In Bloom

Capítulo 10

Encontrei Courtney na sala principal, junto com uma mulher baixinha de cabelo verde.

— Oi. — falei.

Courtney se virou para mim, sorriu e já ia me abraçar, mas parou, com a boca aberta e os olhos arregalados. Senti um frio na espinha... Por que ela estava me encarando daquele jeito? Será que, de algum jeito, sabia que eu e o Kurt...

—Seu cabelo!Meu Deus,seu cabelo! –exclamou,interrompendo meus pensamentos.

Tinha até esquecido disso. Sorri e passei a mão nele:

— Ficou legal?

— Ficou muito foda! Garota, está um arraso! — ela me abraçou.

— Que bom.

Ela me soltou, ainda sorrindo, passando a mão pelo meu cabelo.

— Resolveu vim mais cedo? — perguntei.

— Bom, na verdade, eu vim só para comemorar o aniversário da minha amiga. Vou resolver umas coisas aqui na cidade e à noite vamos fazer uma festa surpresa na casa dela, mas amanhã já estou com o pé na estrada.

— Ah, sim.

— Pode me dar licença? É que tem um monte de coisas para fazer até a noite.

— Sim, claro.

— A gente se fala depois, flor. — dizendo isso, fez sinal para a mulher de cabelo verde a seguir.

Mas, três passos depois, ela parou, e virou-se para mim novamente:

— Ah! Cadê o Kurt?

— Acho que dormiu.

— Ok.

As duas se foram pelo corredor. Quando me virei, para subir a escada, dei de cara com Charlotte.

— Ei, tudo bem? — perguntou.

— Sim.

—Mas, o que aconteceu?

— Ele bebeu e ficou um pouco emotivo.

— Que loucura. Mas, ele está bem mesmo, não é?

— Vai ficar.

— Espero.
Charlotte disse que ia para a cozinha, ajeitar umas coisas, e pareceu super desinteressada nisso. Eu subi para o meu quarto, encontrei Kurt do mesmo jeito que deixei. Achei que estivesse dormindo, mas assim que me abaixei ao lado da cama, ele abriu os olhos.

— Oi.

— Oi — respondi — Então, é melhor você ir para o seu quarto.

— Por que...?

— A Courtney está aqui, não quero confusão.

— É... Tem razão.

Ele levantou, devagar, e apoiou o braço sobre meus ombros. Levei ele até seu quarto, ele deitou e eu o cobri com o edredom. Não dissemos mais nada, ficamos ali no silêncio, ouvia-se apenas um canto de pássaro bem longe lá fora. E eu fiquei ali por um tempo, até ele pegar no sono. Verifiquei se ele estava mesmo dormindo, só então saí dali e desci.
Ia para a cozinha, mas fui impedida por alguém me chamando:

— Mad?

Me virei e fui até Courtney.

— Oi. — tentei sorrir.

— Quer nos ajudar a preparar umas coisas para a festa?

Olhei para ela, meio confusa. Ela sorriu animada: