•• EU, VOCÊ e o que não dizemos! ••
Quando os olhos falam, as palavras silenciam.____________________________________
"Gentileza é de graça. O amor também!" - Cinderela.
Quanto mais eu pensava nessa frase, mais ela me lembrava de Alex. A proximidade dentro da sala de aula, tinha nos conectado, e agora nós éramos melhores amigos. O jeito como ele me escutava, como se cada palavra que eu dissesse tivesse um peso especial, me fazia sentir compreendida de uma forma que poucos conseguiam. As risadas que compartilhávamos e as conversas que se estendiam além do horário das aulas eram leves e descontraídas. Ele era sempre tão gentil e atencioso, lembrando-se dos pequenos detalhes que outros poderiam esquecer.
A amizade que eu tinha com Alex era um ponto de estabilidade mas a incerteza sobre o que ele realmente sentia tornava tudo complicado. Às vezes, ele parecia me olhar de um jeito que me deixava confusa, e em outras ocasiões, sua atitude era tão distante que me fazia questionar se eu estava vendo coisas onde não havia nada, eu só queria que ele simplesmente dissesse o que pensava, mas, ao mesmo tempo, temia a possibilidade de que aquilo mudasse tudo entre nós.
- Pai, estou indo estudar estatística na casa do Alex! - gritei, com a mão já na maçaneta da porta, pronta para sair.
A resposta que eu esperava não veio. Em vez disso, um silêncio se instalou na cozinha. Curiosa, parei e virei um pouco, tentando ouvir o que estava acontecendo. Donavan estava ali.
Percebi que ele se inclinou levemente murmurando algo com um sorriso no rosto. O jeito como eles cochichavam me deixou com um nó no estômago. "Quem é Alex?" eu quase podia ouvir a curiosidade na voz de Donavan, uma dúvida que ressoava como um eco na minha mente.
- É o novo colega de turma de Chloé e nosso vizinho - ouvi papai responder, sua voz clara, mas sem a leveza que eu gostaria que tivesse.
Um frio percorreu minha espinha. O fato de que Donavan estava perguntando sobre Alex significava que ele estava prestando atenção em mim. Algo que parecia simples - estudar com um amigo - agora se tornava um evento cheio de implicações. Eu me perguntei o que Donavan realmente pensava sobre isso, se ele estava preocupado ou apenas curioso.
Donavan revirou os olhos, contrariado, e sussurrou para papai, sua voz carregada de descontentamento:
- Você vai deixar ela ir estudar sozinha na casa desse garoto?
A desconfiança em seu olhar era inconfundível, e uma pontinha de ciúmes se infiltrava em suas palavras. Eu podia sentir a tensão aumentando.
Papai, percebendo o tom de voz de Donavan e onde ele queria chegar, balançou a cabeça lentamente, um gesto que demonstrava seu entendimento. Era como se a conversa deles estivesse formando uma bolha ao meu redor, e eu me via presa em um dilema emocional.- Eu volto mais tarde! - gritei, decidindo que era melhor não esperar por mais perguntas. Com um último olhar para a cozinha, sai apressada, a porta se fechando atrás de mim.
Mas antes que eu pudesse sair, sou interrompida pela voz firme do meu pai.
- Prefiro que vocês estudem na biblioteca - ele enfatiza, com um olhar que não admite contestação.
A frustração queima dentro de mim, e sinto que sua mudança de postura não é por acaso. Era tudo por causa de Donavan. Uma onda de indignação me invade, mas sei que reclamar seria inútil, então, com um suspiro resignado, concordo.
- Tudo bem, a biblioteca então - murmuro, forçando um sorriso.
Ele e Donavan trocam olhares cúmplices, como se compartilhassem um segredo que eu não conheço.
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EU, VOCÊ e o que não dizemos!
RomanceA única coisa que Chloé não podia, ou melhor dizendo, a única pessoa por quem ela não devia se apaixonar, era Donavan, seu meio-irmão. Mas seria impossível ignorar a atração que sentia por aquele olhar profundo e enigmático, uma sombra sedutora que...