Capítulo 15 - Laura

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Capítulo 15

Laura

Dias depois...

Hoje, o dia havia amanhecido estranho, ou eu estava estranha, vai saber. Desde que, acordara, eu buscava por algo sem saber muito bem o que me incomodava. Uma sensação tinha se instalado e não passava por nada.

Falara com Amanda enquanto devorava um pote de sorvete, sentada no sofá com os olhos grudados na televisão, tentando me concentrar no filme que passa nele, mas falhando miseravelmente. Ela tinha me ligado e me convidado para jantar, mas não estava animada para sair.

— Não sei se quero sair, Amanda. — falei levando a colher cheia de sorvete de flocos a boca.

— Hoje é sábado, Laura, você já está há dois dias trancada nessa casa.

— Não posso fazer nada se Miriam me deu esses dias de folga. — resmunguei.

A folga que a minha chefe me deu foi estranha, pois ela nunca havia feito isso, mas não comentei o que pensei com Amanda, senão ela ficaria ainda mais paranoica.

— Então, já passou tempo demais em casa. Se arrume e às vinte horas, eu passo aí. Jantaremos e depois se estiver disposta demos ir a uma casa noturna.

— Tudo bem, — me dei por vencida. — às vinte horas em ponto, eu estarei esperando você. Beijo, louquinha.

— Beijo, Laurinha — Sorri e finalizei a chamada.

Dei pausa no filme, me levantei do sofá e fui arrumar minha casa. Ela não estava muito suja, mas eu precisava fazer algo para que essa ansiedade que me consumia há dias sumisse. Sei que isso não iria acontecer, mas não custava nada tentar.

Arrumei a casa, pedi meu almoço, pois eu não quis cozinhar hoje, e após comer, me deitei no sofá para voltar a assistir.

Já que o filme que eu havia colocado para assistir me cansou, procurei em um canal de streamings da minha TV séries de ação que estavam disponíveis. Achei uma que me chamou a atenção e li a sinopse. Era uma série sobre máfia e, de imediato, pensei em Romeo e em tudo o que vivenciei após conhecê-lo.

Fiquei brava ao relembrar as imagens do seu corpo sem roupa, que vira no dia em que desmaiei na sua residência. Seus lábios carnudos, seus olhos escuros, sua voz grave ao meu ouvido. Bati-me por ter tais desejos. Por me excitar com seu modo cru em dizer palavras sujas, da forma como ele me pegara e por querer que ele cumprisse as ameaças de me foder selvagemente que conduziu no dia que me sequestrou.

— Não seja louca, Laura. — recriminei-me. — Esqueça-o. Ele é um criminoso que lhe machucou o suficiente para fazê-la fugir para bem longe. O tire de sua mente.

Bati meu rosto na almofada do sofá, mas as imagens não sumiram, pelo contrário, corpo começou a aquecer e um desejo súbito me dominou.

— Eu não vou me tocar pensando em você, Romeo. Não vou.

Eu me recusava a fazer isso. Recusava-me a ser louca e insana a esse ponto.

Desliguei a televisão e fui para meu quarto.

Um bom cochilo iria tirar aquele mafioso metido da minha cabeça.

Romeo não iria se infiltrar em minha pele. Eu não iria admitir isso nunca.

[...]

Já passava das vinte horas quando Amanda parou na porta da minha casa. Ela estava em um táxi e logo me coloquei para dentro dele também.

Sob as garras da máfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora