Capítulo 31 - Laura

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Capítulo 31

Laura

Meses depois...

Acomodei-me no sofá em busca de uma posição que não me causasse incomodo. Acordara com fortes dores no pé da barriga e isso já estava começando a me causar pânico.

Minha gravidez estava no final, mas pelas contas da médica ainda faltara duas semanas para meu bebê nascer.

— Amiga, as dores não passaram? — Amanda me questionou tão preocupada quanto eu.

— Não... — gemi quando uma pontada forte me rasgou.

No início, as dores pareciam cólicas menstruais e era até suportáveis, mas depois aumentaram e uma dor nas costas vem e vai em intervalos de poucos minutos dificultando até a minha respiração.

— Creio que nosso menino vai nascer, Laura. Nosso filho vai nascer. — sorri da forma como Amanda se referiu ao meu filho.

Ela se dizia mãe dele também e ele era nosso e não apenas meu.

— Mas ainda não é a hora, Amanda. Samuel está previsto para nascer daqui a duas semanas ainda. — meus olhos nublaram pelas lágrimas. Estava com medo de que algo acontecesse algo a mim ou ao meu bebê.

— Sei que não, mas o que está sentindo já são as contrações. Julgo que o parto se adiantou e você precisa ir ao hospital.

Na mesma hora um relâmpago cortou o céu nos fazendo estremecer. Estava caindo um temporal sem tamanho e havia notícias que as estradas estavam alagadas.

— Conseguiu falar com Tyler? Ele já deveria estar aqui... Ahhhh. — Gritei quando a dor ficou mais forte.

Ela se sentou ao meu lado e passou um lenço na minha testa enxugando meu suor.

— Sim, e ele está tão ou mais aflito que nós. O voo atrasou devido à tempestade, mas ele disse que em menos de 20 minutos estará aqui.

— Vinte minutos? E dará tempo? Eu bebê, amiga, meu bebê. — chorei.

— Me diz o que devo fazer? Estou angustiada, amiga. — seus olhos estavam lacrimejados. — Não deveria passar por isso sozinha, sem seus pais, sem Romeo, sem está em um hospital.

— Não conseguiu falar com a doutora Diana?

— Infelizmente não. A linha não completa a chamada.

— Eu... Ahhhh. —apertei a mão dela.

— É melhor você deitar.

Fiz o que me pediu e me deitei sobre os travesseiros no sofá. Levei a mão à barriga pedindo ao meu filho que esperasse o resgate chegar, mas pelo visto Samuel, devido às dores que eu sentia, não queria cooperar.

Fechei os olhos e comecei a rezar para que tudo desse certo, que meu filho viesse saudável, que nada de ruim acontecesse a ele ou a mim.

Minutos se passaram e Tyler chegou. Sua roupa estava encharcada, então teve que tirá-las antes de ver como eu estava. Seus soldados se alvoroçaram ao ver meu estado e que a chuva não parava. Amanda conseguiu falar com a doutora Diana e pôs o celular no viva-voz.

— Laura?

— Sim, doutora. A senhora já está vindo? Meu filho já está para nascer. —- gemi assim que terminei de falar com ela.

— Não estou conseguido chegar até aí, Laura. Infelizmente, e pelo que Amanda me relatou, o parto pode acontecer a qualquer momento. Alguém terá que fazer seu parto.

— O quê? — bradou Tyler. — Porra, eu pago uma fortuna para você e quando mais precisamos não podemos contar com o seu serviço? — ele estava espumando de raiva.

— Não sou eu, senhor Tyler. O temporal está muito forte, estou presa na estrada e não dará tempo de chegar aí. Tampouco a ambulância conseguirá chegar a tempo de alguns dos paramédicos facetem o parto dela. Vocês aí terão de auxiliar no nascimento do bebê.

— Eu não posso fazer isso, sinto muito amiga, mas sabe que desmaio ao ver sangue. — disse Amanda.

— Mas que merda! — Tyler apertou o celular e respirou com dificuldade.

— Não posso fazer isso. É o filho do meu irmão, meu sobrinho. — sua angústia podia ser sentida a quilômetros.

— Só resta você, Tyler. Confio que se sairá bem. Como disse, é seu sobrinho, então irá fazer de tudo para que ele fique bem. — afirmei. Eu confiava nele. Em todos esses meses ele cuidou muito bem de mim e de Amanda. Não nos deixou faltar nada e bancou tudo o que era necessário para mim e meu filho.

— Laura...

— Confio em você, Tyler, confio em você. — afirmei olhando em seus olhos.

Sim, eu confiava nele. Cria que ele não permitiria que nada acontecesse a mim e ao meu filho.

Ele respirou fundo e voltou a falar com a doutora.

— O que será preciso para realizar o parto. — perguntou.

A doutora Diana falou tudo o que seria necessário e Amanda junto aos soldados de Tyler providenciaram tudo.

— Agora a deite no colchão. — pediu a doutora Diana. Eles haviam pegado o colchão de uma das camas do quarto de hóspede e colocado na sala. — Amanda irá se acomodar por trás de Laura e auxiliá-la quando as contrações vierem.

Amanda se pôs atrás de mim, após Tyler ter me ajudado a se deitar no colchão, e segurou meus braços. Apoiei minha cabeça entre seus seios.

— Retire a calcinha dela e veja se o bebê já está coroando.

— Me desculpe por isso. — pediu Tyler, visivelmente desconfortável por estar vendo minha intimidade.

— Sem problemas, só traga meu filho ao mundo. — ele assentiu e retirou minha calcinha. Eu estava de vestido, então não houve maiores dificuldades.

Ele confirmou a doutora que meu filho já estava nascendo e ela me mandou fazer força.

Quando uma contração veio, eu gritei e empurrei com toda a força que eu tinha. Fiz isso umas três vezes até ouvir o choro do meu filho, preencher o ambiente.

— Nasceu, meu sobrinho nasceu. — disse Tyler, emocionado.

Amanda estava chorando, mas assim que conferiu as mãos de Tyler sujas de sangue desmaiou.

Segurei meu filho enquanto um dos soldados de Tyler pegava Amanda no colo e a colocava sobre o sofá.

Ao longe ouvimos o som da sirene da ambulância e ele sorriu.

— Pelo visto, ele está bem, agora é só esperar a ambulância chegar para levar vocês ao hospital.

— Obrigada. Obrigada por trazer meu filho ao mundo.

Ele sorriu e pegou o lençol dado por um de seus homens e me cobriu. Aninhei Samuel em meus seios e ele parou de chorar ao ouvir minha voz.

Toquei seu rostinho e agradeci a Deus por ele está bem e, aparentemente, saudável.

O temporal passou, a ambulância chegou e os paramédicos me puseram na maca e me levaram ao hospital.

Tyler se limpou e foi comigo na ambulância.

Alguns de seus homens foram nos seguindo em seus carros e outros ficaram com Amanda esperando ela acordar.

Chegando ao hospital, fui levada a ala da maternidade e a doutora Diana deu seguimento ao parto. Cortou o cordão umbilical, limpou o bebê e retirou a placenta.

Dois dias depois, eu já estava em casa com meu bebê. 

Sob as garras da máfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora