•• EU, VOCÊ e o que não dizemos! ••
Quando os olhos falam, as palavras silenciam.
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"Lábios vermelhos como a rosa, cabelos negros como ébano, pele branca como a neve." - BRANCA DE NEVE
[ Donavan ]
AS SEMANAS PASSARAM, e a cada dia que se seguia, meus sentimentos por Chloé se emaranhavam ainda mais, como fios que eu não conseguia desfazer. Estar ao lado dela diariamente era tão bom quanto angustiante.
O baile de formatura foi o ponto mais crítico.
Ela estava extremamente sexy naquele vestido preto, colado ao corpo demarcando seu contorno. O decote expondo as costas nua, a fenda na coxa esquerda, era simplesmente irresistível.
E eu só podia olhar e babar feito um bobo, eu era todo seu e ela não fazia ideia. Mas no fim da noite ao ver Chloé ali, tão vulnerável e ao mesmo tempo tão forte, mexeu comigo de uma forma inesperada. A determinação em seus olhos enquanto me confessava seus sentimentos, o desejo em seu toque quando tentou me roubar um beijo... Tudo isso me tentava, me convidava a cruzar uma linha que eu sabia que não deveria.Ela era doce, ingênua, e ao mesmo tempo intensa. Havia uma parte de mim que queria ceder, que queria mergulhar naqueles olhos, mas sabia que seria errado aproveitar-se de sua inocência naquele momento. Quando a levamos para o dormitório, a situação ficou ainda mais delicada. Chloé parecia buscar meu toque, como se cada movimento de suas mãos sobre mim fosse uma promessa silenciosa. Era impossível negar a excitação que seu toque me provocava, mas eu me obriguei a manter o foco, cuidando dela com todo o cuidado que sua fragilidade exigia.
Ela estava bêbada, mas divertida, contando histórias que me arrancaram risos a noite toda. A cada gargalhada, meu coração se enchia de uma estranha mistura de afeto e angústia, como se eu estivesse sendo arrastado para um lugar de onde talvez não houvesse retorno. Quando ela finalmente apagou, senti uma onda de alívio, mas também uma ternura inexplicável.
Coloquei um saco de ervilhas congeladas sobre o hematoma em sua testa, resultado da agressão de Meg. Ver Chloé se defendendo me surpreendeu; essa pequena joaninha não era assim tão frágil quanto eu imaginava. Havia uma força oculta ali, uma resiliência que me atraía ainda mais. Olhando-a dormir, ainda que sua maquiagem estivesse borrada, não conseguia esconder toda a beleza angelical de seus contornos muito delicados, tudo o que eu queria era congelar aquele momento. Mesmo em sua vulnerabilidade, ela era linda.
Antes do amanhecer, a carreguei em meus braços de volta para casa. Senti seu corpo leve e adormecido contra o meu, o calor que emanava dela parecia um convite silencioso ao qual eu apenas observava de longe, com respeito. Ao deitá-la suavemente na cama, admirava silenciosamente sua doce beleza, os lábios vermelhos perfeitamente desenhados e irresistíveis como um suculento morango, os cabelos escuros como a noite e a pele branquinha, não pude resistir em inclinar-me para lhe dar um beijo, meus lábios tentados a sentirem os seus, respirei fundo e me contive com muito esforço depositando em sua testa uma despedida silenciosa daquela noite, que foi ao mesmo tempo a mais surreal e a mais perfeita da minha vida.
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Estava no porão jogando vídeo game com Ruan e uma dúvida pairava sobre mim como uma nuvem nebulosa, me deixando ainda mais no escuro.
- Hei, Ruan. Como era o meu relacionamento com a Chloé?
Ele pausa a partida e me encara, semi cerra os olhos ressabiado.
- Não sei ao certo, algumas vezes era normal, em outras meio confuso.
- Confuso? - pergunto interessado.
- O normal era você se comportar como irmão super protetor... - ele hesita um instante - mas do nada você virava um namorado ciumento.
- Então eu gostava dela?
- Parecia, mas você nunca me confessou nada.
Ele dá o play na partida e voltamos a jogar, mas ainda assim sinto que preciso de mais respostas.
- Você sabe o que aconteceu entre mim e ela antes do acidente, que me fez mudar para universidade?
- Não! - responde compenetrado no jogo - Isso você também não me contou
... a única coisa que eu sei, é que Tim usou sua influência como médico e conversou com o reitor da faculdade que mexeu os pausinhos. Logo depois você já estava instalado no meu dormitório.- Então quer dizer que a única pessoa que sabe o que aconteceu entre mim e Chloé...
- É a própria Chloé - concluí Ruan. - Você está pensando em perguntar para ela sobre isso?
- Não sei ainda, acho que ela não me contaria mesmo que eu insista.
- É acho que não contaria mesmo. - afirma Ruan.
- Porque você diz isso?
- Porque Chloé é osso duro, ela não demonstra os seus sentimentos, bom, a tirar pelo episódio da festa de formatura que isso foi uma caso a parte, mas ela é igualzinha a você, casca grossa!
Eu fico um pouco reflexivo sobre o comentário de Ruan e eles percebe através da minha expressão que algo em mim está diferente.
- Donavan, se o que afastou vocês no passado tenha sido uma declaração dela, esquece irmão, ela não fará novamente.
- Mas... Nem se agora for diferente?
- O que quer dizer com isso? Você gosta de Chloé, acha que está apaixonado por ela?
- Sim! Eu acho que estou sim!
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EU, VOCÊ e o que não dizemos!
RomanceA única coisa que Chloé não podia, ou melhor dizendo, a única pessoa por quem ela não devia se apaixonar, era Donavan, seu meio-irmão. Mas seria impossível ignorar a atração que sentia por aquele olhar profundo e enigmático, uma sombra sedutora que...