Capítulo 17

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Estávamos no bar há quase três horas, todos juntos na mesa. Mas, com o tempo a conversa foi esfriando, Kurt se levantou e foi para o balcão, Courtney foi até uma mesa de mulheres que ela conhecia, e eu, Krist e Dave ficamos lá conversando sobre fazer pegadinhas com os amigos. Krist, depois de três cervejas, conversou comigo de boa e deixou de lado seus sentimentos negativos por mim.
Mas um tempinho depois, os dois se levantaram, dizendo que iam ao banheiro ou algo assim, não entendi bem, a música estava um pouco alta. Pronto, fiquei sozinha na mesa.

Começou a tocar uma música do Elton John. Olhei em direção ao balcão do bar e vi Kurt. Estava encostado com os cotovelos e as costas no balcão, olhando em volta. De repente, seu olhar encontrou o meu. Ele olhou fixamente para mim, com uma expressão séria, enquanto fumava. Então, Courtney chegou com Frances no colo, e ficou do lado dele, falando alguma coisa.

Decidi ir lá fora tomar um ar. Vi uma porta de metal grossa, na parede do canto. Fui até lá, abri e fui para a sacada. Apoiei os cotovelos no balaústre frio de metal. Olhei para cima e me surpreendi. O céu estava limpo, sem nuvens, e dava pra ver as estrelas e a Lua nova. Respirei fundo o ar gelado e me arrepiei de frio.
Olhei para trás, na parede no alto, a placa de neon acesa com o nome do bar. Voltei a olhar o céu e foi quando ouvi a porta se abrindo e passos vindo até mim. Era Kurt.
Ficou do meu lado, se apoiando no balaústre também.

— Cadê os meninos? — Perguntou.

— Foram no banheiro, eu acho. E a Courtney?

— Foi embora.

— Ah.

— Do que vocês riam tanto?

— Estávamos falando de pegadinhas com os amigos.

— Interessante.

Ele me olhou, sorrindo, depois olhou para a rua lá embaixo:

— No que você está pensando?

— Estou pensando em uma música...

— Qual?

— A que estava passando lá dentro quando eu saí.

— Gosta dela?

— Gosto.

— Ela é boa, eu gosto da letra dela.

Ele se virou para mim e começou a citar uns versos da música:

Quando o perfume dela permanece... A tentação é forte...

Ele ajeitou meu cabelo atrás da orelha:

São só dois corações, vivendo em mundos separados... Mas não é sacrifício nenhum.

Ah, é sim. — Pensei.
Ele se aproximou mais, me puxando devagar pela cintura.

— Mad... — Ele disse, baixinho.

Ele colocou a mão delicadamente no meu queixo, e levantou meu rosto, me fazendo olhar para ele. Me arrepiei toda quando sua mão se enfiou pelo meu cabelo, puxando meu rosto para o dele. Já sentia o calor da sua boca perto da minha, quando a porta se abriu:

—Ah, aí estão vocês!

Olhamos rápido em direção a porta, depois de todo o clima ter sido quebrado.
Krist estava parado lá, com um sorriso que logo se desfez, dando lugar a uma expressão de: o que está acontecendo?

— Vocês dois... — ele ergueu uma sobrancelha — Vocês dois iam...

— Cai fora, Krist. — Kurt ralhou.

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