Capítulo 13

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Acordei de manhã, e a primeira coisa que vi ao abrir os olhos foi um gatinho de porcelana, em cima da mesinha de centro na sala. Eu estava encolhida, em posição fetal, e Dave dormindo sentado, na outra ponta do sofá. Sentei, sentindo o corpo pesado. Tirei a remela dos olhos e limpei a baba do queixo.

— Dave? — Cutuquei sua perna.

Ele abriu os olhos e levantou a cabeça, todo grogue de sono:

— Que foi...?

— Já está de manhã.

— A Jen vai me matar... Mas, foda-se, o que é um peido pra quem já está todo cagado? Vou voltar a dormir...

— Não, tenho que ir embora. — Insisti, cutucando sua perna outra vez.

— Tá bom, Mad... Mas, vamos tomar um café primeiro — Ele bocejou — Você começou a falar enquanto dormia, e peidou pra caralho.

— Ai meu Deus, me diz que é mentira.

— É verdade, ficou a noite inteira me bombardeando com esses gases. Sério, dormir com você é insalubre, o Kurt está ferrado.

— Cala a boca! — Eu ri, batendo nele com uma almofada.

Ele riu e se levantou, estendendo a mão:

— Bora tirar a barriga da miséria.

— Vamos lá.

A casa estava silenciosa, todos ainda dormiam lá em cima. Fomos para a cozinha, ele deu uma olhada na geladeira, então anunciou:

— Prepare-se para comer o melhor misto quente do mundo.

Eu sentei à mesa. Ele estava animado. Pegou os pães de forma e queijo Cheddar. Preparou-os e foi colocar na sanduicheira.

— Quer fazer um suco? — Ele perguntou.

— Quero.

Me levantei da mesa, fui até onde ele estava. Ele pegou algumas laranjas na geladeira e colocou em cima da mesa. Me deu uma faca:

— Corte-as no meio e passe no espremedor.

—Ok.

Ele pegou o espremedor no armário e me entregou. Comecei a cortar as laranjas, uma por uma. Depois fui rodando-as no espremedor. O caldo caía já dentro da jarra.
Percebi que Dave estava encostado no armário, de braços cruzados, me observando.

— Que foi? — Eu ri.

— Nada. — Ele riu também.

— Estou fazendo alguma coisa errada?

— Bom, na verdade...

— O que foi?

— É, você está fazendo errado.

Não entendi, estava fazendo tudo certinho. Ele veio até mim.

— Como faz então? — retruquei.

— Tem que apertar mais... aqui. — Ele apertou meu nariz, sacudindo minha cabeça de um lado para o outro.

— Dave!

Eu ri dele, e voltei a espremer as laranjas. Ele foi procurar alguma coisa no armário.

— Acabei. — Anunciei, satisfeita.

Ele esfregou as mãos, vindo até mim:

— Espero que o suco não esteja azedo, igual a pessoa que o fez.

In BloomOnde histórias criam vida. Descubra agora