EU, VOCÊ e o que não dizemos!

OUTUBRO

•• EU, VOCÊ e o que não dizemos! ••
Quando os olhos falam, as palavras silenciam.
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"Às vezes precisamos ir bem fundo dentro de nós, para resolver nossos problemas." - PATRICK ESTRELA

O resto daquele mês de setembro foi um misto de: "meu Deus do céu e Deus nos acuda."
Meu pai havia feito vista grossa após presenciar minha interação com Donavan na cozinha de casa, tal proximidade mexeu tanto com ele quanto comigo. Mas agora ele simplesmente me cercava o tempo todo, impedindo a minha convivência com Donavan.
Já estávamos no final de outubro e as coisas ainda permaneciam iguais, estava sendo insuportável viver assim e eu não aguentava mais ter meus passos vigiados.
Infelizmente o seu comportamento super protetor não me deixava mais alternativa, teria que recorrer a Bárbara.
Esperei um momento a sós com ela para conversarmos sem interrupções e isso acontece logo após o café da manhã.

Aproveitei a saída dele com os garotos até a loja de departamento para comprar algumas coisas da lista que Bárbara fez, para conversar com ela a sós.
Ela estava na sala entretida, decorando a lareira com os enfeites de Halloween.
Me sentei no chão para desempacotar alguns enfeites e lentamente fui puxando assunto.

- Está meio torto, talvez mais para esquerda... Não, não. À sua esquerda.
Isso!

Direciono Bárbara enquanto ela pendura uma faixa de HAPPY Halloween sobre a lareira.
Logo em seguida mudo o foco do assunto para não perder tempo.

- Bárbara?

- Sim! - exclama, de costas para mim.

- Você não tem achado meu pai um pouco estranho, nessas muitas semanas? - enfatizo.

Ela se vira imediatamente e me encara.
Desce da escada e se senta no chão ao meu lado.

- Tenho sim! Você sabe o que ele tem? - pergunta sem esconder sua curiosidade.

- Acho que sim! - suspiro.

- E o que foi que aconteceu, me diga!

- Ele tem evitado que eu e Donavan passemos algum tempo juntos, desde que nos flagrou na cozinha no dia do crepe.

- O que? Meu Deus, isso foi há um século... que bobagem! - revira os olhos - Tim precisa parar com essas paranóias de que você gosta de Donavan e vice e versa. Pode deixar minha querida eu vou falar com ele, não se preocupe.

- Obrigada Bárbara, mas não comente com ele sobre a nossa conversa, ok? Senão ele ficará ainda bravo comigo!
Ela assente e continuamos a montagem da decoração.

- Sabe quem eu acho que gosta de você? Ruan! Ele é um menino muito alegre, deveria dar a ele uma chance Chloé.
Fala ela, sem saber que a única pessoa que faz morada permanente em meu solitário coração é o filho dela, desde o dia em que nos conhecemos.

- Ruan é mesmo ótimo. Adoro ele. Adoro a amizade dele, mas só. Ele não faz o meu tipo.

Bárbara franze o cenho como se quisesse adivinhar quem faz o meu tipo.
Ela pensa um pouco por alguns instantes e dispara.

- Já sei! Alex! Ele também tem ótimas qualidades. Sem contar que é muito bonito. Ele combina com você.

Comenta enquanto pendura luzinhas de fantasma, tão ingênua.
"Sabe quem combina comigo Bárbara? O seu extraordinário filho, mas você não está preparada para essa conversa, e talvez nunca vá estar!" Penso nisso enquanto solto um sorriso amarelo.

- Não me diga que ele também não faz o seu tipo! - ela coloca as mãos na cintura.
Eu ergo os ombros e fico sem jeito.

- Tudo bem. Você é jovem, ainda tem tempo para explorar alguém que faça seu coração descompassar.