Capítulo 16 - Laura

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Capítulo 16

Laura

Romeo colocou o carro em movimento e nos tirou do estacionamento da boate.

— O que quer falar? — questionei assim que pegamos a avenida.

— Só queria saber se estava bem, já que não fora trabalhar esses dias.

— Continua a me seguir? — questionei com raiva em minhas feições.

— Sim. Não vou mentir. — ele me olhou intensamente. Seu olhar me queimava. — Há algo que me puxa para você, Laura. Não gosto disso, mas não posso evitar.

— Tem mania de controle. — respondi sem medo. — Seu irmão me liberou, mas você quer estar comigo sob suas vistas.

Raiva me dominou.

— Gosto de ter tudo sobcontrole, sim, não vou negar, mas isso não inclui você. Nada é como quero desde que você apareceu naquele maldito galpão.

— Não fui por querer. Por mim nunca havia pisado ali. — falei com desdém.

— Arrepende-se de me conhecer, então. — sua voz soou estranha.

— Não tive a melhor das recepções. — minha voz saiu amarga. Ainda me dava pesadelos lembrar daquele dia. — Ainda me assombra tudo o que me fez. — externei meus pensamentos.

Eu tinha raiva e mágoa por tudo o que eles me fizeram. Pelo que Ele me fez.

Romeo não falou nada. Continuou conduzindo o carro e parou ao chegar a um lugar sem movimento algum. Temi o que ele faria comigo e me preparei para fugir caso ele me atacasse.

Nunca deveria ter aceitado entrar no carro de um mafioso. Pensei amargo.

Do mafioso que prometeu me dar um tiro, que ameaçou me estuprar na frente dos seus capangas, que me machucou de diversas formas. Eu iria morrer e seria por total imprudência minha.

Romeo suspirou fundo e se virou para mim.

— Sei o que fiz com você, Laura, e sinto muito por isso. Mas há algo em mim que não consegue ficar longe. Não consigo ficar sem segui-la, sem saber onde e com quem está. Toda vez que fecho os olhos, imagens de você apenas de peça íntima em minha cama povoam minha mente. Fodo outras mulheres querendo que seja você. — confessou.

Sua revelação me deixou de boca aberta e com raiva em simultâneo. Eu sabia que ele pegava todas as mulheres que queria, mas ouvir isso da boca dele me incomodou. Causou-me um fodido ciúme.

— Quero você, Laura. Quero muito. Não consigo mais evitar.

Fiquei sem reação e apenas me mantive olhando em seus olhos. Ele também me atraia, o que deveria ser loucura, mas jamais pensei que ele se sentia traído por mim. Homens como ele não ficavam com mulheres fora do padrão como eu. Eu me aceitava, me amava, mas sabia que muitos homens tinham um padrão de mulher e com Romeo não seria diferente.

— Eu a quero. — Voltou a afirmar. — Apenas diga sim.

Abri e fechei a boca, mas nada saiu. Eu estava um pouco chocada com o que ele havia me dito, confesso.

— Creio que seu silêncio é a resposta.

Ele ia girar a chave para ligar o carro quando toquei em sua mão para impedi-lo.

— Também o quero, Romeo. — confessei, afetada. — Isso deve ser uma loucura, pois eu deveria fugir para bem longe depois de tudo o que me fez, mas não consigo. Eu o quero.

Sob as garras da máfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora