando pelo o que contaram quando vinham visitar a mim.

Ouvi a conversa entre os médicos que estavam perto da minha porta, dizendo que eu havia perdido a memória durante o meu acidente. Para mim isso não é nada bom, mas só que não estou conseguindo ter nenhuma revelação de emoção. Estou totalmente neutra em relação a esta situação. É como se a anestesia estivesse em comando do meu próprio corpo, evitando qualquer reação.

Observo a sala do meu quarto, tem uma poltrona que apresenta confortável, uma janela próxima a ela, um armário pequeno para que as visitas possam guardar por lá o que for preciso.

Quando começo a passar os meus olhos pela porta novamente, vejo um garoto alto entrando, logo após paralisando com seus olhos castanhos claros arregalados, sinto meu coração acelerar ao ver cada detalhe dele. Seus cabelos grandinhos, o estilo de roupa que está vestindo, tudo nele reconheço pelas coisas que tenho ouvido. Meu coração diz quem é ele, eu sei que sabe muito bem.

Sinto um pouco de dor de cabeça, quando continuo olhando para ele, mas dessa vez, vejo ele pequeno. Mais ou menos com a idade que nos conhecemos, pelo visto, ele não mudou nada. Quando volto para o presente, balanço a cabeça forçando a dor passar, e assim acontece.

Eu sei o seu apelido, porque foi eu quando criança que dei. Faço com que o nó em minha garganta se desfaça, colocando a minha voz para fora.

• Son - falo mais afirmando do que perguntando
• Ma belle… - diz enquanto cai lágrimas de seus lindos olhos
• Vem aqui - digo já chamando para um abraço - eu deixei Jesus me ajudar, sabia?

Ele não perde seu tempo para se aproximar e me abraçar com uma força que arrancaria meus pulmões.

• Não quero ser injusta com você - sussurro para ele ouvir - Mas não me lembro de quase nada.
• O importante é que você está aqui - soprando mais palavras ele continua - Teve um momento que tive tanto medo… - ouço o seu fungado - Mas então entreguei a Deus.
• Obrigada por tudo… - é tudo que consigo falar

SUPERANDO MEUS LIMITES  | romance cristãoOnde histórias criam vida. Descubra agora