Capitulo 75

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Angelina

Sei que é errado o que estou sentindo, principalmente por saber que a minha mãe está sofrendo, mas me sinto aliviada por saber que Caio e ela não estão mais juntos. Por muito tempo, imaginei que o que ela sentia por ele fosse verdadeiro. Mas, quando a vi aos beijos com aquele homem, isso só me confirmou o contrário. O que não sai da minha cabeça é por que ela não o deixou, já que não sentia mais nada por ele? Por que continuou, já que estava com outro? Por mais que ela não tenha me confirmado, sei que foi com ele que ela passou a noite. Faz algumas horas que minha mãe e eu estamos no hotel, e desde que chegamos, minha mãe continua irreconhecível. Ela ainda não aceitou o fato de Caio ter nos mandado embora. Eu sei que ainda está muito recente, mas a sua atitude me deixa bastante incomodada, por nunca ter visto desse jeito. Após tomar um banho, coloco uma meia-calça translúcida, com um vestido curto da cor preta. Calço uma bota de cano baixo, faço uma maquiagem leve, deixo os meus cabelos soltos e vou em direção à porta do quarto. Assim que ia abrir, ouço minha mãe conversando, o que me faz ficar parada para saber com quem é.

Você precisa fazer alguma coisa — diz com um tom estressado — Não podemos sair perdendo de jeito nem um, você me prometeu. — fala, e percebo que está falando ao telefone — Tudo bem, eu aguardo — ouço ela se despedir, me fazendo abrir a porta e sair do quarto.

— Com quem a senhora estava falando? — pergunto diretamente — O que foi que lhe prometeram? — pergunto a deixando abismada

— Você estava ouvindo a minha conversa atrás da porta?

— Eu estava saindo e acabei escutando. Com quem a senhora estava falando? — pergunto novamente, a deixando sem jeito.

— Eu-eu — gagueja sem saber o que me dizer — Não importa com quem estava falando. Isso não é assunto seu. — diz com um tom de ignorância. Para não deixá-la mais estressada do que já está, resolvo não fazer mais perguntas, até porque sei que não me contará nada.

— Tudo bem, eu vou sair. Volto quando a senhora estiver mais calma — falo e vou em direção a saída. Embora eu saiba que não devo me intrometer na conversa da minha mãe, a situação despertou a minha curiosidade. O que exatamente prometeram a ela? E, principalmente, quem fez essa promessa? Foi aquele homem com quem ela estava ou outra pessoa? Minha mente não para de pensar nisso enquanto desço pelo elevador. Ao sair, sigo em direção à saída e vejo o motorista do Caio aguardando por alguém. Assim que me aproximo, ele informa que Caio o deixou à minha disposição, o que me faz sorrir, e rapidamente entro no carro. Depois de alguns minutos, o motorista para em frente à porta, fazendo-me sair imediatamente. Assim que coloco os pés na sala, sou recebida por Caio com abraços calorosos e beijos.

— Finalmente você chegou — diz enquanto me beija — Pensei que não viesse.

— Espera, alguém pode nos ver — falo me referindo aos funcionários.

— Que se dane. — diz não se importando — Eu não tenho mais nada com a sua mãe.

— Eu sei, mas não tem nem vinte e quatro horas que vocês se deixaram, e sem falar que estou me sentindo péssima com isso tudo. — digo ainda em seus braços

— Quem deveria estar péssimo, era eu, por ter sido enganado. — fala me fazendo concordar — Mas estou me sentindo aliviado, por saber que finalmente estamos juntos, sem que ninguém nos atrapalhe. — diz, e então volta a beijar meus lábios, fazendo com que eu retribua.

Pela primeira vez, me sinto livre, sem peso na consciência, para fazer o que quiser com Caio. Eu sei que está muito recente, mas não consigo evitar a felicidade que estou sentindo. Sinto que agora podemos fazer o que quisermos sem sermos julgados. Claro que isso não irá apagar o que nós fizemos no passado, quando ele ainda estava com a minha mãe. Mas agora podemos ser um verdadeiro casal, como desejei quando nós nos conhecemos. Vejo Caio me carregar e me levar em direção à escada.

— Para onde está me levando?

— Para um lugar que nos deixe mais à vontade — fala enquanto sobe a primeira escada. Sem nem um esforço vejo ele chegar no último andar, onde fica o meu antigo quarto, e abrir uma das portas. — Bem vinda ao meu verdadeiro quarto — fala enquanto entra comigo

— Verdadeiro quarto, como assim? — pergunto sem entender — E o quarto que você compartilhava com minha mãe?

— Aquele é um quarto de hóspedes que mandei preparar. Mas o meu verdadeiro quarto é esse. — diz e me coloca ao chão. Fico inacreditada ao ouvi-lo, e vejo o quanto este quarto é totalmente diferente do outro. Esse é uma verdadeira suite, bem mais espaçosa e aconchegante, o outro era mais simples. Enquanto ele me observa, vou em direção a uma estante, e vejo vários quadros de fotos dele, mais jovem. — Você é a primeira a entrar aqui. Claro, depois dos funcionários que precisam deixar em ordem. — diz, me fazendo virar, e o vejo me observando com suas mãos em seu bolso. Me sinto estranha por entrar em sua intimidade, sei que é apenas o seu quarto pessoal, mas os seus objetos, como quadros de fotos e livros, faz eu perceber o que de fato ele quer comigo.

— Espero conhecer mais desse Caio. — falo com uma alegria em meu rosto, me referindo a ele mais novo. Ele se aproxima de mim e dar um beijo em minha testa.

— Eu prometo que vai. A partir de hoje tudo será diferente entre nós, porque é você quem eu quero para ficar ao meu lado. — Não dá para acreditar que isso esteja acontecendo. Sinto que estou vivendo um verdadeiro sonho, onde logo irei acordar. Por tantas coisas que já passei, sinto que esse sonho irá virar em um pesadelo a qualquer momento. Caio volta a beijar os meus lábios, e me leva em direção a sua cama. Me fazendo a pessoa mais feliz nesse momento.

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