SIM! SIM! SIM!

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•• EU, VOCÊ e o que não dizemos! ••
Quando os olhos falam, as palavras silenciam.
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"O seu sorriso me deixou ainda mais apaixonado por você!" - BOB ESPONJA

O SOL TÍMIDO ESPREITAVA pela janela, atravessando a cortina e lançando uma luminosidade suave que revelava com delicadeza, os vestígios da noite passada. A vela, que antes queimava, agora é apenas uma lembrança derretida, e a garrafa de vinho vazia, uma testemunha silenciosa do que aconteceu. A camisa úmida de Donavan repousa sobre a cadeira, enquanto meu vestido delicado, está abandonado no chão.

Os lençóis azuis são um emaranhado, contando a história do nosso entrelaçar, meu corpo ainda envolto na sensação do calor que emanava de Donavan, repousa em seus braços. Ele dorme sereno, e a proximidade de sua pele nua contra a minha provoca um turbilhão de sensações, misturando um calor reconfortante com uma leveza inebriante.

Como chegamos aqui? Cada momento daquela noite parece gravado em minha pele com uma clareza vívida, um desfile de toques e sorrisos, de olhares que falavam mais do que palavras poderiam expressar. Cada detalhe da construção dessa noite mágica de amor é uma lembrança que aquece meu coração.

Caminhávamos sob as estrelas depois do cinema, nossos olhos refletindo o brilho da noite, cintilando um romance que parecia infinito. Meu coração delirante batia ritmado tão descompassado quanto a chuva.
Fecho os olhos e consigo reviver aquele momento, quando a chuva nos encontrou sem aviso. A água caía sem parar, nos encharcando, enquanto corríamos de mãos dadas, na busca desesperada por uma marquise que nos protegesse. Ríamos, molhados e livres, sem nos importar com o mundo lá fora.
A cada passo, sentíamos que éramos os únicos a viver aquele amor, e o calor entre nós se fazia presente, nos aquecendo apesar da chuva fria.
O passeio havia sido perfeito, mas o melhor ainda estava por vir.

Subimos as escadas do dormitório rindo baixinho, como se o som suave fosse capaz de espantar a escuridão que se espalhava pelo campus vazio. O silêncio dos corredores era quase opressor, quebrado apenas pelo eco leve de nossos passos, que pareciam ressoar mais alto do que deviam. Havia uma estranha paz no vazio, uma sensação de estarmos sozinhos contra o mundo. Adrenalina daquele momento percorrendo meu corpo, se intensificando a cada passo pelo corredor, o medo de sermos pegos as escondidas excitava ainda mais sensação do perigo.
Quando finalmente entramos no quarto, fechamos a porta rapidamente, como se quiséssemos nos proteger dos fantasmas invisíveis que pareciam espreitar lá fora. A atmosfera ali dentro, abafada e íntima, era uma mistura de nervosismo e curiosidade. Por um instante, nossos olhares se cruzaram, e naquele momento, tudo parecia se acalmar, como se o caos lá fora não pudesse nos alcançar.

Me encostei na porta, tímida, meu olhar preso aos olhos de Donavan, ele se aproximou lentamente, fazendo nossos lábios se encontrarem de forma inevitável. Nossos corpos molhados, a temperatura fria contrastando com o calor que crescia entre nós, fazendo a pele arrepiar em um misto de delírio e capricho. Ele se afastou brevemente, acendendo uma vela que projetou uma luz suave pelo quarto, nossas sombras dançando nas paredes. Com cuidado, pegou duas toalhas, enxugando delicadamente o meu rosto, enquanto seus olhos pareciam buscar algo mais profundo.

Com um toque leve, Donavan desceu o zíper do meu vestido, e o tecido escorregou devagar pelas minhas costas até o chão. Senti o calor dos seus lábios roçarem meu ombro, cada beijo mais suave do que o anterior, enquanto ele envolvia meu corpo com a toalha, como se estivesse cuidando de algo precioso. Meu corpo reagia ao seu toque, cada movimento dele desenhando arrepios que me deixavam vulnerável e ao mesmo tempo segura.
Estávamos a sós, dentro do seu refúgio.

EU, VOCÊ e o que não dizemos!Onde histórias criam vida. Descubra agora