Capítulo 21

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Eu não conseguia parar de sorrir, era tanta emoção. Quando o show começou com Radio Friendly Unit Shifter, eu não podia acreditar que eu realmente estava ali. Eu fiquei bem perto deles, no lado do palco, perto de umas caixas. Estava usando um crachá que me permitia o acesso aos bastidores.

Eu estava vibrando, cantava junto, pulava, gritava. Eu realmente estava curtindo bastante. Quando ao Steve, eu acabei dispensando ele antes do show e ele sumiu entre os outros fãs. Estávamos eu e o Sidney, o cara da van, ali aproveitando o show.
No intervalo entre uma música e outra, Kurt largou sua guitarra no palco e veio até mim, enquanto Krist falava coisa com coisa no microfone.

— Ei. — Ele sorriu, então olhou para os lados — Está sozinha aqui?

Sidney tinha saído para comprar bebida e ir ao banheiro.

— É, estou.

— Ótimo.

Então, ele segurou meu rosto entre as mãos e me beijou. Eu perdi o fôlego por um momento, mas fechei os olhos e respirei fundo. Ele me abraçou pela cintura, me puxando para mais perto, nossos dentes se chocaram. Nos afastamos, rindo.

— Está gostando do show?

— Estou amando!

— Que ótimo, minha linda. Bom, eu tenho que voltar, te vejo depois.

— Vai lá.

Ele deu um sorrisinho e voltou para o palco.

O show seguiu em frente. Em certo momento, quando terminaram de tocar Dumb, Dave começou a dizer no microfone:

— Galera, se liga. Para a próxima música, vamos ter outro baterista! – ele olhou para o lado onde eu estava – Mad, vem cá?

Senti uma pontada no peito, não consegui nem me mover, fiquei estática.

— Anda, Mad, não seja tímida. – Kurt disse e todo mundo começou a gritar: Mad! Mad! Mad!

Sem ter saída, fui até lá, com as pernas trêmulas. Quando apareci no palco, todo mundo gritou, estavam animados, não sei o por quê. Fui até a bateria, onde Dave estava de pé.

— Dave, o que está fazendo?

— É In Bloom, eu te ensinei tocar, você sabe.

— Mas...

— Anda, você vai gostar! – ele pegou o microfone de novo e disse — Gente, essa é a Mad, uma grande amiga nossa. Dá um oi pra eles Mad? – ele estendeu o microfone para mim.

— Hã... Oi?

Ele me deu um par de baquetas. Peguei-as com as mãos suadas e tremendo. Ele percebeu minha tremedeira e falou:

— Calma, eu vou estar aqui, bem atrás de você. Agora manda a ver!

Kurt olhou para nós e fez sinal, perguntando se podia começar. Dave fez jóia com o polegar. Eu me preparei, e então, a música começou. Nem sei explicar o que eu senti...
Eu, tocando em um show de rock, com minha banda favorita? Minha mãe ficaria orgulhosa.
Me concentrei em não errar nada, estava toda tensa. É claro que houve um ou dois erros, mas no fim deu tudo certo. A música acabou e eu me levantei. A primeira coisa que fiz, foi me virar e abraçar o Dave. Ainda estava tremendo toda.

— Você arrasou!

Soltei ele e não falei nada. Me virei e voltei para o lado do palco, estava impactada, sem acreditar no que tinha acontecido. Sentei no chão, na verdade, desabei, deitei ali no chão, de olhos fechados. Sorri enquanto começavam a tocar About a girl.
*

In BloomOnde histórias criam vida. Descubra agora