Capítulo 8

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  Já era sexta-feira, lá pelas onze da manhã. Courtney tinha viajado e levado Frances.
Eu estava no meu quarto e Kurt no dele. Estávamos cansados, a Frances não deixou ninguém dormir à noite.
Eu estava deitada, ouvindo músicas no meu MP3. Foi então que pulei a música, e no intervalo entre uma música e outra, ouvi um gemido no corredor. Levantei a cabeça e olhei, a porta estava aberta, mas não vi nada. Fui até lá e espiei. Vi Kurt descendo a escada.
Tirei o fone, deixando o MP3 em cima da cama. Desci e o encontrei sentado no sofá, com a mão cobrindo os olhos, como se tudo estivesse girando ao seu redor.
Sentei do lado dele, colocando a mão em seu ombro:

— Ei, o que foi? Tudo bem?

— Eu só...

Antes de terminar de dizer, ele vomitou. Só senti um líquido quente derramando nos meus pés.

— Meu Deus! — exclamei, dando um pulo do sofá.

Ele vomitou de novo, antes que pudesse se curvar, então se sujou todo, vomitando no próprio colo.

— Ei, vem, levanta. Vamos limpar isso. — falei, pegando sua mão.

— Não, estou muito tonto... Vou me deitar aqui.

— Cara, você está todo sujo de vômito. Tem que tomar um banho e se deitar na cama.

— Não sei se consigo subir as escadas...

— Eu vou te ajudar.

Peguei seu braço, o mantendo estável, então ele ficou de pé. Ele passou o braço sobre meus ombros, se apoiando, eu o segurei firme. Subimos a escada, com cuidado. Andamos até o fim do corredor, entrei com ele no banheiro e fiz ele sentar na tampa do vaso.

— Consegue tomar banho sozinho?

— Consigo — ele começou a se levantar, mas fraquejou e sentou de novo — É, não vai dar.

— Tudo bem.

Ajudei ele a ficar de pé, o levando para dentro do box. Me virei de costas, e ele se apoiou em mim, com as mãos no meu ombro, segurando com tanta força que estava doendo.

— Tira a roupa e faça o que tem que fazer, mas cuidado.

— Ok.

Ouvi ele abrindo o cinto, tirando a calça e o resto. Jogou-as por cima do box, e abriu o chuveiro. Eu praticamente tomei um banho também, me molhou toda.
Levou alguns minutos para terminar. Então, ele fechou o chuveiro, e eu estiquei a mão para pegar a toalha pendurada no gancho da parede. Entreguei a ele, ainda de costas.

— Pode se virar agora. — ele disse, calmamente.

Me virei devagar, e ele passou o braço sobre meus ombros, se apoiando. Saímos do banheiro, entramos no quarto que ele estava dormindo ultimamente. O sentei na cama,e fui até a cômoda. Peguei uma calça de dormir e uma camisa preta, de alguma banda que nunca vi. Parecia confortável. Entreguei para ele vestir, e falei que ia me trocar também.
Fui até o banheiro primeiro, lavei os pés, e fui para o quarto. Peguei um vestidinho simples, pano leve, verde com estampa de florzinhas. Era soltinho, de alcinha e com um decote V, com rendinha nas bordas. Nem me ocorreu vestir um short por baixo, estava com pressa. Calcei os chinelos, e voei para o quarto do Kurt. Ele já estava vestido, deitado na cama. Me sentei ao lado dele.

— O que você está sentindo? — perguntei.

— Dor, muita dor de estômago.

Encostei a mão em seu pescoço, estava quente.

—Está com febre também –conclui – Você tem algum remédio pra dor?

— Sim, está na terceira gaveta do armário, do lado da geladeira.

In BloomOnde histórias criam vida. Descubra agora