Capítulo 5 - Laura

808 56 0
                                    

Capítulo 5

Laura

À medida que o carro se aproximava de uma propriedade esplendorosa e assustadora — pois eu sabia que ela estava repleta de homens maus —, minha ansiedade voltava a aumentar. Eu já estava prevendo a minha morte. Queria poder ligar para Amanda e me despedir dela, comer minha torta de chocolate pela última vez.

Gostaria de ter ido a Paris, ter visto a Torre Eiffel de perto, me apaixonado e vivido um lindo amor antes do meu fim chegar. Mas nada disso seria possível, pois, pelo jeito dos homens que me pegaram, eles dariam um fim na minha vida hoje.

O carro parou e os portões da propriedade se abriram. Meu corpo gelou ao conferir a quantidade de homens armados que havia ali. Comecei a rezar para que um milagre acontecesse e eu conseguisse fugir, ou do contrário, sairia carregada dali em um saco preto direto para a terra dos pés juntos.

— Vem. — Um dos brutamontes segurou meu braço e me arrancou do carro.

Estava tão fraca que quase caí quando tentei sair do automóvel. Ele teve que me segurar com mais força para que eu não fosse de bunda ao chão. O homem alto, de cabelos escuros presos em um coque, parou na minha frente e segurou meu braço, tomando o lugar do outro grandalhão. Seu aperto em meu braço foi doloroso.

— Vamos. — Ele me arrastou sem se importar com meus pés descalços ou a forma bruta com que apertava meu braço. A careta de dor foi impossível não ser formada em meu rosto assim como os gemidos baixos de escaparem de minha boca.

— Por favor, me deixem ir embora. Eu não tenho nada com Brean, só fui àquele lugar a mando da minha chefe. — voltei a suplicar, ainda sendo arrastada por ele pelo meio da propriedade.

— Eu não acredito nisso. Ele a mandou para nos despistar. Perdemos tempo com você enquanto ele fugia. — rugiu em tom baixo, tão frio e feroz que fez meu estomago gelar.

Deus, nada do que eu dizia faria eles acreditarem em mim.

Calei-me, apenas chorando baixo e sofrendo com os machucados nos meus pés, enquanto era levada para o fundo da imensa propriedade, onde, gradualmente, surgiam mais homens armados em meu campo de visão. Após passar pelo jardim e a enorme piscina e alguns arbustos, o infeliz que me sequestrou parou perto de uma porta. Parecia um chalé, uma casa para funcionários, ou algo do tipo. Localizava-se na parte de trás da mansão onde estávamos.

O local era escuro e tinha bastante mato, deixando a casa ainda mais sombria, e distorcendo da grandiosidade e beleza do resto da propriedade. O assassino que me prendia abriu a porta e me jogou lá dentro, sem o menor cuidado. Caí no chão e logo senti a ardência em minhas mãos e joelhos. Tinha caído ajoelhada, com as mãos no chão me impedindo de bater o rosto e me machucar ainda mais. Ele fechou a porta e me deixou naquele local fedorento, sujo e totalmente escuro.

Encolhi-me, dobrando e puxando as pernas para junto do meu peito e escondendo a cabeça entre elas. Um choro sofrido rasgou minha garganta e deixei as lágrimas caírem livremente. Eu estava em um pesadelo e não sabia quando sairia dele.

[...] 

Romeo

Larguei a amante de Brean na antiga casa de empregados e fechei a porta. Era uma casa antiga, construída junto com a mansão e onde prendíamos pessoas que detinha nossa raiva e seriam torturadas por nós.

Ao me virar, dei de cara com Oliver que me fitava com uma expressão séria, mas não liguei. Ele não entendia meus métodos, mas sempre apreciava meus resultados. Assim que me aproximei dele, Oliver abriu a boca para reclamar.

Sob as garras da máfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora