Capítulo 23

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Quando acordei, estava anoitecendo. Me espreguicei, mas continuei na cama, reunindo coragem para levantar e ir ao banheiro lavar o rosto. Tinha um divã nos pés da cama, e o controle remoto da televisão estava em cima dele. Me arrastei até lá e me sentei cruzando as pernas.

Liguei a televisão, e no primeiro canal que apareceu, estava passando um filme de ação. Deixei a televisão ligada e fui ao banheiro. A porta do banheiro ficava ao lado do rack da TV. Lavei o rosto, escovei os dentes, então voltei para o quarto. Terminei de ver o filme. No fim, o maromba que roubava carros, ajuda a polícia, mata seu inimigo e fica com a mulher que ele queria.

Tomei um banho quente e me senti bem relaxada. Usei uma amostra de óleo corporal que tinha no banheiro, de maracujá, deixou minha pele macia e cheirosa, parecia um veludo. Então, vesti o vestido vermelho que havia comprado, calcei um par de sapato boneca preto. Passei um batom cor vinho e fiz um delineado. Estava pronta, mas quando ia sair do quarto e procurar os meninos, bateram na porta.
Era Kurt, ele estava usando uma calça de dormir, azul com estampa de patinhos amarelos, e uma camisa branca. Ele arqueou as sobrancelhas e me olhou de cima a baixo, boquiaberto.

— Você está tão bonita.

— Valeu.

—Sempre está. E, nossa, que cheiro é esse? – Ele chegou mais perto, com as mãos na minha cintura e o nariz no meu pescoço, me fazendo arrepiar.

— Vem, entra.

Puxei ele para dentro e fechei a porta.

— Vocês vão sair agora? — Ele perguntou, sentando na beira da cama.

— Daqui a pouco. Você vem?

— Não, vou ficar por aqui mesmo.

— Pensei que você fosse...

—Não estou a fim. Sei lá, estou desanimado.

— Então, eu vou ficar com você. Podemos ver um filme, jantar, fazer alguma coisa legal... Brincar com a Fran, subir e descer no elevador...

— Olha, isso é tentador, mas você tem que ir, quero que se divirta.

— Mas, eu me divirto com você, bobão.

— Você vai ter todo tempo do mundo para se divertir comigo depois, mas você tá em Paris agora, tem que curtir mesmo.

— Mas, acho que...

— Calma, meu bem, eu tô legal, acredite – ele beijou minha testa – Quero que você curta a cidade, faz isso por mim?

Ele me olhou nos olhos e não tive saída.

— Ok.

— Bom, eu vou tomar um banho e talvez dormir. Os meninos já devem estar prontos.

— É.

Ele se levantou, mas antes dele dar o primeiro passo, o puxei e dei um selinho nele, devagar, depois outro, e mais outro e outro. Até que ele me abraçou e deu tapinhas na minha bunda:

— Para com isso, mocinha. Você vai sair e me deixar aqui com vontade.

Eu o abracei com força, cheirando seu pescoço:

— Você é tão lindo, eu sempre quis te abraçar assim.

— Mulher, nem banho eu tomei hoje, estou fedido e usando uma calça de patinhos. E você aqui falando que sou lindo, você não existe, Mad.

— Você não tem ideia do quanto eu gosto de você nem do quanto estou feliz por estar aqui. Às vezes, nem consigo acreditar que é real.

Ele se afastou um pouco, com as mãos na minha cintura, e inclinou a cabeça, meio sem entender:

In BloomOnde histórias criam vida. Descubra agora