Capítulo 33 - Laura

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Capítulo 33

Laura

Dias depois...

Deitei meu filho na cama e ele começou a resmungar. Samuel gostava de estar em meus braços e se deixasse não faria nada além de acalentá-lo o dia todo.

Embora Amanda me ajudasse a cuidar dele e das coisas de casa, não queria sobrecarregá-la. Amanda se desgastava demais na cafeteria onde trabalhava e muitas das vezes, ela chegava tarde em casa. Eu estava de licença maternidade, então me esforçava para dar conta de tudo e do meu filho. Não gostava de vê-lo chorando, mas não podia deixar tudo para minha amiga fazer sozinha.

— Amanda, pode me trazer uma roupa para o Samuel? Quero trocar a fralda dele, mas não quero lhe dar banho. — pedi já que ela estava no quarto.

— Esse meu filho faz muito xixi. — ela se inclinou sobre ele e beijou sua barriguinha. Os olhos dele brilhavam ao ver ela, bastava ouvir Amanda falar que ele logo buscava por ela.

— Não para de mamar. — sorri e comecei a tirar a roupa dele para trocar a fralda.

— É por isso que está tão gordinho. — ela brincou com ele, o fazendo rir. — Uma bolinha, a bolinha mais linda da mamãe.

— Ele não vai saber quem chamar de mãe. — comentei rindo.

Ela dizia que meu filho era filho dela também.

— Mas ele é nosso filho, já falei. Eu amo essa coisa pequenininha e linda. Olha essas bochechas? Dá vontade de morder. — ela o pegou assim que o troquei.

— Será uma excelente mãe. — comentei com um sorriso em meu rosto. Ela me olhou e sorriu, mas pude ver certa tristeza em seu olhar.

— Não sei se terei filhos.

— Por que não? É claro que será mãe e seus filhos serão lindos.

Pus-me de pé e a abracei por trás, ela colocou a cabeça sobre a minha.

— Não quero ter filhos, simplesmente. Quero construir uma família e isso não sei se conseguirei fazer. Não consigo me conectar com homem algum.

Separei-me dela.

— Porque já se conectou com o Oliver, mas amiga, ele não quer deixar o passado para trás. Você tem que esquecer dele também.

— Sei que sim, mas não consigo, amiga. Eu me apaixonei por ele de forma irreversível.

Suspirei.

— Escolhemos os piores homens para nos apaixonar, não foi? Também não consigo esquecer o Romeo. Ainda sonho com o dia que o verei de novo.

— Temos o dedo podre para o amor, bem que sua mãe sempre falava que nós não sabíamos escolher homem. — demos risada.

Minha mãe falava isso direto. Que éramos as piores pessoas no quesito arrumar alguém que prestasse, bom, pelo visto, ela tinha razão.

Ela começou a ninar nosso filho e Samuel fechou os olhinhos para dormir.

Ela tinha algo que o fazia dormir sempre que o pegava.

— Quando irá falar a ela que tem um filho?

Eu ainda não tinha dito aos meus pais que tinha engravidado. Temia o julgamento deles, as palavras que eles me diriam ao saber que sou mãe solo, então preferi esperar até meu filho nascer, mas ainda estava protelando essa conversa.

— Ainda essa semana. Não vou esconder meu filho da minha família. E você quando deixará essa birra e falará com sua mãe?

Ela bufou.

Sob as garras da máfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora