Kurt teve alta às duas da tarde, o amigo do Pat foi nos buscar. No caminho até o hotel, Kurt quis parar para tomar um milkshake, enquanto eu fiquei cochilando dentro do carro. Quando enfim chegamos, Krist e Pat estavam no saguão esperando. Deixei Kurt ali com eles e entrei no elevador. Estava tão grogue que nem percebi que tinha um homem lá dentro, e me assustei quando ouvi:
— Desculpe, se eu estiver incomodando...
Olhei para o lado e vi um homem de meia idade, muito bonito e bem vestido.
— Você é a Madson, namorada do Kurt Cobain?
— Sim.
— Oi, meu nome é Robert Mancini.
Demos um aperto de mãos.
— Estou aqui para uma convenção médica — explicou — Ainda não tive a oportunidade de encontrar com o Kurt, e talvez nem tenha. Então, podemos conversar sobre uma coisa?
— Tudo bem.
O elevador parou no 15º andar. Ele saiu do elevador e fez sinal para eu o seguir. Eu fui, e ficamos ali no corredor.
— Eu sou de Everett, Washington. Estou trabalhando no laboratório Hoffmann, com pesquisas sobre doenças gastrointestinais, temos uma equipe excelente com tecnologia de ponta.
Ele tirou sua carteirinha de médico do bolso e me mostrou.
— Bacana.
— Estamos trabalhando com um novo medicamento para dores crônicas. Nós ouvimos falar sobre o caso do Kurt e temos estudado muito, acredito que o medicamento seria bastante eficaz. Já passamos da fase de testes, está tudo certo para entrar no mercado.
— Isso seria ótimo.
Ele me entregou um cartão de visitas do laboratório, com o nome e telefone dele.
— Quando voltarem para Seattle, nos procurem.
— Pode deixar.
Ele assentiu e demos um aperto de mãos.
— Obrigada. — Agradeci.
Ele seguiu pelo corredor e eu entrei no elevador. Chegando no 20º andar, fui até meu quarto, e enquanto abria a porta, Dave veio pelo corredor até mim:
— Esqueci minha chave com o Krist.
— Ele está no saguão.
Entrei no quarto e ele logo atrás.
— Como você está, Mad?
Sentei na beira da cama, meus olhos ardiam de sono e meu estômago roncava.
— Estou bem, e você?
— E essa carinha de cachorro sem dono?
— Dave, estou cansada... Você não tinha que buscar sua chave lá embaixo?
Mas ele sentou-se na cama ao meu lado:
— É, eu tenho.
— Sobre o que você e o Kurt estavam conversando lá no hospital?
Ele me olhou por um instante, depois respondeu, desviando o olhar:
— Nada demais.
Bocejei, sentindo minhas forças se esvaindo. Meus olhos pesaram e tudo virou um borrão escuro.
Senti um tapinha na testa, abri os olhos e vi o Dave.— Ai! Por que fez isso? – Empurrei ele.
— Você estava cochilando.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele segurou em meus ombros e me fez deitar na cama, devagar. Quando minha cabeça encostou no travesseiro, senti um alívio imenso. Tentei manter os olhos abertos, vendo seu rosto acima de mim. Sua mão estava na lateral do meu rosto, seu polegar acariciando minha bochecha.
Fechei os olhos, o sono era irresistível. Senti ele beijando minha bochecha antes de adormecer.
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In Bloom
FanfictionApós receber um presente de uma jovem excêntrica, a vida de Harley Madson mudou para sempre. Três caras começaram a fazer parte de sua vida, um é seu amigo, outro odeia ela, outro gosta até demais dela.